CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Carro movido a água salgada fez 150 mil quilómetros sem poluição

carsal12018 - A ideia de usar água como combustível é antiga, mas não é fácil de transportar para a prática. Neste momento, apenas um construtor está a testar um carro do género, a nanoFlowcell, uma marca experimental que acabou de completar 150 mil quilómetros em testes de estrada com o seu modelo mais recente, o citadino Quantino. O sistema da nanoFlowcell funciona como uma célula de combustível, mas usa água salgada ionizada em vez de hidrogénio. Neste caso, o líquido com iões positivos fica separado do líquido ...

com iões negativos. Quando ambos passam por uma membrana, os iões interagem, gerando energia elétrica que é usada para mover o automóvel. O resultado final é água, tal como numa célula de combustível de hidrogénio, permitindo ao automóvel funcionar com emissões zero e reabastecimento rápido. Desde 2014 que a empresa alemã tem vindo a desenvolver protótipos, como o desportivo e-Sportlimousine, o crossover Quant F e o compacto Quantino. Estes têm sido testados em estrada, com o Quantino a mostrar a validade do conceito. Depois de ter completado 100 mil quilómetros em agosto do ano passado, o carro alemão atingiu agora os 150 mil quilómetros em meio ao tráfego. Durante os testes, conseguiu percorrer 1000 quilómetros durante 8 horas e 21 minutos, sem necessitar de reabastecimento. O Quantino tem espaço para quatro pessoas no interior, com um motor de 80 kW (109 cv) para um peso de 1421 kg, o que não o impede de ultrapassar os 100 km/h em apenas cinco segundos. A nanoFlowcell quer começar a produzir este automóvel em série a médio prazo.

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Como funcionam os carros alimentados a água salgada?

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06/07/2018 - A aprovação europeia chegou em 2014 e, dois anos depois, um protótipo comprovou que a água salgada pode mesmo ser uma alternativa aos combustíveis tradicionais. Parece um elétrico, mas não dispõe nem de bateria nem é alimentado a eletricidade da rede. O combustível é água salgada, ainda que não se pense que para o abastecer bastará ligar uma mangueira ao mar… Trata-se de uma solução salina, efetivamente, mas desenvolvida em laboratório e designada por bi-ION. Já a bateria é substituída por seis células alinhadas num dispositivo do tamanho de uma caixa de sapatos, batizado de NanoFlowcell, cuja origem remonta a um concept patenteado pela NASA, durante a década de 1970, quando a agência espacial procurava formas eficientes de armazenar energia. No fundo é um elétrico, mas um que produz internamente a energia com que se alimenta.

bi-ION é água do mar?

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Mas comece-se pelo líquido que abastece os dois tanques presentes no automóvel. Trata-se de bi-ION, uma solução eletrolítica salina que, ao contrário do que se possa acreditar, não tem nada a ver com a água do mar. Resultado de duas décadas de investigação e de desenvolvimento no campo da nanotecnologia molecular, o bi-ION não é tóxico nem inflamável, apresentando-se como "amigo do ambiente". E, cereja no bolo, extremamente económico de produzir: a marca estima um custo de produção, matéria-prima incluída, de menos de dez cêntimos cada litro (um dado que pode deixar adivinhar um igualmente baixo custo de comercialização uma vez que o seu transporte e armazenamento não requerem especiais cuidados, ao contrário do que sucede, por exemplo, com o hidrogénio).

E para que serve o bi-ION?

O bi-ION é um líquido de condução de energia à base de sais orgânicos e inorgânicos dissolvidos em água que inclui ainda eletrólitos e que foi modificado em nanopartículas. Ou seja, através da nanotecnologia, o bi-ION adquire uma densidade mais elevada do que os líquidos eletrólitos convencionais, sendo capaz de transferir dessa forma mais energia. Atualmente, a empresa afirma conseguir uma densidade de energia de 600 watt-hora por litro de bi-ION, o que permite que uma NanoFlowcell tenha capacidade para assegurar cinco vezes mais autonomia do que uma comum bateria de iões de lítio a um mesmo automóvel elétrico.

Como funciona?

O NanoFlowcell é um sistema de armazenamento de energia para aplicações móveis ou imoveis que, ao contrário do que acontece com as baterias convencionais, é alimentado com energia na forma de eletrólitos líquidos que podem ser armazenados longe da própria célula. Os líquidos eletrolíticos são divididos por dois tanques, dependendo da sua carga - positiva ou negativa -, sendo bombeados por circuitos separados através de um conversor. Quando chegam a este, uma membrana permeável divide-os e, quando passam por esta, dá-se a troca de iões, convertendo a energia química em eletricidade, ficando esta automaticamente disponível.

Fórmula mantém-se secreta

A fórmula química exata, porém, mantém-se no segredo dos deuses, com a empresa a sustentar que, sendo financiada exclusivamente por capital privado, não quer requerer patente antes do início da comercialização, considerando a reserva de informação para já a melhor proteção. No entanto, não se julgue que a vontade da empresa passa por manter o segredo para sempre. Pelo contrário, a NanoFlowcell Holdings admite que todas as matérias-primas que compõem a solução estão disponíveis praticamente em todo o mundo, considerando que idealmente cada país deveria poder produzir bi-ION localmente, reduzindo dessa forma o custo para o consumidor e, consequentemente, a dependência externa.

 

Quantino o carro movido a água salgada que fez 150 mil quilómetros sem poluição

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Outubro 2018 - A nanoFlowcell é uma marca protótipo do carro Quantino movido a água, neste caso a água salgada. E recentemente numa experiência o Quantino completou mais de 150 mil quilómetros em estrada tendo como combustível o recurso a água salgada.

Como Funciona a NanoFlowcell?

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O funcionamento da tecnologia da nanoFlowcell é em tudo idêntico à de uma célula de combustível, só que recorre à água salgada invés do hidrogénio! Assim, os iões positivos ficam separados dos iões negativos, sendo que ambos ao passarem por uma membrana se misturam e interagem, e é essa interação que gera energia elétrica que permite mover o automóvel! O resultado final dessa mistura do líquido de iões gera água, tal como na célula de combustível de hidrogénio, mas tem como vantagem o facto de permitir que o veículo se movimente com zero emissões de carbono e um reabastecimento rápido!

Quando Surgiu a NanoFlowcell?

Esta é uma empresa já com algum tempo no mercado. Desde 2014 que esta empresa suiça tem vindo a desenvolver protótipos com o intuito de usarem água salgada como combustível primário.

Foram vários os protótipos desenvolvidos:

Desportivo e-Sportlimousine
Crossover Quant F
Compacto Quantino

Os três modelos têm sido testados em estrada, mas foi o Quantino o primeiro a mostrar a verdadeira capacidade do combustível a água salgada.

EM AGOSTO DE 2017 O MODELO QUANTINO FEZ 100 MIL QUILÓMETROS, SENDO QUE AGORA QUASE AO FIM DE UM ANO FEZ MAIS 50 MIL QUILÓMETROS, TENDO ASSIM UM TOTAL DE 150 MIL QUILÓMETROS

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Outra grande meta deste veículo com combustível alternativo e zero emissões de carbono, ou seja, nada de poluição, é o facto de ter feito 1000 quilómetros durante oito horas e 21 minutos ininterruptos! Ou seja, durante esses 1000 quilómetros não precisou de parar para atestar, o que comprava que também tem uma excelente autonomia!

Caraterísticas Quantino

Quanto às características desde compacto que está a revolucionar o mercado, é de ressalvar que permite até quatro pessoas no seu chassis, tem um motor de 80kW (cerca de 109 CV), e pesa pouco mais de 1400kg. Ainda assim, com essas características consegue atingir a velocidade de 100km/h em pouco mais de cinco segundos! A nanoFlowcell tem como objetivo iniciar a produção final deste modelo protótipo a curto prazo… se conseguir será uma grande revolução no mercado automóvel! É que ainda agora começaram a surgir os veículos elétricos, e se vier um veículo com estas caraterísticas, basta irmos à beira mar para atestar o carro!

 

Carro movido a água salgada é aprovado para circular nas ruas da Europa

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2014 - E se em vez de álcool ou gasolina o seu carro utilizasse água salgada como combustível? Esta é a proposta do QUANT e-Sportlimousine, um protótipo desenvolvido pela empresa nanoFLOWCELL, que recebeu na última semana uma autorização do Instituto Alemão de Certificação TÜV (Technischer Überwachungsverein), em Munique, para circular por ruas e estradas da Alemanha e da Europa. Anunciado originalmente em março deste ano no Salão Internacional do Automóvel de Genebra, na Suíça, o automóvel é um modelo elétrico com 5,25 metros de comprimento, 2,2 metros de largura e 1,35 metro de altura, calçado com rodas de 22 polegadas e portas no estilo "asa-de-gaivota" (que se abrem para cima). O veículo pesa 2.300 kg, possui aceleração de 0 até 100 km/h em apenas 2,8 segundos, pode atingir uma velocidade máxima de 378 km/h e, de acordo com a fabricante, tem autonomia de cerca de 600 km.

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No design, o QUANT e-Sportlimousine não deixa nada a desejar. Além de um mono cockpit composto por estruturas de fibras de carbono, o carro tem acabamento interno em madeira, cobre e couro. Contudo, o QUANT e-Sportlimousine se destaca mesmo por duas tecnologias inovadoras. A primeira é um conceito de "carro-trem" no qual cada uma das quatro rodas é equipada com um motor de indução trifásico capaz de gerar, em conjunto, cerca de 912 cavalos de potência. Já a segunda tecnologia é um sistema batizado de nanoFLOWCELL AG, que usa alguns princípios estudados pela NASA em 1976 para o programa espacial americano e é o mesmo que alimenta os quatro motores elétricos do carro presentes nas quatro rodas. Trata-se de um mecanismo baseado em nanocélulas de fluxo e uma bateria química em duas soluções eletrolíticas que usam água salgada para produzir energia elétrica e dar movimento com tração integral ao carro.

Todo esse funcionamento pode gerar mais autonomia que os atuais carros elétricos movidos a baterias de íons de lítio, além da emissão zero, o que deve abrir mais oportunidades para essa categoria da indústria automotiva. "Agora que o automóvel foi aprovado para uso nas estradas públicas da Alemanha e no resto da Europa, podemos entrar no planejamento detalhado com nossos parceiros, abrindo um animador novo capítulo para o futuro da eletro-mobilidade", disse o diretor técnico Nunzio La Vecchia em um comunicado oficial.

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"Este é um momento histórico e um marco não apenas para nossa empresa, mas talvez até para a eletro-mobilidade do futuro. (...) Estamos muito orgulhosos de que, mesmo sendo uma pequena empresa, tenhamos desenvolvido uma tecnologia tão visionária quanto a nanoFLOWCELL, e somos capazes, agora, de colocá-la em prática. Mas este é apenas o começo de nossa viagem de descoberta", completou La Vecchia. Os primeiros veículos começarão a ser testados em breve e, após os experimentos nas ruas, estradas e vias públicas da Europa, o próximo passo deve ser a produção em série do carro. Não foram divulgadas data de lançamento ou preço do automóvel.

 

 

Fonte: https://www.motor24.pt
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