CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Veado 'vampiro' é visto no Afeganistão após 66 anos

vvam12014 - A Wildlife Conservation Society (WCS), entidade ambientalista internacional, comemorou na última sexta-feira (31/10) que um veado com caninos foi avistado no Afeganistão pela primeira vez desde 1948. O cervo-almiscarado com dentes de "vampiro", nativo da região da Cachemira, é uma espécie ameaçada de extinção por causa da perda gradual do seu habitat e pela caça excessiva (os seus feromônios são bastante apreciados). Apenas os machos tem as "presas", que são bastante úteis na disputa de fêmeas durante a época do acasalmento. De acordo com a WCS, esse tipo de veado é "discreto" e "difícil de ser visto". Peter Zahler, diretor para Ásia da entidade, disse que o animal ...

"é um dos tesouros vivos do Afeganistão". Os avistamentos remetem para uma expedição de uma equipa de investigadores na província afegã de Nuristan em 2008 e 2009. Esta foi a primeira vez que a espécie foi avistada desde 1948. A experiência é descrita na edição deste mês do Oryx, escreve o LiveScience esta semana. No decorrer da investigação, foi avistado três vezes um único macho, na mesma zona. Os investigadores também encontraram uma fêmea e a sua cria, e viram uma segunda fêmea mas pensam que poderá ser a mesma, sem a cria. Foi ainda encontrado o cadáver de uma fêmea. A espécie consta da «Lista Vermelha» da União Internacional pela Conservação da Natureza.

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A carne de veado é uma especialidade local, mas a espécie é mais caçada tendo em conta o valor das glândulas do sistema olfactivo: em peso, valem mais do que ouro. Alguns acreditam que estas glândulas têm «propriedades farmacêuticas» e podem atingir preços exorbitantes no mercado negro. Três décadas de guerra devastaram a província de Nuristan e a violência contínua e instabilidade política tornaram incontrolável o comércio ilegal destas glândulas. Paralelamente, a espécie tem vindo a perder condições no seu habitat natural. Estudos geológicos recentes mostram que a zona já perdeu cerca de metade das suas florestas montanhosas desde a década de 1970, explica a publicação.

«Esta espécie rara, a par com outras mais conhecidas, como o leopardo-das-neves, é o legado natural desta nação em luta», disse em comunicado Peter Zahler, director dos programas para a Ásia da Wildlife Conservation Society (WCS).

«Esperamos que as condições estabilizem em breve, para permitir que os elementos da WCS e os parceiros locais possam avaliar melhor as necessidade de conservação desta espécie».

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O LiveScience aponta que devido à violência e agitação social, os elementos de organizações não-governamentais não realizam actividade na província de Nuristan desde 2010. A WCS mantém, no entanto, contacto com os parceiros locais, que foram treinados para monitorizar e procurar o veado almiscarado de Caxemira. Assim que for possível, a WCS pretende regressar para elaborar um plano de conservação para a espécie.

Fonte: http://blogs.oglobo.globo.com/
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