CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Os problemas do xenoestrogênio

xenos1O estrógeno é um hormônio que controla funções orgânicas como a reprodução, o crescimento e a manutenção do metabolismo e é fabricado em maior quantidade no corpo da mulher. Ele também está presente, em uma forma manipulada pelo homem, em anticoncepcionais e em medicamentos usados no tratamento de reposição hormonal. Os xenoestrogênios também são produzidos em laboratórios. A diferença é que esse é um dos compostos que mais trazem riscos a saúde.

Ele é fabricado a partir da reação entre o gás cloro e os hidrocarbonetos do petróleo e é utilizado em produtos químicos industriais de alta toxicidade, como o Bisfenol-A (BPA). Podemos encontrá-los nos mais diferentes lugares, de conservantes de alimentos a protetores solares, passando por inseticidas, pesticidas, preservadores de madeira, plásticos e detergentes de laboratório.

Saúde da mulher

Diversos estudos já começam a desenhar os efeitos colaterais da exposição ao xenoestrogênio. Um deles é a endometriose, doença que se caracteriza pela presença de células endometriais na corrente sanguínea, e que pode causa dores abdominais, problemas urinários e intestinais e até a infertilidade. Uma dessas pesquisas, liderada pelo Departamento de Saúde de Nova York, associa os filtros UV que levam Benzofenona, suspeito de ser um disruptor hormonal em sua composição, à endometriose. Outro estudo relaciona a incidência da doença em mulheres italianas em idade reprodutiva expostas ao PCB.

Pesquisas apontam também para a possibilidade de que haja hereditariedade de doenças ovarianas causadas pela exposição a estrógenos ambientais. Em um estudo realizado por instituições ligadas ao governo norte-americano, camundongos foram expostos a soluções que continham BPA, inseticidas, fungicidas e dioxinas. Em uma análise das gerações seguintes, as doenças desenvolvidas pela geração anterior também acometiam os novos ratos. Pesquisadores começam a apontar o xenoestrogênio como um dos responsáveis pela síndrome do ovário policístico e também pela puberdade precoce e aumento do risco de desenvolver câncer de mama. Podemos encontrar o estrógeno ambiental em produtos de higiene pessoal que contêm ftalatos.

Evitando os riscos

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O BPA é encontrado em conservantes de alimentos, plásticos rígidos e nos papéis termossensíveis utilizados nos comprovantes e recibos de banco e de cartão de crédito e no papel de fax. Evite alimentos enlatados, e substitua produtos como tábuas de corte e embalagens de alimento por tábuas de madeira e recipientes de vidro.

Para evitar a contaminação por PCB, que está presente em carnes, peixes e derivados de leite, através do processo de bioacumulação, é preciso tomar alguns cuidados. O PCB, quando não descartado corretamente, chega a rios e lagos, onde contaminam peixes e microorganismos. Ao se alimentar desses animais, ou beber a água desses rios e lagos, o animal ou o ser humano, também se contaminam. Uma alternativa é se alimentar mais de frutas, legumes e verduras orgânicas.

Os ftalatos são responsáveis pela maleabilidade de produtos feitos de plástico. Fique atento para a sua presença em brinquedos, cosméticos e revestimentos de piso. Para não se expor às dioxinas, evite produtos de papel branqueados artificialmente como alguns tipos de filtro de café, toalhas de papel e absorventes internos, assim como preserve distância dos processos de incineração que possam conter dentre os componentes o plástico do tipo PVC. Prefira sempre alimentos orgânicos e, na medida do possível, evite recipientes plásticos para armazenar alimentos, sobretudo no processo de aquecimento destes.


ALGUMAS DICAS PARA REDUZIR O APORTE DE “XENOESTRÓGENOS” NO ORGANISMO 

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1 – Evite usar copos, pratos e outros utensílios de plástico, alumínio e teflon na sua cozinha. Utilize utensílios de vidro, cerâmica e panelas de ferro.

2 – Evite guardar alimentos em depósitos de plástico e, principalmente evite aquecê-los em fornos de microondas. Utilize depósitos de vidro que possam ir ao microondas.

3 – Evite usar filmes plásticos e papel alumínio para envolver alimentos. Use papel manteiga.

4 – Evite usar detergentes de pia. Use sabão de coco em barra.

5 – Dê preferência a carnes, frutas, legumes e verduras orgânicos, onde não foram usados agrotóxicos. No caso de consumir frutas e legumes não orgânicos, lave-os muito bem e remova a casca e as sementes antes de consumi-los.

6 – Evite consumir produtos à base de soja, que é rica em Fitoestrógenos, que funcionam como Xenoestrógenos.

7 – Evite uso de anticoncepcionais, que são formulados à base de estrogênios sintéticos, que são Xenoestrógenos. Se possível, use formas alternativas de controle da natalidade.

8 – Evite consumir água armazenada em recipientes de plástico. Utilize filtros para filtrá-la antes de ser consumida.

9 – Cuidado com os produtos cosméticos. Leia a sua composição e evite aqueles que contenham benzofenona-3, homosalate, 4-metil benzilideno cânfora (4MBC), octil-metoxicinamato e octil-dimetil-PABA.

10 – Mantenha uma dieta rica em fibras e dê preferência ao vegetais crucíferos, como brócolis e couve-flor, que são ricos em Indol-3-Carbinol, um fitonutriente que ajuda a combater os efeitos dos Xenoestrógenos no organismo.

11 – Mantenha-se hidratado para melhorar a função renal e auxiliar na desintoxicação do organismo.

12 – Evite fumar.

13 – Reduza o consumo de álcool que destrói seus hormônios naturais e dificulta a remoção de Xenoestrógenos através da filtração renal.

14 – Controle o peso através de uma dieta equilibrada e atividade física regular. No tecido gorduroso existe uma enzima chamada Aromatase, que transforma Testosterona em Estrógenos.

15 – Evite usar o sachê do saquinho de chá, pois o papel do sachê contém Xenoestrógenos, liberados para o chá ao contato com a água quente. Rasgue o sachê e coloque a erva diretamente na água. Depois é só coar em peneirinha de inox.

Essas são algumas das maneiras de reduzir os efeitos maléficos dos Xenoestrógenos no nosso organismo (ver texto anterior). Infelizmente, vivemos em um mundo que necessita de plástico, isopor, alumínio e agrotóxicos, o que torna impossível eliminarmos completamente essas substâncias do nosso cotidiano. Mas, para quem seguir as dicas acima, o organismo se tornará mais saudável e a vida será mais longa e produtiva.


Garrafas plásticas e seu potencia de risco à saúde

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Por Luciana Vieira - Ultimamente venho me preocupando bastante com a água que minha família consome em garrafas plásticas. Já tinha ouvido falar sobre garrafas “BPA free” mas ainda não tinha parado para avaliar isso com mais calma. Não quero entrar no detalhe dos componentes do plástico de que são feitas as garrafas, até porque não entendo nada desta parte química, mas queria dividir com você um pouco do meu achado sobre o Bisfenol A, também conhecido como BPA.

A maioria (não sei se todas) das garrafas plásticas de água mineral que compramos por aí contém essa substância química. Há estudos patrocinados pela indústria do plástico que sugerem que a quantidade de BPA ingerido em um consumo “normal” de água engarrafada é totalmente seguro. O FDA (Food and Drug Administration) também já se pronunciou afirmando que a quantidade de BPA liberado nas bebidas é muito baixa para causar qualquer dano real. Outros apontam o perigo apenas para as garrafas que são deixadas no carro e aquecidas pelo calor interno do veículo. Porém, encontrei informação que prova que a ingestão deste componente químico, em qualquer nível, é prejudicial à saúde.

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O problema é que o Bisfenol A age como um “xenoestrógeno”. Não sei se xenostrogen se traduz assim em português, mas isso significa que ele é estranho para o corpo, que é o que o termo “xeno” significa. Mulheres que apresentam uma carga alta de xenostrogênio no organismo correm maior risco de contrair câncer de mama e ambos os sexos estão sujeitos a uma enorme variedade de outros efeitos prejudiciais à saúde. Para as mulheres grávidas, há riscos de defeitos congênitos no bebê e aborto. Um outro efeito prejudicial seria diretamente no sistema endócrino, criando uma condição pré-diabética ao causar resistência à insulina.

Um alerta às mamães de bebês que ainda tomam mamadeira: procurem sempre garrafas “BPA free”, principalmente aquelas que são esterilizadas ou simplesmente aquecidas, já que este processo libera mais rapidamente o BPA contido nestes plásticos. Acho que não vale a pena assumir o risco, mesmo que você confie na opinião do FDA. De tudo aquilo que eu li e estudei, decidi que eu e minha família vamos evitar ao máximo o consumo de líquido embalado em plástico que não seja “BPA free”. Prefiro não arriscar a esperar que o lobby das indústrias enfraqueça e descobrir daqui alguns anos que o perigo, na verdade, sempre existiu.


Fonte: http://www.ecycle.com.br
           http://drapaulafigueiredo.blogspot.com.br
           http://www.propostanatural.com.br