CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Gerador esférico pode ser 35% mais eficiente que painéis solares convencionais

esfe7530/12/2015 - O projeto é composto por uma esfera perfeitamente simétrica e transparente. Na última década, pesquisadores vem dizendo que a energia solar – que é inesgotável e ajuda no funcionamento de eletricidade das cidades do mundo – é o futuro que a humanidade precisa. Além de não poluir poupando o desgaste de outras formas de energia, ela pode ser mais barata. Com o objetivo de tornar os painéis solares mais eficientes e baratos, o arquiteto alemão André Broessel criou o Rawlemon, uma lente esférica de energia solar que se prepara para entrar no mercado derrubando todos os outros tipos de fontes ...

de energia. O projeto é composto por uma esfera perfeitamente simétrica e transparente – que não é só bem bonita de se ver -, fácil de integrar aos edifícios, e que aumenta em 35% a eficiência dos painéis fotovoltaicos tradicionais. Quando revestido por um sistema de rastreamento do Sol de dois eixos, versões mais simples da esfera poderão ser colocadas em superfícies inclinadas ou verticais, em telhados ou paredes. A unidade maior, ainda não está em sua melhor forma ainda, mas é fácil ver como uma lente dessas pode funcionar como algo que se parece muito mais com uma exposição de arte do que com um gerador. É como se fosse uma bola de gude gigante.

Funcionando até à noite

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Painéis fotovoltaicos estão longe de serem uma tecnologia glamourosa: eles normalmente ficam escondidos em telhados e, quando você consegue vê-los, percebe que são feios. E ineficientes. Mas e se eles fizerem a arquitetura em geral ficar mais bonita? E se eles fossem mais eficientes e funcionassem até durante a noite? Essa é a ideia do Rawlemon, uma lente esférica de energia solar que se prepara para entrar no mercado.

Este vidro esférico perfeito é fruto do trabalho de um arquiteto alemão chamado André Broessel, que começou a trabalhar nele há três anos com o objetivo de tornar a energia solar mais eficiente e menos cara, para ser uma tecnologia disponível para todo mundo, em qualquer lugar. “Nosso produto é democrático”, ele me contou recentemente por email. “Imagine, nós estamos criando produtos autônomos capazes de concentrar a luz mesmo durante um dia nublado, que gera energia solar onde quer que você esteja no mundo. Energia de graça.”

Bem, não exatamente de graça. Mas o Rawlemon, pela força dos seus números, tem potência para superar os painéis solares tradicionais. Em termos simples, eis como ele funciona: o globo de Broessel é enchido com água que amplia os raios solares em mais de 10.000 vezes, tornando possível captar energia da lua, ou até mesmo do sol em dias nublados. Os pequenos painéis fotovoltaicos situam-se logo abaixo da bola, e são atingidos pelos raios ampliados. Em um nível bem básico, o Rawlemon é uma lente esférica – uma esfera perfeita que refrata a luz em um poderoso raio concentrado – um mecanismo que está por aí há séculos.

as o Sol e Lua estão, evidentemente, se movendo constantemente. Então para capturar os raios diretos com mais eficiência – diferentemente de painéis tradicionais, que normalmente permanecem em posição estática – Broessel projetou um microrrastreador que segue o curso do Sol no céu, movendo os painéis junto com ele. Esse sistema, em conjunto com a lente esférica, tornam o Rawlemon até 70% mais eficiente do que painéis tradicionais.

“Então, por que ainda não há uma enorme bola de cristal girando em cima de todos os telhados do mundo?”, eu ouço você questionar. Por um motivo simples: fabricar – e certificar – sistemas de coleta de energia solar é complicado, e envolve muita burocracia. E, como Broessel me explicou, tecnologia de energia solar é complicada de vender para pessoas normais.

“Pessoas se confundem facilmente, e isso dificulta na hora de conseguirmos financiamento”, ele disse. “É por isso que nosso desafio agora também é comunicar as pessoas que nosso projeto é a inovação mais inteligente na área da energia solar desde a invenção dos painéis fotovoltaicos.” Isso envolve o vídeo animado acima, e o lançamento de uma campanha no IndieGoGo para financiar a criação de uma versão menor da esfera Rawlemon para carregar pequenos dispositivo, chamada Beta-ey:

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A equipe do Rawlemon está testando janelas que contam com diversas lentes, projetadas para serem usadas no lugar dos vidros tradicionais. Em sua visão de futuro, arranha-céus bolhas com essas lentes esférias alimentam-se dos raios super-concentrados da luz externa.

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Vamos dizer que você quer substituir a fachada sul do Burj Khalifa, em Dubai. Apenas um quarto de toda a frente do prédio poderia gerar 16,4 GWh por ano. Se esse número não significa nada para você, talvez seja bom pensar nisso: é energia o suficiente para alimentar toda a torre, e ainda sobra 60% da energia. Se isso é colocado na rede de energia elétrica de Dubai, poderia gerar até US$ 1,2 milhões em lucros por ano, segundo cálculos de Broessel. Poderia manter uma cidade como Nova York acesa por horas.

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A campanha do IndieGoGo, que vai dar uma versão de mesa para os financiadores, está focada em ajudar a equipe a superar os desafios financeiros da produção em grande escala: fazer o pedido do primeiro componente, desenvolver as ferramentas ideais de produção, e financiar todos os testes de certificação global. Embora a visão de um prédio-bolha com janelas-lentes seja ambiciosa, a equipe do Rawlemon está começando com pouco – convencer pessoas que energia solar onipresente e eficiente não é algo difícil de se conseguir.

Fonte: http://www.ecodesenvolvimento.org/
           http://www.archdaily.com.br/
           http://gizmodo.uol.com.br/