CIÊNCIA E TECNOLOGIA

É oficial: sua tabela periódica agora é obsoleta

tabob2Você já pode jogar fora sua tabela periódica, porque ela está desatualizada. É melhor conseguir uma nova, que contenha esses quatro elementos agora oficialmente adicionados à sétima fileira: Nihonium, símbolo Nh, para o elemento 113; Moscovium, símbolo Mc, para o elemento 115; Tennessine, símbolo Ts, para o elemento 117; Oganesson, símbolo Og, para o elemento 118. Já conhecemos esses elementos desde janeiro, mas só agora a União Internacional de Química Pura e Aplicada (IUPAC, na sigla em inglês) anunciou que os seus nomes – propostos cinco meses atrás – foram oficialmente aprovados.

Mantendo a tradição, os elementos recentemente descobertos foram nomeados após um lugar ou região geográfica, ou um cientista. O final dos nomes também mantém uma consistência histórica e química: -ium para os elementos 113 e 115 como todos os novos dos grupos 1 a 16; -ine para o elemento 117, pertencente ao grupo 17; e -on para o elemento 118 pertencente ao grupo 18.

Significados

Na época de sua descoberta, os elementos eram conhecidos simplesmente como 113, 115, 117 e 118, e foram designados nomes e símbolos temporários: ununtrium (Uut), ununpentium (Uup), ununseptium (Uus) e ununoctium (Uuo). As equipes de pesquisadores russos, americanos e japoneses por trás das descobertas foram encarregadas de nomear seus respectivos achados. Em junho, suas sugestões foram oficialmente submetidas para revisão. Agora que esses nomes foram aprovados de acordo com as estipulações da IUPAC, a etapa final foi concluída para a transição para uma tabela periódica atualizada.

O Nihonium (ou niônio) é derivado de “Nihon”, uma palavra japonesa para Japão. Moscovium honra a capital russa, Moscou. Tennessine foi nomeado em homenagem ao estado americano de Tennessee, conhecido por sua pesquisa pioneira em química. Oganesson recebeu seu nome do físico russo Yuri Oganessian, de 83 anos. Esta é apenas a segunda vez que um novo elemento foi nomeado em homenagem a um cientista vivo.


Como os cientistas criam novos elementos para a tabela periódica

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Criar um novo elemento químico dá aos seus descobridores o direito de batizá-lo e estudá-lo, conhecendo mais sobre o comportamento do núcleo atômico. E como isso ocorre? A receita é simples. Por exemplo, você pega dois elementos mais leves, o titânio (Ti, número atômico 22) e o berkélio (um actinídeo, Bk, de número atômico 97), e tenta fundi-los para criar um elemento mais pesado, no caso, o elemento de número atômico 119. Faça a fusão acontecer em alta velocidade em direção a um detector, e fique esperando o sinal verde.

Essa é a teoria. Na prática, a coisa é mais complicada. Veja as etapas:

Aceleração: Um acelerador linear de partículas no Centro de Pesquisa de Íons Pesados GSI Helmholtz, em Darmstadt, Alemanha, acelera um feixe de titânio ionizado em um tubo de 121 metros a 10% da velocidade da luz.

Colisão: Durante cinco meses, uma equipe alemã colidiu o feixe de titânio ionizado contra um alvo cravejado de átomos de berkélio. Os cálculos são de que a cada 1 bilhão de colisões, um átomo de titânio colide com um átomo de berkélio na velocidade e posição certas para realizar a fusão, criando um novo átomo com 119 prótons.

Separação: Os novos átomos superpesados formados (tudo que tem mais de 102 prótons é superpesado) têm mais massa e se movem mais lentamente, a cerca de apenas 2% da velocidade da luz, e também reagem diferente a um campo magnético. Usando campos magnéticos poderosos, os cientistas desviam os átomos do elemento 119 em direção a um detector.

Detecção: Os átomos do elemento 119 entram no detector de silício. Ele é radioativo, e fica emitindo partículas alfa — dois prótons e dois nêutrons — de uma forma prevista pela teoria. O detector registra estes decaimentos que são usados pelos cientistas para provar a existência do novo elemento.

Os modelos da física predizem que o elemento mais pesado que pode ser obtido deve ter 126 prótons. A partir desta quantidade, o núcleo é excessivamente instável. O elemento 119 tem 177 nêutrons, e uma meia-vida prevista de 200 microssegundos, além de acrescentar mais uma linha à nossa conhecida tabela periódica. Finalmente, para dar nome ao novo elemento, o grupo de pesquisa deve fazer a comprovação da detecção. Ela precisa ser validada e submetida à International Union of Pure and Applied Chemistry, que pode levar anos até aprovar o novo nome. Enquanto não recebem uma nomeação definitiva, elementos recém descobertos recebem um nome em latim, como ununseptium, o nome temporário do elemento 117.

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