CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Roupas Inteligentes

roupatopoExiste um grande movimento na indústria eletrônica e de computação para desenvolver equipamentos que poderão ser usadas como roupas. Este movimento é chamado de era pós-PC. Nós estamos no começo dessa era, mas alguns desses equipamentos já estão sendo preparados para o mercado consumidor. Apesar do pequeno tamanho destes equipamentos, eles nem sempre agradam esteticamente. A próxima etapa desta era pós-PC será integrar computadores e outros equipamentos diretamente no vestuário, assim que eles estiverem virtualmente invisíveis. Nos próximos anos, estaremos enchendo os nossos armários com camisas inteligentes, que poderão ler nossa freqüência cardíaca e respiratória, ...

e jaquetas musicais com teclados embutidos de fábrica. Monitores de diodo de baixa emissão de luz (LED) podem ainda ser integrados para mostrar texto e imagens. Roupas computadorizadas serão a próxima etapa para tornar portáteis computadores e equipamentos sem ter de prender dispositivos eletrônicos em nossos corpos ou encher os bolsos com bugigangas. Estas novas roupas digitais não são necessariamente projetadas para substituir o seu PC, mas serão capazes de executar algumas de suas funções.

Roupas computadorizadas são a última palavra em tecnológica portátil.

Explorando o tecido digital

Assim como todas as roupas, o vestuário computadorizado começa com sua própria linha. Algodão, poliéster ou cetim não têm as propriedades necessárias para transportar corrente elétrica às roupas digitais. Entretanto, fios metálicos não são novidade à indústria de roupas. Vimos estes tecidos metálicos, usados para fazer manifestações de moda, durante anos. Pesquisadores estão usando organza de seda, um tecido único que foi usado para fazer roupas na Índia por pelo menos um século.

Organza de seda é ideal para roupas computadorizadas porque é feita de duas fibras que a torna condutora de eletricidade. A primeira fibra é justamente um fio de seda comum, mas na direção oposta do fio da fibra está a linha de seda que é envolvida em uma fina lâmina de cobre. É esta lâmina de cobre que dá à organza de seda a capacidade de conduzir eletricidade. Cobre é um bom condutor de eletricidade e, alguns fabricantes de microprocessador, estão começando a usar o cobre para acelerar estes equipamentos.

O fio metálico é preparado como o fio telefônico de núcleo de pano, de acordo com os pesquisadores do MIT. Se cortarmos um cabo telefônico em espiral, encontraremos um condutor que é feito de uma lâmina de cobre rodeando um núcleo de fios de náilon ou de poliéster. Pelo fato de os fios metálicos poderem resistir a altas temperaturas, eles podem ser costurados ou bordados com o uso de maquinário industrial. Esta propriedade os torna muito promissores para a produção em massa de roupas computadorizadas.

A organza de seda não é apenas um bom condutor elétrico, sendo as suas fibras espaçadas em intervalos adequados. Desse modo, elas podem ser individualmente endereçadas. Uma tira do tecido pode, basicamente, funcionar como um cabo de fita. Cabos de fita são usados em computadores para conectar drivers de disco aos controladores. Um problema em se usar organza de seda pode aparecer se os circuitos tocarem uns aos outros. Por esta razão, os cientistas usam um material isolante para encapar ou sustentar o tecido.

Uma vez que o tecido é cortado no formato desejado, outros elementos precisam ser anexados, como resistores, capacitores e bobinas. Esses componentes são costurados diretamente no tecido. Componentes adicionais, como LEDs, cristais, transformadores piezoelétricos e outros componentes montados nas bases, se necessário, são soldados diretamente nos fios metálicos. Outros equipamentos eletrônicos podem ser presos no tecido usando-se uma espécie de garra, que fura a linha para criar um contato elétrico. Estes equipamentos podem ser facilmente removidos para limpar o tecido.

Na Georgia Tech, pesquisadores desenvolveram outro tipo de linha para fazer roupas inteligentes. Esta camisa inteligente, que iremos estudar na próxima seção, é feita de fibras ópticas de plástico e de outras fibras especializadas, costuradas no pano. Estas fibras condutoras ópticas e elétricas vão permitir à camisa comunicar-se, sem fio, com outros equipamentos, transferindo dados dos sensores embutidos nela. Muitas companhias já estão explorando a possibilidade de nos vestir com roupas computadorizadas. Podem ser citadas a IBM, Levis, Philips, Nike e Sensatex. Na Europa, a Levis já está testando a jaqueta musical desenvolvida pelo MIT Media Lah.

Guarda-roupa digital do futuro

O desenvolvimento de fios digitais abriu oportunidades para toda uma indústria de roupas computadorizadas. Na próxima década, provavelmente veremos uma grande variedade de trajes digitais entrando no mercado consumidor.
A jaqueta musical é feita com organza de seda e é controlada com um teclado capacitivo de tecido. Este teclado foi produzido em massa, usando linha condutora e técnicas de bordar comuns. O teclado é flexivel, durável e responde ao toque. Um circuito impresso é usado para dar ao teclado uma habilidade sensitiva. Desta forma, os controles reagem quando pressionados. O teclado pode perceber o toque devido ao aumento na capacitância do eletrodo quando tocado. Os teclados são conectados a uma miniatura de um sintetizador MIDI, que toca música. A potência pode ser fornecida por uma fonte parasítica de energia, como a energia solar, eólica, térmica ou energia mecânica proveniente de pulsos ou de caminhadas. Mais adiante, pesquisadores estão procurando tecidos capazes de gerar energia ao serem dobrados.

Outro teclado feito todo de tecido utiliza materiais condutores e não condutores costurados juntos em uma estrutura endereçável de linha e coluna. O produto final se parece com uma colcha que foi remendada em um padrão quadrado. As colunas condutoras acolchoadas são isoladas, e formam as linhas condutoras com tecido grosso e macio, como feltro ou veludo. Orifícios no tecido isolado permitem às linhas e às colunas condutoras fazerem contato, assim que um usuário pressiona o teclado. Camisas e outros tecidos, que usam este teclado, podem ser torcidos na máquina de lavar como uma peça de roupa qualquer.

Enquanto a jaqueta musical é um exemplo de como roupas computadorizadas podem ser usadas para o entretenimento, pesquisadores no Instituto de Tecnologia da Georgia desenvolveram uma finalidade prática e medicinal para esta tecnologia. A camisa inteligente pode monitorar índices cardíacos e respiratórios, usando fibras de condutividade óptica e elétrica, que são trançadas no tecido dela.

A camisa inteligente, projetada na Georgia Tech, foi inicialmente financiada pela Marinha Americana, a partir de 1996. Agora, estas camisas são destinadas aos soldados em combate, para que o pessoal médico possa encontrar o local exato de um ferimento à bala. Para identificar com precisão o local de penetração da bala, um sinal luminoso é continuamente enviado da ponta de uma fibra óptica para um receptor, na outra ponta. Esta fibra também é conectada a um monitor pessoal de status, usado no quadril. Se a luz de um emissor não atinge o receptor no monitor, o soldado foi alvejado. O sinal luminoso então salta de volta ao ponto da penetração, o que auxilia o médico a achar a exata localização do ferimento à bala.

Os usuários desta camisa acoplam sensores ao corpo, vestem a camisa e prendem os sensores a elas. A camisa também capta sinais vitais, como batimentos cardíacos, temperatura corpórea e o padrão respiratório. Estas medidas são monitoradas de duas maneiras: por meio dos sensores integrados à camisa e dos sensores no corpo dos usuários, ambos conectados ao monitor no quadril. Por causa de sua capacidade de monitorar estes sinais vitais, a camisa está sendo comercializada como uma maneira de se prevenir a Síndrome da Morte Súbita da Infância (SIDS). Atletas também podem estar interessados nelas para monitorar o desempenho de seus corpos durante os treinamentos e as competições.


Tecido inteligente mantém temperatura do usuário (2004)

Um novo tipo de roupa inteligente que se adapta a variações de temperatura para manter o usuário confortável está sendo desenvolvida por pesquisadores ingleses. Para isso eles estão se inspirando na natureza.

A roupa inteligente utiliza a última palavra em microtecnologia para produzir um material que permite que o ar resfrie o usuário quando a temperatura estiver alta e expulse o ar quando a temperatura cair. O sistema é o mesmo utilizado pelas árvores coníferas para se abrir e deixar cair suas sementes.

O tecido inteligente consiste de uma camada superior de pequenos picos de material que absorve água, cada um medindo apenas cinco micra de diâmetro. Quando a pessoa se aquece e começa a suar, os pequenos picos do material reagem com a umidade e se abrem automaticamente, permitindo que o ar exterior flua e resfrie a pessoa. Quando ela pára de transpirar, os picos se fecham novamente e o ar deixa de entrar.

A camada inferior do tecido é impermeável, evitando que a pessoa se molhe estando os picos abertos ou fechados.

A tecnologia está sendo desenvolvida no Centro de Biomimética da Universidade de Bath, Inglaterra, especializado em pegar idéias da natureza e transformá-las em produtos, sob a coordenação do professor Julian Vincent.


Roupa inteligente que reproduz abraços chega ao mercado em setembro (2007)

Valência - Roupa esportiva HugMe reproduz abraço de companheiro por meio de vibrações pelo tronco e terá preço médio de 300 dólares na web.

As primeiras peças de roupas que utilizam tecnologia para integrar redes de comunicação e vestuário chegarão ao mercado em setembro.

A Cute Circuite, empresa especializada em roupas inteligentes, anunciou,  nesta quarta-feira (25/07), durante a Campus Party 2007 que começará a vender sua linha esportiva em dois meses.

Apelidada de HugMe, a coleção de roupas esportivas é composta por uma fina camada de Lycra entrelaçada com fios de prata que conduzem sinais elétricos a partir de uma central com sensor Bluetooth e bateria, que fica nas costas da roupa.

Um casal que estiver vestindo HugMes pode repassar abraços um para o outro - apertões, afagos e carinhos são supostamente reproduzidos por meio de sensores que vibram em contato com a pele da outra parte do casal.

Junto às peças, a empresa oferecerá um aplicativo para celulares em que usuários poderão transmitir abraços já definidos para seu par. O "abraço" é repassado pelas redes telefônicas até o aparelho do namorado, que então transmite a sensação por Bluetooth à roupa.

Segundo Ryan Genz, CEO da Cute Circuit, as peças começarão a ser vendidas a partir de setembro com preço médio de 300 dólares pelo site da companhia, que oferecerá distribuição global dos vestuários.

A coleção esportiva não teve todos seus modelos revelados por Genz, que afirmou que a roupa, em sua versão final, terá mudanças pontuais em relação ao protótipo demonstrado na feira espanhola, como tecidos mais leves e peso menor.

 

Roupas inteligentes utilizam biossensores para monitorar estado de saúde (2008)


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Os computadores de vestir estão a caminho rapidamente, graças à miniaturização da eletrônica. Sua utilização para a construção de roupas capazes de monitorar a saúde das pessoas, contudo, vem enfrentando um entrave sério: o desenvolvimento de sensores capazes de captar nossos sinais vitais.

e-Tecidos e biossensores

Agora, pesquisadores de várias universidades européias, reunidos em torno do projeto Biotex, conseguiram avanços importantes na fabricação de tecidos inteligentes - os chamados e-tecidos.

Os biossensores incorporados ao novo e-tecido são capazes de analisar os fluidos corporais e fornecer informações importantes sobre a saúde da pessoa, viabilizando o chamado monitoramento contínuo da saúde.

Roupas inteligentes

Para desenvolver os novos biossensores - ultra-miniaturizados, flexíveis e reutilizáveis - os pesquisadores tiveram antes que descobrir técnicas de sensoriamento bioquímico capazes de coletar as informações sobre a saúde através da análise dos líquidos corporais em quantidades minúsculas.

Já existem diversos biossensores capazes de analisar fluidos corporais humanos - sangue, suor, saliva etc. - em busca de sinais de doenças. Mas, além de serem equipamentos grandes, eles têm o inconveniente de utilizarem insumos descartáveis. Mesmo que fossem miniaturizados, eles não atenderiam as necessidades de uma roupa inteligente, que deve fornecer informações inúmeras vezes, sem necessidade de que o usuário compre outra roupa.

Sensoriamento bioquímico

"O tecido é uma unidade de sensoriamento e processamento, adaptável para utilizar diferentes fluidos corporais e compostos bioquímicos. No mínimo, algumas análises bioquímicas básicas poderam complementar as medições fisiológicas que já podem ser monitoradas. Em algumas circunstâncias, as análises fluídicas podem ser a única forma para se obter informações sobre o estado de saúde de uma pessoa," explica o Dr. Jean Luprano.

As medições fisiológicas a que o Dr. Luprano se referem são dados como o ritmo cardíaco, a temperatura e algumas outras medidas que podem ser obtidas por meio de sensores comuns, já disponíveis no mercado, e já incorporados em algumas roupas para atletas.

Um dos maiores desafios encontrados pelo projeto Biotech foi projetar os biossensores de forma que eles pudessem operar com quantidades mínimas de fluidos - não faria sentido se a roupa funcionasse apenas quando a pessoa se exercitasse ou se ferisse. Outra dificuldade era fazer com que os fluidos chegassem até os sensores.

Analisando suor e sangue

Uma das saídas encontradas foi o desenvolvimento de um biossensores iônicos, capazes de medir as concentrações de sódio, potássio e cloretos em amostras de suor. Foram desenvolvidos também um sensor capaz de medir a condutividade do suor e outro capaz de indicar por cores o seu pH.

Um imuno-sensor, que pode ser integrado não apenas na roupa, mas também em bandagens e curativos, consegue detectar a presença de proteínas específicas no organismo por meio da análise dos fluidos presentes no ferimento.

Oxímetro

O biossensor de oxigênio faz o mesmo trabalho dos oxímetros, aparelhos destinados a medir a concentração de oxigênio na corrente sangüínea. Ele opera por meio de uma técnica chamada oximetria reflectiva.

Um conjunto de fibras ópticas plásticas ilumina uma grande área do tórax da pessoa, coletando de volta as luzes de cor vermelha e infravermelha e enviando as informações para o oxímetro incorporado na roupa.

Para capturar as quantidades mínimas de suor emitidas pelo corpo em atividade física normal, os cientistas utilizaram uma combinação de fios hidrofílicos e hidrofóbicos, construindo canais capazes de coletar o suor das axilas antes que ele vaporize e levá-lo até os sensores.


Roupa inteligente
Tecidos ganham sistema autolimpante, cuidam da saúde e avisam quem esquece a carteira.
Se Gisele Bündchen nascesse daqui a 20 ou 30 anos, talvez não fizesse tanto sucesso quanto hoje em dia nos desfiles de Paris, Milão e Nova York. Isso não quer dizer que as pessoas logo logo vão ficar malucas – e sim que as roupas do futuro terão sistemas tão inteligentes e avançados que prometem atrair muito mais a atenção do público do que as próprias modelos. Diversos químicos, físicos, designers e até engenheiros elétricos espalhados pelo mundo todo estão ocupados agora mesmo estudando formas de desenvolver a alta-costura high-tech.

Se eles tiverem sucesso, as roupas terão um papel muito maior do que simplesmente manter as pessoas protegidas ou deixá-las mais bonitas. Elas serão autolimpantes, irão monitorar os batimentos cardíacos, manterão o corpo funcionando apropriadamente porque administrarão medicamentos quando necessário e – muito importante! – não vão deixar você sair de casa sem as chaves do carro ou os óculos.

Roupas que falam

Um dos mais ambiciosos projetos fashion está sendo desenvolvido desde 1999 em Bruxelas, na Bélgica, por um grupo privado de pesquisadores do Starlab. A idéia é fazer roupas em camadas, cada uma com uma função específica. Uma monitora funções vitais, como batimentos cardíacos; outra avisa ao dono todos os compromissos diários. O protótipo inclui uma camada que controla bolsos especiais para objetos pessoais, como telefone celular, chaves e dinheiro. Esses compartimentos são programados para reconhecer itens específicos. Portanto, se o cidadão esquecer a carteira no restaurante, um chip localizado na lapela o avisará, provavelmente acionando uma pequena luz piscante. Para os cientistas do Starlab, no futuro uma roupa de ginástica poderá auxiliar o atleta nos exercícios trocando, por exemplo, a música que ele ouve no walkman por algo mais agitado, forçando-o a acelerar o ritmo.

Fim da academia

As mulheres vão dar gritinhos histéricos na fila em frente à grife Victoria’s Secret se um projeto que a empresa vem pesquisando der frutos: tecidos que tratam da celulite. A idéia, que já foi patenteada, consiste em encher cápsulas minúsculas que compõem a trama do tecido com acetato de teofilina (THA), uma substância que promete acabar com os indesejáveis furinhos que atingem nove entre dez mulheres. O THA é amarrado às fibras com polímeros orgânicos e, quando a trama está mais gasta, o suor da pele, num processo químico, libera a substância.

Amigo do peito

Outra boa notícia para o universo feminino: um instituto de pesquisa da Austrália está trabalhando no “sutiã inteligente”. Um chip instalado na peça de roupa detecta se a mulher está fazendo movimentos mais bruscos, como andando num passo apertado ou fazendo exercícios, e automaticamente torna o sutiã mais rígido.

O poder do odor

Outra aposta futura diz respeito ao cheiro das roupas. De acordo com especialistas em odores, eles são capazes de direcionar emoções, ativar a memória, influenciar no funcionamento do organismo e até mesmo fazer-nos cair em tentação. Os modelitos high- tech poderão aumentar sua autoconfiança (numa entrevista de emprego), liberando aromas específicos para isso, deixá-lo acordado ou, ao contrário, diminuir sua ansiedade e fazê-lo dormir.

 

 

Fonte: http://informatica.hsw.uol.com.br/roupas-inteligentes.htm
       http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=010160041015
       http://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&lr=lang_pt&q=a+mordida+do+tubar%C3%A3o&start=10&sa=N
       http://idgnow.uol.com.br/computacao_pessoal/2007/07/25/idgnoticia.2007-07-25.0222980079/
       http://super.abril.com.br/tecnologia/roupa-inteligente-443626.shtml