CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Garrafas PET podem se transformar em casas pré-moldadas - Parte 1

pet252005 - Apesar da praticidade, as garrafas PET representam um grave problema ambiental, já que o resíduo pode levar séculos para se decompor na natureza. O efeito ainda se multiplica se não é dada a destinação correta, para reciclagem e reaproveitamento. A criatividade pode ser uma excelente saída para resolver impasses ambientais como os causados por produtos como este. O uso dessas garrafas está se multiplicando sobretudo no artesanato, principalmente na época de Natal. Em vários lugares do país, podem ser vistas árvores de Natal inteiramente confeccionadas com as garrafas. 

A catarinense Thaís Lohmann Provenzano, arquiteta e urbanista, realiza um trabalho de mestrado na Universidade Federal de Santa Catarina, em que as garrafas podem ser utilizadas na construção de casas em substituição aos tijolos. Os painéis são pré-fabricados e os blocos cerâmicos comumente utilizados foram substituídos pelas garrafas e preenchidos com argamassa e cimento. Elas são cortadas na base e encaixadas umas nas outras, sobre um molde, antes do preenchimento.

Segundo ela, as garrafas já estão começando a ter um valor no mercado, mas ainda representam problemas para o meio ambiente, por seu elevado tempo de decomposição. “Grande parte ainda é jogado em rios e aterros sanitários”, diz. Em sua tese, ela destaca números a revelarem que anualmente cerca de 500 milhões de garrafas se transformam em toneladas de lixo, capazes de entupir bueiros, bloquear galerias pluviais e cobrir aterros sanitários.

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Os tijolos tradicionais podem agredir o meio ambiente, pois exigem a retirada de recursos naturais. Segundo a arquiteta, os tijolos de garrafa pet além de não exigirem esses recursos, dão um destino ambientalmente correto ao material. “Reduz a poluição e a retirada dos recursos naturais”, reforça.

Apesar das vantagens, o produto ainda não está sendo comercializado. O trabalho do mestrado está em fase de desenvolvimento e depende de testes. “A idéia é difundir para a comunidade a possibilidade de substituir os tijolos, para que procurem os painéis para a fabricação das casas”, explica Thaís.

As instalações hidráulicas e elétricas são facilitadas nesse modelo. Diferente das casas comuns de concreto, que precisam ter as paredes quebradas, as canalizações e dutos são embutidos antes da finalização.

 

 

Thaís é autora também de outro projeto relacionado à reciclagem. A Recicleta é um veículo adaptado, semelhante à uma bicicleta, com um suporte para transporte do material. Ela diz que essa não é uma idéia nova e que a própria comunidade, em geral criativa, já improvisa seus meios de transporte adaptados. Segundo ela, o veículo poderia ser fabricado para distribuição aos recicladores.

O veículo possui acoplado um amassador de latas que permite uma redução de até 80% do volume do material coletado. Com divisórias móveis, o material pode ser separado sem chegar a se misturar. Por enquanto, o projeto está parado, pois Thaís se dedica ao mestrado e à casa de tijolos de garrafas pet.

 

 

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Casas feitas com tijolos de isopor e garrafas pet diminuem custos da construção


2007 - Um projeto habitacional desenvolvido na Universidade Tecnológica Federal do Paraná, o antigo Cefet de Curitiba, pode se tornar uma alternativa para as famílias de baixa renda. Tijolos feitos com uma mistura de isopor e cimento, por fora, e garrafas plásticas de refrigerante por dentro foram utilizados para a construção de três casas.

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Segundo reportagem do telejornal ParanáTV, 1.ª edição, o projeto já ganhou nove prêmios voltados para desenvolvimento e preservação do meio ambiente. A primeira casa, construída há sete anos por esse sistema, não apresentou nenhuma rachadura e nenhuma infiltração.

Na casa de 25 metros quadrados foram utilizados 18 mil litros de isopor triturados e 875 garrafas pet. Os tijolos são encaixados e mais leves que o convencional, de cerâmica. Além disso, o tijolo feito de isopor e garrafas plásticas deve custar até 20% mais barato que o normal.

“Uma construção como essa, primeiramente não usa a massa para unir um bloco no outro. Na parede toda a tubulação hidráulica e elétrica fica internamente no bloco. Fora que você tem o isolamento térmico e acústico. Além do que, você tem um menor desgaste físico do operário, pois o tijolo é mais leve”, afirmou Rodrigo César, que participa do projeto.


Casas feitas com garrafas PET


2009 - Se você ainda pensa que depois de consumir um refrigerante, o destino da garrafa PET só pode ser o lixão ou, no máximo, uma nova garrafa PET, certamente vai mudar de opinião ao conhecer as inúmeras funções que ela pode desempenhar no ramo da construção civil e do design de interiores.

O pessoal da miniWIZ – uma empresa especializada em soluções para geração de energia limpa e redução das emissões de carbono – é um ótimo exemplo. Recentemente, eles criaram o POLLI-Brick, um polímero que faz as vezes de blocos de tijolos, mas é construído com garrafas PET e pode tomar as mais diversas formas.

Dá para construir desde vasos de plantas até paredes, telhados ou mesmo (veja foto acima) construções inteiras! Além de dar um ar descolado ao ambiente, o material facilita a entrada de luz natural, o que ajuda a reduzir a conta de energia no final do mês e poupa a produção do país. Para quem está preocupado com a privacidade entre quatro paredes, o blog Inhabitat diz que o isolamento acústico e térmico é garantido.

O produto ainda não está disponível no mercado, mas será apresentado na Exposição Internacional de Jardinagem e Horticultura de Taipé (localizada ao norte da ilha de Taiwan), em 2010.

 

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PARTE 2