VERDADES INCONVENIENTES

Os custos insanos de manter um carro no Brasil..vale realmente a pena ter??? Parte1

cuscar topo 118/01/2018 - Custos Brasil X EUA, as diferenças vão muito além de uma simples conversão de preços entre os países. Confira o nosso levantamento e saiba quanto pagamos a mais. Relacionar o mercado brasileiro de automóveis com o norte- americano vai além de uma conversão simples de valores. É preciso entender preços, tributação, diferenças na composição do combustível e até estatísticas de retorno de imposto. Afinal, como pudemos ver na lista dos supercarros apreendidos pela Polícia Federal, nem sempre o nosso dinheiro está indo para o destino correto. Partindo disso, a reportagem do iG Carros apresenta o levantamento de diversos tópicos para comparar os custos de se manter um carro no Brasil.

1 - Financiar um carro é (bem) mais fácil

Este é um dos tópicos que mais gera polêmica entre os custos . Em uma conversão de valores, concluímos que, em dólar, os carros brasileiros não ficam tão distantes dos americanos. Convertendo o valor do Honda Fit EXL, avaliado em R$ 80.900, para dólar, chegamos em exatos US$ 25 mil. Valor bem próximo dos US$ 21.410 que a Honda pede por ele nos Estados Unidos, na mesma versão. Tudo muda quando tratamos das condições de financiamento.

Nos Estados Unidos, é possível dar uma entrada mínima e financiar o resto diretamente com o vendedor. Ao fim do financiamento, você não terá pago nem 10% de juros pela compra. Vamos, novamente, tomar o Fit EXL como exemplo. O site da Honda americana permite simulações de financiamento, que são feitas diretamente com a marca, sem intermédio de bancos, como acontece no Brasil. Escolhemos o financiamento em 60 meses, oferecendo 10% de entrada (US$ 2.100), que é um dos tipos mais comuns de compra de carro por lá.

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O valor mensal a ser pago ficaria na casa dos US$ 351, que multiplicado pelo número de meses resultaria em US$ 21.060. Somando os US$ 2.100 que oferecemos de entrada, chegamos ao valor real de um Honda Fit EXL financiado com 10% de entrada nos Estados Unidos: US$ 23.160 (cerca de R$ 75.243 numa conversão simples). Nesse caso, ao longo dos 60 meses, você terá pago US$ 1.750 de juros, ou cerca de R$ 5.685.

Trouxemos o negócio para a nossa realidade e oferecemos metade do valor do carro de entrada (R$ 40 mil). Nos foi concedido um parcelamento de R$ 1.234,92, que seriam pagos ainda em 48 meses. Nesse caso, ao fim do parcelamento, o cliente terá desembolsado R$ 99.232 pelo modelo compacto da Honda, o que representa R$ 17.232 apenas em juros. Portanto, por mais que o valor de tabela, em dólar, não seja tão discrepante entre Brasil e Estados Unidos, as condições de financiamento permitem um negócio muito mais fácil e viável nos EUA. Antes de colocar a nota fiscal astronômica do seu carro na conta das montadoras, lembre também de culpar os bancos. O imposto para manter um carro lá também é menor. O IPVA do Honda Fit EXL custa R$ 3.236, enquanto o seu equivalente nos Estados Unidos ( Motor Vehicle Excise Tax ) está na casa dos US$ 256,25, ou R$ 827,68.

2 - Revisões em conta

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Paga-se muito mais para manter um Honda Fit no Brasil que nos Estados Unidos. Por aqui, as manutenções do Fit EXL estão tabeladas em R$ 279,28 aos 10 mil quilômetros, R$ 410,87 aos 20 mil quilômetros e mais R$ 440,28 aos 30 mil quilômetros. Ou seja, ao chegar nos 30 mil quilômetros rodados, o cliente terá deixado R$ 1.129 na concessionária.

A Honda dos Estados Unidos oferece um plano de manutenção semelhante, porém mais barato.De acordo com a planilha de reparos disponível no site de uma concessionária em Jacksonville (FL), as revisões acontecem às 5, 10, 15 e 20 mil milhas rodadas, sendo que o último número corresponde a 32 mil quilômetros. Nesse caso, um americano pagaria US$ 100 nas duas primeiras, US$ 299 na terceira e mais US$ 100 na quarta, totalizando US$ 600 ( em torno de R$ 1.949) por um serviço mais completo, lembrando que nos EUA é feita uma revisão a mais.

3 - O preço do pedágio

Se você mora em São Paulo e gosta de ir para a região litorânea, está entre as pessoas que sofrem com o pedágio da Anchieta, na altura do Riacho Grande, em São Bernardo do Campo. Ele foi reajustado para R$ 25,60 na metade do ano passado, e passou a pesar ainda mais no bolso de quem desce a serra para Santos.

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Pois bem, o pedágio mais caro dos Estados Unidos está localizado na Cheaspeake Expressway, na Virgínia, e custa US$ 1,05 (ou R$ 3,39, em uma conversão simples). Achou pouco? Pois saiba que o segundo pedágio mais caro do país está na Califórnia, mais especificamente na 17-Mile Drive, e custa US$ 0,54 (ou R$ 1,74). E ainda tivemos outra surpresa: é possível trafegar por metade dos estados americanos sem encontrar qualquer pedágio para interromper sua viagem. Alguns estados, como a Flórida, ainda disponibilizam o SunPass, que seria equivalente ao nosso Sem Parar. Entretanto, além de passagem livre nas catracas pelas extremidades, o condutor ainda terá 20% de desconto em qualquer pedágio.

4 - Combustível com preço justo, e de qualidade

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O que desencadeou a ideia para nossa lista foi a notícia de que o preço da gasolina nos Estados Unidos é o mais alto desde 2014. A partir deste ano, a gasolina terá um aumento de US$ 0,19, totalizando o novo valor de US$ 2,57 por galão, ou R$ 8,35 por 3,78 litros de combustível. É como se os americanos estivessem pagando R$ 2,20 pelo litro da gasolina, valor muito mais baixo que o preço praticado no Brasil. Em uma volta rápida pelos postos na Zona Norte de São Paulo, os menores preços encontrados para a gasolina comum estão na faixa dos R$ 3,79

Há um agravante para deixar a conta ainda mais absurda: a quantidade de etanol presente na gasolina brasileira é de 27% para o combustível comum e aditivado, e 25% para o premium. Isso não é segredo, e os números podem ser encontrados no site oficial da Petrobras. Ou seja, além de mais caro, o nosso combustível rende bem menos que o americano, com 10 % de etanol de milho.

5 - Manter o carro também é mais barato

Selecionamos três itens básicos na manutenção de qualquer veículo para compará-los aos produtos americanos: óleo, pneus e jogo de velas. No Brasil, encontramos um litro de óleo Castrol Edge 5w30 sintético por R$ 51. O mesmo óleo pode ser adquirido por US$ 15,80 (em torno de R$ 51,30) nos Estados Unidos. Convertendo o que os americanos pagam para a nossa moeda, os preços se equiparam. Entretanto, o valor de compra do Castrol Edge por lá é bem menor, por conta das condições econômicas do país.

Partimos então para o jogo de velas da NGK IZRF6K, e a disparidade volta a aparecer. O conjunto foi encontrado por US$ 19,06 nos Estados Unidos através do eBay (ou R$ 61,56 em uma conversão simples). Por aqui, o melhor preço que encontramos para o mesmo produto foi R$ 187.

Uma das coisas que mais pesam no nosso bolso quando falamos da manutenção e segurança de um veículo é o jogo de pneus. Escolhemos um conjunto Michelin Premier A/S 255/60 R16, que é vendido nos dois países e equipa modelos populares. O melhor preço encontrado nos Estados Unidos está na casa dos US$ 567,88 (ou R$ 1.832), pelo jogo completo de quatro pneus. Nas mesmas condições, a Michelin pede R$ 4.205 aqui no Brasil. Sem falar que pneus são menos duráveis no nosso País por conta da qualidade do asfalto.

Tiramos algumas conclusões ao final de nossa lista. Nem sempre o que vai pesar no seu bolso é o preço do carro, mas sim a taxa de juros elevada e os impostos. Lembramos que nos áureos tempos da indústria automotiva, em meados de 2012, tanto o IPI quanto os juros eram bem mais baixos. Com o aumento na carga tributária, que começou entre 2014 e 2015, os números do mercado brasileiro entraram em queda livre com os custos. Para comprar um carro zero com boas condições nos dias de hoje, só dando uma boa parcela de entrada ou oferecendo outro veículo na troca.

 

Custo para ter carro no Brasil está entre maiores do mundo

 

06/07/2018, por Henrique Rodriguez - Levantamento feito por consultoria britânica revela carros e seguros com preço acima da média de outros países. Carro no Brasil não é barato e nós sabemos disso bem. Mas abastecer e bancar um seguro de carro dentro de nossas fronteiras também é mais caro do que em boa parte do mundo. Um levantamento da consultoria CarFinance247 publicada pela revista britânica AutoExpress usou o Volkswagen Golf 1.4 para comparar os custos de manter um carro ao redor do mundo. O Brasil está perto do topo do ranking – e isso não é nada bom.

Na conversão direta, o Golf vendido no Brasil é, disparado, o mais caro de todos: custa R$ 95.670 quando seu preço na Austrália é equivalente a R$ 64.070 e na África do Sul sai por R$ 71.450.

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Há disparidades na renda de cada país que a listagem tenta equilibrar mostrando o PIB (produto interno bruto) per capita. Se no Brasil ele é de R$ 50.340, na África do Sul é de R$ 43.160 e na Austrália chega a impressionantes R$ 149.180. Além do carro mais barato, a Austrália é mais rica, tornando a compra de um Golf tarefa ainda mais fácil. Por outro lado, o preço de um litro de diesel por lá está um pouco acima: R$ 3,25 contra os nossos R$ 3,12. A gasolina daqui é mais cara, custa R$ 3,86 contra R$ 3,08.

Depois da compra do carro, ninguém sofre tanto quanto os alemães e britãnicos. Nos dois países um litro de gasolina custa o equivalente a R$ 4,72 – e o preço do diesel é muito parecido. O seguro no Brasil fica na média de R$ 4.050, enquanto no Reino Unido (com PIB per capita de R$ 135.155) custa R$ 3.019 e na Alemanha (PIB per capita de R$154.593) sai por salgados R$ 5.186. É o preço que se paga por ter vias sem limites de velocidade…

Mas o trânsito louco da Rússia (com PIB per capita de R$ 79.996) não implica no preço dos seguros por lá: proteger um Golf 1.4 TSI sai por apenas R$ 218. E por R$ 1,92 o litro, a gasolina na Rússia consegue até ser mais barata do que na Venezuela, onde custa R$ 2. Ambos os países, claro, são grandes produtores do combustível, assim como os Emirados Árabes Unidos, onde um litro custa o equivalente a R$ 1,44 e a renda per capita é de assombrosos R$ 231.300.

 

Como os custos do carro do Reino Unido se comparam com o resto do mundo?

 

30/08/2016 - Parece que os motoristas do Reino Unido pagam as probabilidades, mas como nossos custos de automobilismo se comparam com o resto do mundo?
Com os preços dos combustíveis e as contas de seguros aumentando, os custos de funcionamento não são apenas um inconveniente na compra de um carro novo. A economia, os grupos de seguros e os valores residuais agora interessam a alguns compradores, tanto quanto o desempenho, o manuseio eo espaço da cabine.

E há uma boa razão para isso. Um novo Volkswagen Golf 1.4 no Reino Unido custa cerca de £ 19,000, enquanto os preços médios dos seguros flutuam em cerca de £ 715. Adicione uma nota anual de combustível de £ 1.154, e qualquer pessoa com um orçamento vai sentir a pitada. Mas temos isso tão ruim? O Auto Express juntou-se ao especialista em finanças especialista CarFinance247 para investigar o custo do automobilismo globalmente e ver o quanto os condutores do Reino Unido pagam em comparação.

Enquanto os números fazem parecer como se estivéssemos atraindo mais do que na maioria dos outros países, vale a pena notar que os salários em outras partes do mundo não são tão altos. Isso significa que muitas vezes podemos realmente pagar proporcionalmente menos por carros novos, combustível ou seguros.

Reino Unido

Custo médio do carro novo (Volkswagen Golf 1.4): £ 19,000
Custo do combustível por litro: sem chumbo £ 1,09; diesel £ 1.10
Custo médio do seguro: £ 715
PIB per capita: US $ 41.324 (£ 31.261)

Alemanha

Custo médio do carro novo (Volkswagen Golf 1.4): 20.675 Euros (£ 17.662)
Custo do combustível por litro: sem chumbo 1,28 Euros (£ 1,09); diesel 1.02 Euros (£ 0.98)
Custo médio do seguro: 1.400 Euros (1.197)
PIB per capita: $ 47,268 (£ 35,757)

O acesso a extensões irrestritas de rodovia pode explicar em parte porque os prémios de seguro na Alemanha são tão elevados. Os cinco carros mais vendidos do país provêm de fabricantes domésticos como a Volkswagen e a Mercedes, com o Golf cobrindo os gráficos - o que representa quase três vezes mais vendas que o Passat, em segundo lugar. Enquanto isso, a conta anual de combustível para motoristas alemães é estimada em £ 1.097.

Rússia

Custo médio do carro novo (Volkswagen Golf 1.4): 1.246.488 Rublos (£ 14.743)
Custo do combustível por litro: sem chumbo 37,15 rublos (0,44 €); diesel 35,56 Rublos (£ 0,42)
Custo médio do seguro: 3.432-4188 Rublos (£ 40- £ 50)
PIB per capita: $ 24,451 (£ 18,496)

Com a quantidade de vídeos de caminhos de tablaturas ridículos que emergem da Rússia, um preço médio de seguro de £ 40 parece bastante baixo. Mas, como o carro mais barato da Lada, que vende grandes vendas, em 300 mil rublos (£ 3,546), os prémios baixos começam a ter sentido. O seguro foi opcional no país até 2003. A Rússia também é conhecida pelo seu vasto acesso ao gás natural; Muitos motoristas converteram seus carros em GLP para serem economizados. Não era que os preços dos combustíveis eram altos de qualquer maneira.

Estados Unidos

Custo médio do carro novo (Volkswagen Golf 1.4): $ 20.175 (£ 15.271)
Custo de combustível por litro: sem chumbo: $ 0.43 (£ 0.33); diesel $ 0.49 (£ 0.38)
Custo médio do seguro: US $ 907 (£ 695)
PIB per capita: US $ 55.836 (£ 42.266)

Os carros custam em média menos nos EUA do que aqui, apesar do tamanho deles. Enquanto o melhor vendedor do Reino Unido é o pequeno Ford Fiesta, os modelos mais populares nos EUA são grandes pick-ups e SUVs pesados como a Ford F-Series e o Chevrolet Silverado. Os preços médios de segunda mão de uma Série F 2010 são o equivalente a £ 14,800, enquanto o combustível e os seguros também são mais baratos.

Venezuela

Custo médio do carro novo (Volkswagen Golf 1.4): 227.376 Bolívar (£ 17.476)
Custo do combustível por litro: sem chumbo 5.99 Bolívar (£ 0.46); diesel 5.99 Bolívar (£ 0.46)
Custo médio do seguro: 2.550 Bolívar (£ 196)
PIB per capita: $ 14,414 (£ 10,911)

Mesmo depois que o novo presidente Nicolas Maduro as subisse em 6.000 por cento, os preços dos combustíveis na Venezuela ainda estão entre os mais baratos do mundo. O país sul-americano fica em cima das maiores reservas de petróleo do planeta, e o combustível barato tem sido uma forma de vida por anos. Quando o governo tentou aumentar os preços dos combustíveis no passado, em 1989, o público invadiu tumultos mortais em protesto.

Brasil

Custo médio do carro novo (Volkswagen Golf 1.4): 95.670 reais (£ 22,341)
Custo do combustível por litro: sem chumbo 3.68 real (£ 0.89); diesel 3.10 Real (£ 0.75)
Custo médio do seguro: 3.824 Real (£ 929)
PIB per capita: US $ 15,359 (£ 11,618)

O Brasil é famoso por executar muitos de seus carros em cana-etanol, mas sua conta de combustível média ainda é de £ 735. Os motoristas não precisam comprar seguro de carro, mas curiosamente, aqueles que optam por isso pagam mais do que aqueles na África do Sul e no Reino Unido. A maioria dos brasileiros vive em grandes cidades onde carros pequenos como Hyundai HB20 e Ford Ka são os melhores vendedores.

África do Sul

Custo médio do carro novo (Volkswagen Golf 1.4): 306,000 Rand (£ 16,491)
Custo do combustível por litro: sem chumbo 12,37 Rand (£ 0,71); diesel 10.05 Rand (£ 0.58)
Custo médio do seguro: 4.576 Rand (£ 263)
PIB per capita: $ 13.165 (£ 9.961)

A taxa de aprovação pela primeira vez para testes de condução na África do Sul é de apenas 39 por cento, mas o país não tem nenhum requisito legal para comprar um seguro de carro. À medida que as estradas são preenchidas com motoristas segurados e sem seguro, é surpreendente que os motoristas ainda paguem apenas uma fração de cobertura em comparação com os motoristas do Reino Unido. Os proprietários dizem que gastaram cerca de £ 577 por ano em combustível, com o Volkswagen Polo, o melhor vendedor do país no ano passado.

Emirados Árabes Unidos

Custo médio do carro novo (Volkswagen Golf 1.4): 80,594 AED (£ 16,571)
Custo do combustível por litro: sem chumbo 1.58 AED (£ 0.33); diesel 1.61 AED (£ 0.34)
Custo médio do seguro: 1.980 AED (£ 412)
PIB per capita: $ 70,237 (£ 53,082)

Com abundância de petróleo em suas reservas, Emirados Árabes Unidos são paraíso para os motoristas que procuram dirigir seus carros de forma econômica. Os custos de combustível são estimados em apenas £ 372 - a mão, já que são carros mais vendidos dos Emirados Árabes Unidos estão sedentos 4x4, incluindo os gostos do Toyota Hilux e Land Cruiser, bem como o Nissan Patrol. O seguro é mais do que os motoristas do Reino Unido pagam também.

Índia

Custo médio do carro novo (Volkswagen Golf ou equivalente): 755,000 Rúpias (£ 8,644)
Custo do combustível por litro: sem chumbo 62,63 Rúpias (£ 0,73); diesel 47,95 Rúpias (£ 0,55)
Custo médio do seguro: 19.215 Rúpias (£ 220)
PIB per capita: US $ 6.088 (£ 4.605)

Enquanto uma nova escotilha pode ser sua por £ 8,644 na Índia, a maioria dos motoristas entre 1,3 bilhão de habitantes prefere comprar carros menores feitos para o mercado. Tata, o gigante indiano que possui Jaguar Land Rover, vende seu novo Nano de 199 mil Rúpias, ou £ 2,175. Mas a propriedade do carro ainda não alcançou seu potencial total na Índia. Em 2015, o carro mais vendido do país era o Maruti Suzuki Alto, mas apenas 249.507 encontraram casas; A Ford vendeu 133.434 festas aqui no ano passado, apesar da diferença de população.

Japão

Custo médio do carro novo (Volkswagen Golf 1.4): 2.620.000 ¥ (£ 19.793)
Custo do combustível por litro: sem chumbo: 131,20 ¥ (£ 0,99); diesel 110.50 ¥ (£ 0.83)
Custo médio do seguro: 27.840 ¥ (£ 210)
PIB per capita: $ 37.321 (£ 28.233)

O Japão tem um dos testes de condução mais difíceis do mundo, o que significa uma população de drivers cuidadosos e atenciosos. Isso poderia explicar por que os custos de seguro são cerca de um quarto do que os motoristas do Reino Unido pagam. O Japão também é um grande fã de pequenos carros "kei" como o Honda N-Box, que é o segundo melhor vendedor do mercado. Esses carros pequenos significam economia de combustível mais forte, e os motoristas japoneses gastaram £ 871 por ano em combustível.

Austrália

Custo médio do carro novo (Volkswagen Golf 1.4): AUS $ 25,000 (£ 14,787)
Custo do combustível por litro: sem chumbo: AUS $ 1.20 (£ 0.71); diesel AUS $ 1.21 (£ 0.72)
Custo médio de seguro: AUS $ 1.142 (£ 675)
PIB per capita: US $ 45,514 (£ 34,430)

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Embora a Austrália tenha mais de 30 vezes o tamanho do Reino Unido, tem apenas metade dos carros. A conta de combustível anual média define os motoristas de volta 656 e os prémios de seguro também são mais baratos do que no Reino Unido. Enquanto outros grandes países, como os EUA, adotaram grandes pick-ups e SUVs para ir com os vastos espaços abertos, o carro mais vendido na Austrália é o Toyota Corolla, com o Mazda 3 firmemente em segundo lugar. Em média, um Toyota Corolla 2010 de segunda mão custará apenas £ 7.000.

 

Quanto custa manter um carro e por que isso pode ser uma fria

 

10/08/2017 - Acredite: seja 1.0 ou 6 cilindros, ter seu próprio automóvel custa tanto quanto um filho. Sim, eu sei que meu sustento vem justamente da venda de carros e do consequente conteúdo que isso gera para o Acelerados, meu ganha-pão. Mas não posso mentir. Financeiramente, ter um carro é uma enorme roubada. Sentimentalmente, para quem gosta disso como eu gosto, manter um carro é uma deliciosa irresponsabilidade.

“Mas mesmo um Celtinha ou Palio 1.0 são roubadas?” Oh, yeah, my friend. Ainda mais se você roda menos de 10 mil quilômetros por ano. Ter um carrinho novo te leva, no mínimo, R$ 1.000ão por mês.

Duvida? Vamos às contas. Imagine que você comprou um Chevrolet Onix zero, atualmente o mais vendido do Brasil, por R$ 46.150.

Comece pelo fim: se você não tivesse comprado o carro, estes 40 e poucos mangos rederiam cerca de R$ 4.600 por ano (tomando por base um investimento que lhe dê 10% a.a.). Só aí você teria R$ 383,33 a mais por mês no bolso. Na melhor das hipóteses, seu Ônix vai desvalorizar 10% ao fim de um ano. Outros R$ 4.600 e poucos reais a menos no seu patrimônio. Até aqui, estamos falando de um chute na canela de R$ 766 por mês.

Sendo otimista, você vai pagar mais ou menos R$ 2.300 de seguro (5% do valor do carro) e exatos R$ 1.846 de IPVA. Não perca a conta: você já ficou R$ 13.338 mais pobre em um ano. Não vou nem contabilizar os custos da documentação, já que eles incidiriam apenas no primeiro ano do carro, mas pode arredondar facilmente para R$ 15.000. Não contabilizei também os juros de um eventual financiamento (e eles são altos).

Tudo bem se eu disser que você paga quase R$ 1.300 por mês para dizer “meu carro”? Ah, calma: isso para dizer “meu carro está ali parado; olha que lindo”.

Para dizer “vamos com meu carro até lá” você ainda abastece com a gasolina a quase R$ 4 o litro e pode tomar uma batida, uma ralada ou ter o pneu estourado. Falando em pneus, eles gastam. Depois de um ano rodando, talvez você precise trocar os quatro. Na ponta de um lápis mais apurado, tudo isso custa o mesmo que ter um filho. Ou mais. Chocado? Calma. E eu, que tenho um carro que custa mais do que dois Ônix e rodo com ele apenas duas vezes por semana? Financeiramente, sou um idiota. Eu sei.

Mas no meu caso é pura paixão pela máquina e por tudo o que ela me traz. Muito pouco de transporte. Absolutamente tudo de paixão. É o meu futebol, a minha caipirinha, o meu surf. Só que bem mais caro. Já cansei de me culpar pelo meu gosto e não faço mais isso. Deveria ter nascido gostando da pelada do fim de semana e olhe lá? Deveria. Isso aconteceu? Não. Então me resta trabalhar para curtir esta paixão.

É claro que a comodidade de ter a chave ao seu alcance é outro mundo, mas um mundo que pode ser caro. Se ter um carro não é o seu hobby e você não roda horrores, pense bem e pense muito. Você provavelmente está rasgando dinheiro. Há milhares de carros à disposição de um toque no seu smartphone. Se a sua conta de Táxi, Uber, Cabify ou afins não estouraria R$ 1.000 e você não faz a menor questão de ter seu próprio carro, pode vender sem pensar.

 

6 motivos que explicam por que você paga tão caro por um carro zero no Brasil

 

Por Felippe Hermes, 2017 - Sonho de qualquer brasileiro acostumado a utilizar nossos serviços de transporte público, o carro próprio tornou-se quase um item folclórico. Para a revista americana Forbes, apenas rodas folheadas a ouro justificariam o preço que pagamos por aqui. Na prática, o buraco é muito mais embaixo. Nosso setor automotivo é uma eterna festa, onde montadoras e governos lucram e se divertem e você, como sempre, paga a conta.

Para qualquer governante de plantão, incentivar o setor automobilístico é quase um sinônimo de incentivar a economia e, claro, arrecadar. A lógica, por trás desta ideia não é difícil de entender. Cada carro a mais nas ruas é um incentivo para o setor de autopeças, que, sozinho, fatura R$ 100 bilhões por ano, quase duas vezes o que a JBS fatura por aqui, mais seguros contratados, mais consumo de gasolina (aquela que você paga 54% de impostos para abastecer), mais pagadores de IPVA, além de inúmeras fábricas construídas para atender às demandas das próprias montadoras.

Esta não é nem de longe uma festa recente. Há quase seis décadas optamos por tratar a indústria automobilística como sinônimo de progresso. Chamamos para cá montadoras asiáticas, europeias e americanas, dando a elas a certeza de pouca ou nenhuma concorrência com o setor externo, garantindo que importar um carro seria um desafio tão grande que qualquer espertinho logo desistiria.

Sem opções e vendo as grandes cidades crescerem sem alternativas eficientes de transporte público, a maioria dos brasileiros tornou-se refém deste modelo e acabou tendo de engolir carros de padrão inferior ao internacional, a preços muito mais elevados.

Ao contrário do que querem fazer crer as próprias montadoras, porém, esta não é uma consequência exclusiva dos impostos escorchantes cobrados por aqui, mas um acúmulo de fatores, muitos dos quais montadoras e governantes não parecem nem um pouco dispostos a mudar. Abaixo, resumimos alguns deles pra ajudar a entender melhor essa história.

1) Produzir no Brasil é mais caro

“Custo Brasil” é daquelas expressões que, a despeito do caráter técnico à primeira vista, têm uma explicação das mais simples possíveis, e os motivos pra isso você provavelmente já sacou: todo brasileiro já sentiu na pele o quanto nosso país parece viver um romance inabalável com a burocracia, a desconfiança por parte do setor público, a instabilidade jurídica e os custos raramente justificáveis para empreender ou simplesmente fazer negócios.

Uma logística deficitária, energia elétrica cara – a despeito da abundância de geração relativamente barata na nossa matriz energética (em especial por parte de hidrelétricas) – leis trabalhistas que muitas vezes inviabilizam o custo de contratar alguém (nunca é demais lembrar que pagamos por aqui as maiores taxas de impostos sobre o trabalho no mundo, ou R$ 57,56 em impostos a cada R$ 100 pagos por qualquer empresa) ou simplesmente a demora atípica para iniciar um negócio são problemas inescapáveis, ainda que você seja uma grande empresa e acredite poder compensar tudo isso com a mão amiga dos empréstimos subsidiados do BNDES.

Segundo a ANFAVEA, associação que reúne as montadoras em território nacional, fabricar um carro por aqui é até 60% mais caro que em outros países emergentes, e razões para isso não faltam. Ainda que as montadoras tenham benefícios tributários para produzir, toda a cadeia que atende o setor e produz as autopeças está sujeita a este mesmíssimo custo, com o agravante de que os custos tornam-se cumulativos. As chamadas sistemitas, empresas que produzem as peças necessárias para o processo final nas montadoras, enfrentam problemas comuns a qualquer empresa do país, tendo em vista o alto custo de nossas matérias primas, logística deficiente e a quase impossibilidade de se importar estas mesmas peças.

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Segundo estudo da mesma ANFAVEA, o custo dos insumos produzidos aqui é até 40% maior do que na média mundial. Para cada US$ 100 que se gasta para montar um carro na China, são gastos US$ 160 no Brasil, ou US$ 120 no México. Graças ao lobby de nossas siderúrgicas, que defendem suas práticas alegando gerar empregos vitais ao país, nosso aço é um dos mais caros do planeta e a importação é praticamente impossível.

Na prática, produzir um carro aqui consome em média 5,3 horas de trabalho, contra 2,6 horas no México. Some isso ao custo da nossa mão de obra e o resultado é um custo crescente, em nome da proteção do emprego nacional. Concorde ou não que devamos incentivá-los por estes meios, na ponta do lápis você paga por cada protecionismo, do operário de uma montadora ao grande grupo siderúrgico nacional, além do seu carro, um brinde de compensação.

2) A margem de lucro

Operar em um dos mercados mais fechados do planeta poderia ser algo desagradável para o setor. Afinal, impede que montadoras de médio porte cheguem por aqui e apreciem a festa, desfrutada em boa parte por quatro montadoras que concentram 53,33% do mercado. Nada disso desanima as novatas, como a Hyundai, que recentemente entrou para o grupo dos quatro maiores vendedores nacionais de veículos. Ainda que não sejam públicas, dado que as montadoras não são nacionais e portanto seus balanços são publicados apenas no exterior, sem fazer distinção entre vendas aqui e nos Estados Unidos por exemplo, estima-se que a média de lucro das companhias aqui instaladas chegue a 10%, contra 2% nos Estados Unidos e 5% na média mundial. Some a isto a margem maior por parte de revendedoras, e o lucro ganha papel relevante no preço final.

3) Os impostos

Se o lucro das montadoras assusta, a participação do Estado na brincadeira não sai por menos. Nossas taxas médias de impostos variam entre 48% e 53% do preço final, contra 21% na Argentina, 22% na Itália, 7,5% nos Estados Unidos, 5% no Japão ou 19% na Alemanha. Por onde quer que se olhe, somos campeões neste aspecto. Ao contrário do que possa parecer, boa parte dos impostos não sai exatamente do bolso das montadoras, mas se acumula ao longo da cadeia de produção. Imagine por exemplo que uma empresa de aço pague 42% de impostos sobre seus produtos. Ao ser tributada, a montadora terá de pagar uma taxa similar com base no valor do aço comprado, já embutido no custo, e, sobre o custo do veículo, pagar os impostos. Em outras palavras: nosso imposto assume um efeito cascata, tornando produtos mais complexos – e com maior número de processos de produção – os mais taxados.

Na média, a cada R$ 100 faturados pela indústria, R$ 42 são impostos, em boa parte graças a este efeito cumulativo. Em alguns dos casos mais bizarros, era possível – até decisão recente do STJ – que o governo cobrasse impostos sobre impostos, tudo porque, ao calcular quanto do ICMS uma empresa deveria pagar, os valores de PIS/Cofins entravam na base de cálculo. Assuma por exemplo que um produto custe R$ 20, sobre os quais deverão ser cobrados 20% de ICMS. Até bem pouco tempo, era completamente legal que os governos estaduais cobrassem impostos não sobre os R$ 20 do custo do produto, mas sobre R$ 20 + R$ 2 de PIS/Cofins, fazendo você pagar 20% de imposto sobre os R$ 2 também.

Práticas como essa não são exceções, mas uma consequência da confusão tributária vivida no Brasil há décadas. Gastamos em média 2600 horas para pagar impostos, isto é, para garantir junto à receita que nossos impostos estão OK. No México, o gasto era de 286 horas em 2015, enquanto na Argentina ficava em 405 horas.

4) A demanda crescente

O brasileiro paga o preço da vaidade

Você já deve ter se deparado com afirmações desse tipo e não é difícil cair em algo assim. Afinal, em um país tão desigual, o apelo de ter maior independência com um carro próprio ou o celular top de linha pode pegar, e muito. Na prática, esta é uma parte pequena do valor final. Nossos desafios rotineiros e incentivos perversos acabam sempre pesando mais. Note por exemplo que, das dez cidades com maior renda per capita do país, metade não possui sequer metrô subterrâneo, e não estamos falando apenas de cidades com desenvolvimento recente.

Nem a nossa empolgação com a Copa foi capaz de destravar obras urbanas tão relevantes em cidades como Curitiba. Em outras capitais, a escolha por BRTs se sobressaiu aos metrôs por questões meramente financeiras (sem contar aí os ganhos com externalidades de se ter menos carros circulando, poluição ou menos acidentes). Pode parecer lógico, já que incentivar o transporte público voltado aos ônibus impacta a vida de milhões de pessoas. Em longo prazo, porém, com concessões sempre destinadas a meia dúzia de cartéis já estabelecidos, repetimos um erro de acreditar que modais neste estilo sejam capazes de convencer a população a migrar do seu automóvel para outros meios de transporte.

Ironicamente, foi justamente um dos meios mais travados pelos governos municipais nos últimos anos quem iniciou uma mudança. Coloque na ponta do lápis o custo de se ter um veículo hoje, incluindo gasolina, seguro, estacionamento, depreciação, e não é raro encontrar vezes em que um aplicativo de caronas possa sair mais vantajoso. Justamente aí, na parte de incentivos, como alternativa em relação às tão frequentes multas da indústria arrecadatória, é que o gosto do brasileiro pode, enfim, mudar e impactar também o custo em longo prazo.

5) O mercado fechado

A popularização de marcas estrangeiras no setor na última década foi um daqueles fenômenos raros. Com o Brasil em alta, marcas de todo o mundo decidiram se instalar por aqui, incluindo nomes como Hyundai, que hoje figura no top 4 de maiores vendedores brasileiros.

Como de costume, o governo acabou enxergando nisso uma oportunidade para medidas um tanto quanto controversas. Por meio da lei de conteúdo nacional, incentivou empresas estrangeiras a virem produzir aqui e ampliou os custos de se importar. Na teoria, a ideia faz bastante sentido. Empresas como CAOA ganharam escala ao importar veículos e revendê-los a um preço competitivo. Com a lei, acabaram construindo indústrias aqui, gerando emprego, renda e um eleitorado bastante feliz.

Produzir localmente algo que sairia mais barato importar porém, é uma decisão via de regra política, e como tal, tem seu custo diluído pela sociedade. Justamente por nos prendermos a um debate sobre a importância de alguns setores como estes, que agreguem valor à economia, ou cerca de 21% do nosso PIB industrial hoje, acabamos drenando recursos de áreas em que poderíamos ser mais competitivos, não estivéssemos presos ao baile eterno que é a relação entre governo e montadoras.

Como na parábola do que se vê e o que não se vê, temos os empregos gerados pela indústria na parte visível, e os empregos que deixariam de ser criados ao gastarmos menos com coisas do tipo, e poupar para outros bens. O resultado é uma poupança menor do brasileiro, habituado a pagar mais caro em tudo, colaborando com problemas que se estendem bem além da indústria automobilística.

6) A falta de poupança do brasileiro

“Pague 2 e leve 1” é daquelas promoções rotineiras na vida de todo brasileiro. Ao contrário destas, onde o outro produto que você não leva é também chamado de imposto, no caso de bens como automóveis – rotineiramente financiados em parcelas a perder de vista – a conta pode chegar a números ainda mais grotescos. Falamos aqui de pagar entre impostos e o custo de financiamento até seis vezes o valor original de um veículo.

Motivos pra isso não faltam. A falta de poupança do brasileiro é um sintoma grave que quando aliado a um governo que não cabe dentro do seu próprio orçamento, torna-se um problema em qualquer área. A conta, entre poupança e crédito deveria, em tese, sempre fechar, não fosse um mero detalhe: 72% do crédito do país é consumido pelo próprio governo para se refinanciar.

No dia a dia, ao comprar um carro parcelado, você precisa literalmente disputar este empréstimo com as atrativas taxas pagas pelo governo para se refinanciar. O resultado é um custo quase invisível, mas bastante sensível no bolso. Some a isto o fato de que as empresas que necessitam ampliar sua produção para atender à demanda estão sujeitas às mesmas práticas e, no final das contas, parte considerável do seu veículo vem desta irresponsabilidade fiscal. Custos maiores para produzir peças, custos maiores para financiar veículos etc. Nada escapa da lógica irresponsável de incentivar o país apenas por meio do gasto.

 

O que é melhor: manter um carro ou andar de Uber?

 

24/05/2017 - Nos últimos anos, a Lei Seca tomou conta das cidades e o surgimento dos serviços de transporte privado como Uber e Cabify, tornaram mais fácil do que nunca chegar onde você precisa ir. Além dos jovens da Geração Y, muita gente vem se questionando se deve manter um carro ou simplesmente andar de Uber. Embora ainda seja sinônimo de status no Brasil, o carro tem um custo muito alto tanto de aquisição quanto para mantê-lo. Portanto, dependendo do uso que você faz do carro, financeiramente, não compensa ter um.

Dizemos isso por experiência própria, pois nos últimos 8 anos André e eu nunca tínhamos ficado sem carro. Até que começamos a reduzir naturalmente o uso do carro e usar mais serviços de transporte privado, principalmente nos fins de semana.

O ápice de nossa experiência foi quando decidimos vender o carro e passamos a usar somente transporte público e Uber.

Ao fim de um mês tudo fez muito sentido quando colocamos as contas na ponta do lápis. Se você pretende comprar um carro ou está pensando se desfazer ou não do seu, considere os fatores a seguir.

1) Com que frequência você precisa sair de carro?

Se você é como a maioria da população, que usa somente o transporte público em dias úteis já temos um indicativo de que talvez você não precise ter um carro para chamar só de seu. Um carro que fica parado na garagem a semana inteira para rodar só no fim de semana exige manutenção mais frequente do que aquele que é usado todo dia, dizem especialistas. Isso porque os fluidos (óleo, combustível) envelhecem, corroem as peças causando entupimentos e prejudicam os mecanismos. Ou seja, você gasta uma fortuna de manutenção e não desfruta desse conforto com frequência.

2) Quanto custa manter um carro?

Carro é sinônimo de status no Brasil. Se você tem uma renda razoável e não tem um carro, as pessoas já começam a questionar o motivo pelo qual você não tem um. O problema é que existe um custo alto de aquisição e manutenção e o carro se torna, como meu pai dizia, “uma família para sustentar”. Essa cobrança da sociedade acaba fazendo muita gente se endividar ou viver uma vida com padrão mais baixo simplesmente para manter um carro na garagem. É preciso avaliar a frequência com que vai usar o carro e quanto ele vai custar no total considerando valor de aquisição e extras.

Falo isso, porque é muito fácil se perder nessas contas. Por exemplo, final de semana é comum aparecer comercial na TV com ofertas de carros. Imagine o anúncio de um carro popular no valor de R$ 35.490,00 por apenas R$ 672,00 mensais. A primeira coisa que a pessoa pensa é: “bom…670 reais cabe no meu bolso. Vou comprar!” O problema é que esse carro não custa somente os R$ 672,00 mensais. Ele custa isso mais seguro, combustível, estacionamentos, pedágios, manutenção, lavagem, IPVA e multas eventuais. É nesse cálculo que a maioria se perde.

Todos esses gastos engolem boa parte do orçamento de muitas famílias todos os meses quando um “falso bem” estacionado na garagem só desvaloriza enquanto pagam altas taxas de juros. Então, se quiser realmente manter um carro faça o cálculo CMC (Custo Mensal do Carro) para saber quanto ele vai custar no seu bolso por mês:

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3) Quanto custa andar somente de Uber, Cabify ou taxi?

Nossa experiência ficou interessante depois que vendemos nosso carro e passamos a usar exclusivamente os serviços do Uber em todas as situações em que usaríamos nosso carro.

No primeiro mês que ficamos sem carro fizemos 14 viagens de Uber, sendo:

10 viagens com distância média de 14km, cada;
04 viagens com 40km de distância, cada ;
Nosso custo total para essas viagens foi de R$ 683,58. Agora você deve estar pensando: “mas isso é maior que a prestação do carro de R$ 672,00!”. Aí que está o detalhe…

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Lembra da formula do CMC (Custo Mensal do Carro) no tópico anterior? Agora ela vale ouro! Para manter mensalmente o carro em questão, ou o carro que nós tínhamos, gastaríamos bem mais. Entenda porque:

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Como pode ver, o CMC ficou em R$ 1190,00 por mês, ou seja, quase 50% mais caro do que fazer 14 viagens em um serviço de Uber ou táxi, por exemplo. Não estamos aqui para te convencer a vender seu carro ou desistir de comprar um. Nem muito menos te convencer a viajar – única e exclusivamente – de Uber ou em qualquer outro serviço de transporte privado. A ideia desse artigo é te ajudar a fazer os cálculos corretamente para saber se é melhor manter um carro ou andar de Uber, por exemplo. Considerando os fatores indicados, com certeza, você terá melhores condições de avaliar se ter um carro é, de fato, a solução mais viável para o seu estilo de vida e objetivos pessoais.

PARTE 2