HISTÓRIA E CULTURA

Os Druídas - Parte 2

druidas1Filosofos Poetas e Sacerdotes - Por Claudio Crow Quintino - Filósofos, Poetas, Sacerdotes, Legisladores, Conselheiros, Historiadores e Magos. Estas são algumas das palavras usadas pelos escritores clássicos como Políbio, Plínio, o Velho, Tito Lívio e Estrabão, que travaram contato com os druidas e as druidesas da Grã-Bretanha, da Gália (atual França) e da Irlanda.  Florescendo nas sociedades celtas dos séculos que antecederam a era cristã, os druidas são fenômenos culturais ...

quase que exclusivamente celtas, que assemelha-se em suas funções aos xamãs da Sibéria e de outras culturas, como a dos nativos americanos.

Isto é reforçado pelos traços mais marcantes da espiritualidade dos druidas: uma profunda integração com o meio ambiente; a percepção de que a Natureza é viva; o reconhecimento dos espíritos de todas as coisas; e a crença de que esse espírito é imortal. Muitos desses elementos são encontrados em tradições xamânicas ao redor do planeta, nas mais diferentes culturas. Como escreve Leslie Jones em Druid, Shaman, Priest, "se existiram xamãs na sociedade celta, estes eram os druidas."

A importância dos druidas na sociedade celta era tal que deles dependiam as ações e decisões dos reis e rainhas. Oriundos de diversas camadas sociais, jovens celtas de ambos os sexos eram enviados a diversos colégios druídicos, o mais famoso deles na Ilha de Môn, atual Ilha de Anglesey, para serem instruídos pelos druidas mais experientes.

Eram muitos anos de aprendizado, após os quais os druidas deveriam ser capazes de costurar acordos de paz entre tribos celtas rivais, julgar disputas pessoais e tribais, transmitir oralmente as lendas e a história de seu povo e valer-se de suas habilidades poéticas para enaltecer seus reis e heróis.

Sua autoridade era fruto de sua profunda sabedoria. Eram grandes conhecedores das propriedades curativas das plantas, zelavam pela preservação do meio ambiente e aconselhavam seus líderes em momentos de crise. Um desses momentos foi a invasão da Gália pelas legiões romanas.

Ciente do poder que os druidas exerciam na sociedade celta, o líder romano Júlio César, no século I a.C., em sua luta para conquistar a Gália, sabia que qualquer conquista só seria definitiva se os druidas fossem eliminados. Promoveu então violenta perseguição que culmina com o massacre de homens, mulheres e crianças na ilha de Môn, no litoral do País de Gales, um centro de ensino druídico. Esse foi um duro golpe para o druidismo e para toda a cultura celta.

É somente na Irlanda e no norte do País de Gales - território jamais conquistado pelas legiões romanas - que o druidismo permanece vivo. Graças aos textos oriundos dessas duas regiões, podemos hoje contrapor as informações contidas nos textos clássicos aos usos e costumes dos druidas, preservados através de diversas lendas e contos míticos.

O druidismo nos traz respostas pontuais a questões prementes do mundo moderno, como a igualdade entre os sexos, característica marcante da sociedade celta e o respeito e a reintegração do ser humano com a Natureza.

Quando o cristianismo chega à Irlanda, logo se funde ao druidismo. O resultado é o chamado Cristianismo Celta, mais místico, mais profundo e mais filosófico do que o cristianismo de Roma. Na Idade Média, contudo, o poder e a intolerância dos papas não pode mais suportar as diferenças e a independência do cristianismo irlandês. Impõe-se então, através da força, o cristianismo ortodoxo romano, que sufoca quase que por completo a ancestral sabedoria dos druidas celtas.

Contudo, as boas idéias, aquelas que calam à nossa alma, custam a morrer. Séculos depois, já na Idade Moderna, quando os estudos e as descobertas sobre os druidas e a cultura celta começam a aflorar das novas traduções dos antigos manuscritos da Irlanda e do País de Gales, o druidismo ganha uma nova oportunidade.

No século XVIII, e a velha sabedoria druídica renasce para uma nova era, num processo contínuo de amadurecimento e atualização. Atravessando esse processo, o druidismo não desapareceu com a chegada de Roma, está vivo, forte e pulsante, e é hoje a alternativa espiritual de milhares de pessoas ao redor do globo, inclusive aqui no Brasil.


Intermediários entre os homens e os deuses


Eles formavam a classe de sacerdotes entre os celtas, povo originário da Europa oriental que, no primeiro milênio a.C., se espalhou por quase todo o continente, até a Grã-Bretanha. "Os druidas eram considerados intermediários entre os homens e os deuses e atuavam também como juízes, magos e professores", afirma Pedro Paulo Funari, professor de História e Arqueologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

"Como os celtas não deixaram obras escritas - apenas inscrições em objetos como taças e moedas - o que sabemos sobre eles vem de relatos dos romanos, surpresos com o fato de os druidas serem sacerdotes em tempo integral - pois em Roma essa função era acumulada por políticos, generais e magistrados", diz o historiador.

A principal fonte sobre os druidas é o próprio imperador Júlio César, que conta que eles tinham o privilégio de não pagar impostos e nem servir ao exército. Seus rituais incluíam sacrifícios humanos e, principalmente, o culto à natureza, toda ela considerada encantada por espíritos das árvores, bosques, lagos, fontes, cachoeiras e animais.

O druida (druid), na religião dos antigos povos celtas, especialmente os galos, era a pessoa que exercia as funções de sacerdote, poeta, juiz e legislador. Etimologicamente, a palavra druida deriva do galo dru-(u)id, que tinha o sentido de 'dono da ciência' ou 'muito sábio' entre os galos, povo pertencente ao tronco celta situado principalmente nos territórios das atuais, França, Bélgica e Luxemburgo a partir do ano 1000 a.C., aproximadamente.

O historiador romano Plínio o Velho, entretanto, relacionou etimologicamente a voz druida com o nome grego drãj 'carvalho', certamente pela importância que nos cultos religiosos druídicos tinham esta e outras árvores.Os druidas desempenhavam várias funções, eram sacerdotes, bardos, poetas e magos sem distinções como os historiadores gregos pensavam, inclusive Lucano.

O homem sábio que em muitas ocasiões se ocupava das questões religiosas desempenhava também o papel de conservar por tradição oral o patrimônio histórico, cultural e religioso ancestral, além de compor poemas satíricos em determinadas festas e celebrações.

Os druidas mais famosos da história, presentes em todas as sociedades celtas, foram os estabelecidos nas Galias e nas Ilhas Britânicas, onde eram os depositários de toda a tradição oral dos povos celtas.

Sua crença principal era a imortalidade do ser, visto que seus mortos continuavam vivendo em outro mundo, identificado como subterrâneo, onde o morto acompanhava seus deuses; os enterros celtas não eram diferentes. O corpo do morto era enterrado com todo tipo de objetos cotidianos, pois seu uso continuaria para sempre.

Apesar de sua elevada posição social, a estrutura social dos povos celtas fez com que participassem de todos os trabalhos da comunidade, tanto nos agrícolas como nas campanhas militares, embora sua principal ocupação era a educação dos jovens, a arbitragem nos litígios ocorridos entre as diversas tribos e a celebração dos diferentes ritos religiosos (especialmente os sacrifícios).

O hermetismo destes ritos, assim como seu caráter oral, fazia com que a capacidade mais admirada pelos druidas fosse sua memória, por isso seus sucessores na tribo deviam se destacar desde jovens nesse sentido, além de jurar honrar sempre aos deuses (o conhecimento era secreto), não obrar imprudentemente e estar sempre disponíveis para os serviços que demandasse a comunidade.

A vida cotidiana de um druida estava apoiada na estrita subserviência a estas regras e na observação da natureza, onde descobriram os usos medicinais; o respeito pelos bosques como lugares sagrados era outra de suas ocupações, para o qual contaram com o apoio da aristocracia militar das comunidades celtas.

São muito escassos os escritos sobre antigos galos, a maioria dos textos foi escrita em grego, embora alguns deles tenha relação direta com as atividades druídicas. Segundo estudiosos, os druidas não tinham livros sagrados, pois transmitiam sua doutrina e sua sabedoria de forma oral.

De acordo com registros, em 1971 foi encontrado um texto em doze linhas de uma oração a uma divindade desconhecida inscrita em uma prancha de chumbo na fonte de Chamalières, perto de Clermont-Ferrand (França). Em 1983, encontrou-se na aldeia do Veyssière (Aveyron, França), o chamado Chumbo do Larzak, de 57 linhas, inscrito uma mensagem para o outro mundo que devia levar até ali uma druidesa morta.

Muito importante também é o chamado Calendário de Coligny, encontrado no final do século XIX, gravado em uma prancha de bronze de quase um metro e meio de comprimento e 80 centímetros de largura, fonte da fé dos profundos conhecimentos astronômicos dos druidas galos.

Até o momento, tudo o que conhecemos sobre os cultos e as atividades druídicas, devemos aos historiadores gregos e, sobre tudo, latinos, cuja visão sabemos que às vezes estava muito deformada pela hostilidade entre o povo romano e o galo. Por outro lado, têm-se muitos mais dados a respeito dos druidas e, em geral, dos povos galos assentados na área continental que nas Ilhas Britânicas, já que o contato mantido pelos romanos com os galos foi muito mais contínuo e intenso.

Uma das mais importantes fontes históricas para o conhecimento das atividades druídicas é o tratado historiográfico De Belo Gallico 'Da guerra das Galias', de Júlio César, quem afirmou que os druidas constituíam uma espécie de casta de iniciados que deviam receber uma formação esotérica, muito rigorosa e prolongada, nas Ilhas Britânicas.

César também assinala que os druidas se encarregavam de presidir todos os sacrifícios públicos e privados, as atividades religiosas e, as que se estendiam as suas funções aos âmbitos político e judicial, já que eram eles os encarregados de impor sentenças e castigos judiciais.

Um druida era, segundo César, um homem considerado sábio, conhecedor dos segredos da astronomia, a geografia e da natureza, além dos religiosos, e que ostentava um prestígio máximo dentro de sua comunidade, o que lhe permitia estar isento de pagar tributos e de praticar o serviço militar.

Alguns dos dados contribuídos por César sobre o conteúdo da religião druídica são especialmente interessantes; por exemplo, quando afirma que "os druidas ensinam a doutrina segundo a qual a alma não morre, mas sim depois da morte passa de um a outro", em clara referência à doutrina da metempsicose ou transmigração das almas.

O sistema religioso galo druídico devia ser muito complexo e poderoso, já que o mesmo Suetônio o chamou "religião druida", é de nossa sabedoria que alguns de seus cultos exerceram grande fascinação e inclusive influíram e impregnaram em alguns cultos romanos. Entre as funções do druida, tinha em especial relevância à preparação e presidência de todos os sacrifícios.

O geógrafo grego Estrabão, nascido na Ásia Menor, estudou em Roma, viajou por diversos países e escreveu um tratado de Geografia em dezessete livros que chegou até nós praticamente na íntegra; afirmava que os druidas faziam sacrifícios humanos cujas vítimas eram homens consagrados, embora nenhum indivíduo pertencente à casta druídica podia ser sacrificado. Os sacrifícios humanos estavam estreitamente relacionados com a adivinhação.

Plínio o Velho, autor e naturalista clássico, escreveu Naturalis Historia, um vasto compêndio das ciências antigas distribuído em 37 livros em 77 d.C., recordava que "terminados os preparativos necessários para o sacrifício e o banquete sob a árvore (um carvalho), levam ali dois touros brancos".

Sabe-se, além disso, que entre os conhecimentos transmitidos de forma oral e esotérica pelos druidas estavam os relativos à magia, ao uso de ervas, cabelos e águas medicinais e a determinação de dias fastos e nefastos, etc.

Este tipo de conhecimento druídico, afirmava alguns historiadores antigos, se relaciona também com as rituais pitagóricos gregos.

De acordo com estudiosos, a autoridade do druida estava muitas vezes acima da autoridade do rei, com o qual os sacerdotes druidas desempenhavam um papel importante, a primeira palavra era sempre a deles, e nas eleições, eram os druidas que regulamentavam e orientavam.

Sacerdotes druidas de maior prestígio podiam converter-se eles mesmos em reis. Sabe-se que o druida Mog Ruith foi chamado pelos galos do Munster, ofereceram-lhe grandes recompensas, mas Mog Ruith recusou a realeza.

O druida, além de desempenhar normalmente as funções de juiz penal e de juiz legislador, podia exercer também em muitas ocasiões o papel de árbitro de qualquer questão política ou conflito interno que tivesse lugar dentro da comunidade, e inclusive de mediador entre várias comunidades.

Em alguns lugares chegaram a fundar centros de culto druídico de especial relevância, como o santuário britânico de Anglesey, cuja destruição ocorreu no século I d.C. pelo exército romano, descreveu Tácito.

Existem notícias, embora muito escassas e confusas, a respeito da existência de druidesas (ou druidas femininas).

Há dados, por exemplo, de uma comunidade de sacerdotisas femininas que Pomponius Mela localizou em Sena, à beira do Mar Britânico: conforme parece, estava formada por nove sacerdotisas virgens especializadas em profetizar o futuro e realizar curas mágicas, mas também em provocar tempestades e em transformar pessoas em animais, ações deste tipo contribuíram para associarem as druidesas às bruxas.

É possível que ecos destes cultos druídicos femininos sobrevivessem, por exemplo, nos ritos realizados pelas monjas do monastério irlandês do Kildare, que mantinham um fogo perpétuo em honra da Santa Brígida, Santa cristã, continuação de uma antiga divindade indo-européia.

Os druidas combateram com feroz resistência à dominação romana da Gália, mesmo com a união de todas as tribos celtas, a vitória de Júlio César (52 a.C.) foi inevitável, e segundo estudiosos, eliminou a civilização celta.

A cultura e a religião druídica mantiveram quase plenamente sua vitalidade até que foram progressivamente marginalizadas e perseguidas.

O cristianismo fez todo o possível para erradicar qualquer tipo de culto religioso pagão, apesar de esquecer de erradicar também a sua influência, especialmente no terreno da religiosidade popular, pois muitas das crenças mágicas antigas ainda sobrevivem, modificando apenas os seus nomes.

Além disso, aceitou a continuidade da figura do antigo bardo ou poeta, que após, e durante boa parte da Idade Média, seguiu sendo o depositário da memória oral e do patrimônio poético dos povos de ascendência celta.


Fato é que a influência dos druidas deve ter sido considerável, pois três imperadores romanos tentaram extinguí-los por decreto como classe sacerdotal num prazo de 50 anos - sem sucesso. O primeiro foi Augusto, que impediu os druidas de obter a cidadania romana.

Em seguida, Tibério baixou um decreto proibindo os druidas de exercerem suas atividades e finalmente Cláudio, em 54 d.C., extinguiu a classe sacerdotal. Certo mesmo é que, 300 anos mais tarde, os druidas ainda continuavam a ser citados por autores como Ausonio, Amiano Marcelino e Cirilo de Alexandria, como uma classe social e religiosa de extrema importância e respeitabilidade.

A partir do século XVI vieram à luz diversas correntes de pensamento religioso que tentaram restaurar as antigas crenças e ritos druídicos e opô-los à ortodoxia cristã dominante. Estas seitas neodruídicas têm um fundo ideológico apegado à magia natural e ao culto panteísta à natureza, e conta com comunidades como a Druid Order 'Ordem Druida', fundada em 1717, que se mantém viva até a atualidade.

Outros nomes deste tipo de seitas são os de Antiga Ordem dos Druidas, Confraternidade Filosófica dos Druidas, Ordem Druida, Fraternidade dos Druidas, Bardos e Poetas ou Igreja Celta Renovada.

Atualmente, esses tipos de movimentos religiosos se acham em pleno processo de expansão, devido à decepção de muitas pessoas diante das religiões tradicionais, à tendência ao retorno a formas de pensamento e de mística naturalista, e ao renovado auge do celtismo e de sua estética musical e cultural.


Rituais


1. Os druidas tinham vários rituais para ter visões, iluminações ou realizar profecias. Na cerimônia conhecida como Imbas Forosna, um druida entrava numa câmara escura, que podia ser uma caverna ou um grande buraco cavado no chão

2. Dentro da caverna, ele deitava-se e era coberto por peles para ficar em total escuridão. Outros druidas passavam vários dias no escuro cantando em volta de seu corpo, enquanto tocavam maracas e tambores em ritmo hipnótico

3. Depois de um longo período em total escuridão, sem comer e ouvindo os sons dos companheiros, o druida era finalmente descoberto e subitamente arrastado para fora da caverna, exposto à luz do dia. Imagina o baque!

4. Acreditava-se que o choque de ser retirado da total escuridão e lançado num ambiente de forte claridade colocava o druida num estado de consciência alterada, que permitia a ele ter visões e fazer profecias


Os Druídas - Espíritos da Natureza

 

Por Sóror Mira Adhara - “Durante milênios os conhecimentos da Atlântida ficaram a disposição apenas de grupos de iniciados que posteriormente, vieram a se unificar sob o nome de Druidas.” Estes portanto, foram os guardiões dos conhecimentos arcanos deixados pelos atlantes milênios antes, donos de grandes conhecimentos astronômicos.

Os estudos modernos de arqueólogos, historiadores e outros apontaram para as Ilhas Britânicas como as origens do druidismo. Podemos encontrar elementos do druidismo também na Gália e no norte da Península Ibérica.

Os druidas foram considerados como magos, feiticeiros, dominavam toda a área do conhecimento humano, cultivavam a música, a poesia e tinham controle do clima, do conhecimento sobre as ervas, podiam fazer ou parar de chover, controlavam os furacões, marés, tremores de terra etc. Tudo isto era procedido com o uso de cristais e em parte pela ação da mente, graças aos rituais realizados em lugares de força. Preferiam cultuar a divindade em lugares como campo e florestas, usando vestes brancas em algumas cerimônias ligadas à fecundidade da Natureza, os participantes não usavam vestes.

A realização das cerimônias não se baseava somente com o lugar, também tinham a ver com a época do ano, com determinadas efemérides, pelo que ocorriam em datas precisas, ocasiões em que interagiam mais facilmente com as forças da Natureza. Eles reuniam em círculos de pedra visando a canalização da força telúrica e siderais, conduzidas com grande solenidade. Suas principais cerimônias eram nas mesmas datas dos festivais celtas, mas os rituais são diferentes, visando o mesmo objetivo, como estabelecer um elo de ligação sagrado entre o homem e a natureza, invocando a Deidade, como dito sem construções humanas somente em contato total com a natureza, intensificando o elo da Deusa Mãe e as pessoas.

Apesar dos druidas cultuarem como os celtas a Deusa Mãe, eles admitiam que todos os aspectos expressos a respeito da Divindade eram ainda percepções imperfeitas do Divino, ou seja, diversos deuses ligados às formas de expressão da natureza, como por exemplo, eles enfatizavam igualmente o céu e o mar, assim, todos os deuses e deusas do mundo nada mais eram do que aspectos de um só Ser Supremo.

A partir de sua íntima compreensão da natureza, os druidas desenvolveram uma série de festivais, através dos quais eles compreendiam e explicavam as transformações da natureza, tanto no mundo exterior e interior de cada ser humano. Além disto, estes festivais tinham um significado muito profundo, onde sua celebração correta é um processo verdadeiramente transformador e iniciático individual.

A “Roda do Ano”, como é conhecido o conjunto desses festivais druídicos, é composta de celebrações em datas específicas, originárias da passagem das estações do ano.

Os festivais ocorrem da seguinte maneira. O ano é dividido em quatro períodos, contendo três meses cada:

SAMHAIM: 1º de novembro no Hemisfério Norte (H.N.) e 1º de maio no Hemisfério Sul (H.S.) início do ano – inverno – período obscuro. A mais importante das quatro festas, o giro da roda se inicia com o festival tendo como tema a morte, pois no Hemisfério Norte é o período onde a natureza se recolhe. E neste momento onde há reflexão através de um mergulho no interior humano para compreender os maiores mistérios da vida.

IMBOLC: 1º de fevereiro (H.N.) e 2 de agosto (H.S.) -  purificação. É a celebração da primavera, associado à deusa Brighid, a Mãe Deusa, protetora da mulher e do nascimento das crianças.

BELTAINE: (também chamado de Beltine, Beltain, Beal-tine, Beltan, Bel-tien e Beltein)1º de maio ( H.N.) e 1º de novembro( H.S.) - verão – período luminoso. É conhecido como “fogos de Bel”, ou “fogos da cura”, é comemorado a vitalidade e a fertilidade e muitos casamentos ocorriam neste época. As festas eram em volta das fogueiras com muita alegria, sensualidade e jovialidade, estas eram as principais características destes festivais.

LUGNASADH: (também conhecido como Lammas) 1º de agosto( H.N.) e 21 de março ( H.S.) – festa do Sol. É o festival de Lugh, importante deus celta, celebrado em outono, tendo como simbolismo a fartura da colheita, das riquezas da terra e de tudo o que fazemos em nossas vidas.

PARTE 3