HISTÓRIA E CULTURA

O Olho de Horus-Edifu, O Caminho para a Compreenção (Episódio 8) Parte 3

horus_na_entrada_salao_da_vidaNíveis do caminho evolutivo - Os egípcios chamavam de Khabit,ou tempo da sombra escura, ao primeiro nivel do caminho evolutivo, quando o homem é praticamente um animal, um desalmado sem sentimentos, sujeito a paixoes descontroladas e as reações automáticas dos seus instintos. Seus atos de ira, ódio, instintos desemfreados que conduzem a resultados insatisfatórios, angustia sofrimento, solidão e infelicidade. Depois de muitas vidas esta saturado de sofrer e compreende que ao ferir os outros somente produz sua própria infelicidade. Nesse momento seu espírito renasce no segundo nível de conscincia, chamado de Ba, ou tempo da sombra clara. Então descobre os seus sentimentos, aprende a querer, no entanto não controla suas emoções, encontra-se ainda no inferno da vida. Ao ascender ao terceiro nível, chamado tempo do coração que respira, o pendulo o leva ao extremo oposto, ...

transforma-se num ser bom que vive preocupado com os outros tentando resolver os problemas deles e fazendo-os evitar as situações dolorosas da vida. Também não consegue ser feliz, pois sua paz depende depende de outras pessoas, o entando não as respeita, quer mudar a vida dos outros conforme ele acredita que deveriam viver. Essa atitude leva-o a confrontar seu sistema de crenças com o dos outros, pois não respeita as decisões que estes tomam e quando se depara com situações difíceis para que aprenda considera-as injustas, pois se ve como um ser bom que somente vive para os outros.

 

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Atravessando-se a porta do fundo do templo chega-se aos salões das aparições, assim chamado porque nele via-se, na penumbra de seu santuário, a brilhante estátua de Hórus dentro de sua barca de ouro, usada nas procissões e cerimõnias. A relação estreita do templo de Horus com o de Hathor em Dendera fica clara na decoração das colunas que tem a imagem da deusa em seus capitéis.Do lado esquerdo esta o salão de recepção das oferendas do povo com usa porta externa e o salão onde se armazenava e preparava o insenso. Do lado direito encontra-se o Salão das Purificações usados pelos sacerdotes no seus rituais diários de limpeza coma porta para sair para o lado e poço do templo.


A Escolha dos Discípulos


Os sacerdotes escolhiam os seus discípulos entre os seres que manifestavam maior respeito pelos outros. maior sensibilidade, os que demonstravam no mínimo ter um terceiro nível de consciência. forneciam-lhes informações e a forma de verifica-las pessoalmente. Eram guiados para que aprendessem a elevar seu nível de vibração. O trabalho começava pelo controle dos instintos, do medo da morte, do institnto de defesa e a agressão, Eram submetidos a situações de extremo perigo, aprendiam a confiar nos outros. Anos depois o trabalho deles era controlar as emoções, os desejos e os prazeres. Compreender que o corpo é igual ao universo só que em outra proporção, para isso passavam por tempos como o de Luxor. Chegavam então ao quarto nível de consciência chamado de Sekhem, onde com outros seres nascidos nesse nível eram dirigidos pelo mestre das medidas. Este lhes ensinava como o nome e o número determinavam a forma de tudo que existe. Em templos como o de Dendera se transformavam nos "que registram os céus" e aprendem como o ciclo dos astros atingem o homem, as forças fundamentais, as frequencias de vibração da proporção áurea e da flor da vida.

 

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Depois do Salão das Aparições esta o corredor das escadas, que tem um esquema exatamente igual ao de Dendera, uma escada em carcol a direita e uma comprida escada reta junto a parede externa que levam ao terraço. Pela escada em caracol subia a prossiçao com a barca de Hórus até o terraço do templo para aguardar a aparição do sol nos dias de equinócio e pela escada reta ela descia. Durante milhares de anos registravam as noites os movimentos de Canopus a estrela sobre o Pólo, vibrabam com a energia especial dos equinócios quando assistiam as cerimonias no terraço do templo em comemoração da chegada de todo o ser humano a neutralidade. Deste salão em diante ja noa podiam entrar os discipulos, somente os sacerdotes de Horus atravessavam o corredor exterior e chegavam ao salão da barca de ouro onde guardavam o santuário portátil usado nas procissões.

 

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A antecamara das oferendas também se comunica com a capela pura, um espaço aberto onde as imagens simbolicas das forças fundamentais do universo eram expostas aos raios de sol para que renovassem a sua energia. Os muros do Templo estao repletos de baixos relevos usados para explicar os mistérios do universo, a razão da reencarnação, a forma de chegar ao fim do caminho e converter-se em super homem. Num mural o faraó Ptolomeu IV cercado por um Sicamoro, a árvore da vida e outro simbolo de Hator, recebe de Horus a palma com a lista da sua vida, as lições que deve viver em muitas reencarnações até atingir a iluminação. Do outro lado do mural a imagem de Neknbet entrega o destino imediato, o que deve viver nessa vida como faraó.


Os egípcios e a reencarnação


A civilização egípcia estava baseada na reencarnação como processo de aquisição e verificação pessoal das verdades do universo. O espírito do homem encarna para aprender com os resultados de suas decisões, transformando-se aos poucos num ser flexível, sábio, até não ter mais nada a aprender nessa escala do universo e iluminar-se.

Da claridade exterior até a penumbra do Santa Sanctorum o nivel do chão vai subindo para permitir que a partir dali o sacerdote pudesse observar o céu enquadrado nos pórticos, sobre a cabeça dos discípulos participantes nas cerimonias. O Santuário é um lugar independente dentro do edificio do Templo. Os raios de sol entram do alto por uma das janelas quadradas no teto iluminando os coloridos muros de outrora.

O lugar mais escuro e profundo do Templo esta o santuário onde se encontrava o Naus, a capela de granito que continha a imagem de Horus, símbolo do renascimento espiritual, da maestria, do momento em que o homem se transforma em super homem. Esse momento é representado pelo nascimento de Horus. Do outro lado do santuário encontram-se cenas talhadas que fazem referencia ao momento doa iluminação. A compreensão leva o pendulo ao centro transformando o homem num ser justo, respeitoso, que aceita a perfeição de qualquer situação, mesmo as mais difíceis e dolorosas, pois produzem compreenção em quem as vive. O mal se converte em bom, o bom em justo e por último o justo em sábio. Nesse momento chega a iluminação representada por Horus, quando se resnace a partir do espírito, terminando a onda de reencarnações desta escala do universo para continuar o caminho do aperfeiçoamento numa hierarquia mais elevada.


Da animalidade a iluminação


O homem que nasce na carne, renasce no espírito, assim termina a sua transformação da animalidade original a espiritualidade eternade sua consciência temporária a consciência permanente, da mortaliade a imortalidade. O amor permanente em pensamento, palavra e obra, fruto desses entendimentos faz com que o ego desapareça para sempre e com ele o ciclo de reencarnações.

Em volta do santuário encontra-se uma série de capelas dedicadas as forças e principios fundamentais que intervem no processo evolutivo da consciência. Osiris tinha uma capela que era acessivel ao povo que não podia entrar no templo. Pelos baixos relevos que enfeitavam o muro externo era possivel aproximar-se e colocar suas oferendas em um lugar próximo. Khonsu tem outra capela, é o filho de Muth, a caracteristica feminina do Deus unico e de Amon-Rá, a característica masculina. Sua união cria a consciencia do homem. Khonsu é o nome que davam a uma consciencia recem nascida, quando começa o seu percurso evolutivo.

Amon-Rá o Deus criador da Consciencia, tem uma capela com informações sobre o processo evolutivo e as 9 forças fundamentais tem outra. A capela central é dedicada a Horus. Em seus muros encontra-se o conhecimento adquirido sobre o significado da iluminação como momento final nessa escala da realidade. A este templo chegaram os iniciados no quarto nível de consciência outros poucos alcançaram o quinto nível, o chamado tempo dos Sharu. Aquiu receberam informaçoes sobre a meta do caminho de reencarnações e compreenderam o significado da neutralidade. Depois seguiram em seu caminho de aperfeiçoamento, embarcaram pelo rio para chegar a Karnak, o temlo da consciencia do homem, onde buscariam a sabedoria através da arte, do conhecimento de seu inconsciente, ao reviver a sua corrente de reencarnações. Foram vibrando em amor, certo de que todos os homens algum dia renasceriam espiritualmente e chegariam a iluminação, abrindo a porta para a escala seguinte do universo.

Fonte: Documentário, em vídeo, "O Olho de Horus" - INFINITO (Ano de 2000). Compilação e adaptação do texto e imagens, Renato , gestor de conteúdo do Portal O Arquivo.