TEMAS INEXPLICADOS

A Simbologia da Aranha

sinara1A aranha carrega uma série de significados, dentre os quais simboliza a sabedoria, a beleza, a diligência, a sorte, o cosmos, a divindade, a infinidade, entre outros. Símbolo solar, a aranha é um animal predador, e por isso, muitas vezes simboliza o perigo.  Considerada a grande mãe, a criadora cósmica e a senhora e tecelã do destino, a aranha é dedicada à fiação e à tecelagem, representando assim, um símbolo da divindade interior bem como do narcisismo; pois, por outro lado, contém em seu símbolo, a obsessão pelo centro, como acontece na simbologia da teia que tece. Nesse ínterim, na psicanálise, a aranha que no centro absorve grande introspecção, simboliza o ser narcisista. Não obstante, nos Camarões, África, a aranha simboliza a inteligência enquanto que na China simboliza a sorte.

Mundo Espiritual

Em razão de sua rede de raios tecida habilmente e de seu posicionamento central, é considerada na Índia um símbolo da ordem cósmica, assim como a tecelã (Maya) do mundo sensível. Nesse sentido, no budismo, Maya representa a ilusão, de modo que sua existência é caracterizada pelo vazio do ser, evocando uma aparência enganadora. Já no hinduísmo, Maya representa a existência verdadeira, a essência do ser.

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Da mesma maneira, na África Ocidental, Anansé, corresponde à aranha que criou os homenso sol, a lua e as estrelas, simbolizando o ser divino. No mito da Micronésia, nas ilhas Kiribati, o ser supremo e o deus criador, chamado "Narro" é representado por uma aranha, o primeiro dos habitantes da terra. Não obstante, na lenda africana de Mali, a aranha é o conselheiro de Deus ou do ser criador de todas as coisas simbolizando, dessa maneira, a diligência e a sabedoria.

Xamanismo

No Xamanismo, como tecelã do universo, a aranha é invocada para tecer ou traçar os nossos próprios caminhos, dos quais somos os principais responsáveis.

Tatuagem

É uma tatuagem escolhida para muitas pessoas que especialmente pretendem demonstrar através dessa imagem no corpo a infinidade do ser, em virtude de a aranha ter 8 patas e, assim, representar o infinito.

Sonhos

Dentre os vários tipos de sonhos em que esse animal está presente, sonhar que a aranha está a tecer uma teia possivelmente é um indicador de reconhecimento de um trabalho realizado.

 

 


Epifania Lunar


A aranha, como uma epifania lunar, é dedicada à tecelagem e fiação. Seu fio evoca as Moiras ou Parcas, mas seu simbolismo é um pouco diferente. Sua teia é uma imagem do mundo criado e como tecelã se faz senhora do destino. Mas quem é ela? Seria a aranha a artesã do tecido do mundo, ou do véu da ilusão que dissimula a suprema Realidade? Seu simbolismo encontra-se em muitas culturas do mundo, dependendo do lugar ela pode vir a ser uma criadora cósmica, uma divindade superior ou um demiurgo.

Considerado o criador do mundo, mistificador da mitologia do oeste africano, respeitado pela sua rara inteligência, possui muitos nomes entre eles: Anansi ou Anansê. Esse deus-aranha é conhecido pelo nome popular de "Mister Spider" (Senhor das Aranhas). As façanhas deste personagem criaram contos populares na África Ocidental, que alcançaram às Antilhas, o Haiti e à América do Sul. Anansi engana outros animais e os homens (pode tomar qualquer forma), mas seu maior trunfo é o seu profundo conhecimento psicológico de suas vítimas. Confirmando assim, um antigo provérbio: "A sabedoria da aranha supera a o mundo". Originalmente, foi Anansi que criou os primeiros humanos, assim como o Sol, a Luz e as Estrelas.

A aranha, aparece como mito para os ameríndios Navajos, no qual Nayenezgani (matador de monstros) e Tobadzistsini (Nascido das águas), os gêmeos heróicos, em sua viagem com o deus Sol encontram a Mulher-Aranha que a á Deusa Mãe Criadora dos Navajo, que os advertem sobre os perigos futuros e lhes presenteia com penas mágicas para ajudá-los em sua procura.

Na mitologia do povo que habita a Ilha Banks (Melásia), Marawa, o espírito-aranha, é amigo e adversário de outro grande espírito, Qat, o benevolente. Em versões conhecidas, Marawa representa a morte ou é ele que traz a morte para o mundo.

Algumas vezes a aranha é um animal que representa a alma. Na Sibéria ela é a alma liberta. Para os muícas da Colômbia, a aranha, em um barco feito de teia, transporta através dos rios das almas os defuntos que devem ir para o Inferno. Entre os astecas ela é o símbolo do deus dos Infernos. Para os montanheses do Vietnã do Sul, a aranha também é uma forma da alma, que escapa do corpo durante o sono. Matar uma aranha é portanto, arriscar-se a matar também um corpo que encontra-se adormecido.

Em muitos mitos indígenas as aranhas são associadas a Deusas Criadoras que nutrem, protegem e cedem certas dádivas como fertilidade feminina, força espiritual e habilidades mágicas.

Na cultura popular de algumas regiões da França, a aranha algumas vezes traz bom agouro e pode ser presságio de dinheiro extra. As superstições são variáveis, há quem diga que ao se ver uma aranha logo pela manhã, é sinal de chegada de uma tristeza. Mas, se ela for vista à noite, é esperança.

Os feiticeiros do Congo e de Gana recolhem cuidadosamente suas teias, pois por ser elásticas e muito resistentes, protegem contra os ferimentos e os venenos.

Na baixa Bretanha, afirmava-se que existiam aranhas-duendes, as quais, de dia, eram aranhas comuns, mas à noite, tornavam-se grandes e podiam até estrangular um homem, ou se tornarem forma de duende.

Créditos de pesquisa
à Rosane Volpatto


A Grande Tecelã do Universo


A tecelã do Universo está entre o céu e a terra, o seu poder é infinito. Ela constrói, desfaz, fia, captura e renova a sua teia, por isso, ela é um símbolo das forças que mantém a estabilidade cósmica. Inspira a visão, a coragem para transformar os nossos sonhos em realidade, tecer os nossos desejos.

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A aranha que apareceu no sonho do Xamã para explicar-lhe sobre a composição do que hoje chamamos de filtro dos sonhos (dreamcatcher), que nada mais é do que um condutor do subconsciente manifestando proteção e auxiliando na evolução espiritual. E nas palavras de K. G. Jung diz que a aranha é como símbolo representativo do Self, trata-se da força interior que emana de quem realmente somos, sombra e luz, claro e escuro, etc.

Assimiladas ao tecer das aranhas, temos as tecelãs que ao longo dos tempos utilizam desse poder ancestral ao fiar as infinitas possibilidades restabelecendo a ordem no caos, dando forma aos seus anseios, saberes e sabores femininos que apenas foram “sufocados” com a chegada da revolução industrial (mazelas do patriarcado)

Manuseando um tear as tecelãs estão frente a frente com a sua inspiração e se entregam totalmente ao trabalho e a arte, traçando todas as suas vontades e transformando-as em realidade palpável.

Mulheres de várias tribos untavam de sangue menstrual o fuso (máquina de tear antiga) para invocar a proteção das Deusas. Mulheres também se reuniam em cavernas durante o inverno para fiar, cantar e dançar, o uso do fuso para fiar também era usado para presságio de conclusões de guerras, como por exemplo, as videntes da Irlanda que usavam pequenas tábuas furadas no meio e giradas com as mãos um método de tecer para prever os resultados das batalhas e cataclismos naturais.

Os cintos decorados e utilizados como objetivos mágicos, também, são citados no decorrer da história.

Cintos longos de lã vermelha e com franjas nas extremidades (chamados Zostra), heranças preciosas das mulheres européias, que eram passados de mães para as filhas e usado em partos difíceis, sendo colocados nos ventres das parturientes, assim como era feito com a reprodução do cinto mágico da Deusa Brigid (chamado brat) que facilitava a concepção e o parto.

Em um poema norueguês do século 11 descreve-se uma cena dramática em que doze Valquírias tecem entranhas humanas sobre um tear feito de espadas e caveiras, cuja canção pressagia o fim funesto de uma batalha e a morte de muitos guerreiros.

Ecos das Deusas tecelãs existem no cristianismo, como são vistas nas cenas da Anunciação de vários afrescos, onde Maria aparece segurando um fuso e o fio passa iluminado acima da cabeça de Jesus, enfatizando a ligação entre o ato de fiar como símbolo do destino, da vida e do nascimento da criança divina.

Fontes muito antigas descreviam a Deusa anciã como Tecelã e Senhora do Destino, enquanto as Senhoras Brancas se deslocavam nas noites de lua cheia carregando fusos, predizendo a sorte ou dando mensagens as mulheres reunidas nos círculos de menires ou próximo aos locais de poder da terra. As camponesas européias deixavam meadas de lã ou linho nestes lugares junto com oferendas de pão e manteiga, na manhã seguinte o pão tinha desaparecido e os fios tinham sido tecidos.

Existem monumentos megalíticos em alguns lugares da Europa como Inglaterra e Irlanda, onde acreditava-se que Fadas gigantes carregavam as pedras em suas cabeças enquanto fiavam e cantavam, como conta na Irlanda que várias colinas e ilhas foram criadas pela anciã Cailleach, que levava pedras no seu avental e as espalhava a seu gosto pela terra. Essa ligação entre seres sobrenaturais, menires e locais de poder telúrico levou à sua “demonização” pela igreja cristã, que as denominou de “pedras do diabo”, onde as bruxas teciam suas maldições e feitiços malignos.

Uma outra semelhança que existe, referente ao ato de fiar das tecelãs é a ligação do cordão umbilical que é cortado para dar continuidade a uma nova vida, sendo que, quando se corta o fio no fuso/tear está se fazendo o mesmo com o que foi criado.

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"Tecemos a nossa Essência

Tecer o dia que nasce;
Uma tarde que se transforma;
Uma noite que se prepara e chega...
Lua que pode mudar e dar formas.
Tecemos a nossa linha de equilíbrio
E saudamos a sabedoria dos nossos ancestrais.
Tecer o que foi perdido e agora mais do que nunca encontrado.
Tecemos a jornada da alma
Para nos sentirmos eternamente plenos.
Tecer... Tecemos e continuaremos a tecer...
As buscas em movimentos,
Assim como as nossas formas...
Hoje sou uma lebre,
Amanhã um lobo, aranha por uma vida inteira.
Corujas sábias...
A Donzela que está em meu coração,
A Mãe que em meu ventre encontro,
Anciã na mente e na sabedoria.
Procuramos a força da água em nosso corpo
Que encontramos em nosso sangue e saliva;
O fogo, o calor do nosso corpo,
Assim quando juntamos as nossas mãos e as aquecemos;
A terra, nosso corpo físico, abraçar as árvores,
Sentir a terra sob os nossos pés;
Ar, nossa respiração, o sopro da inspiração.
Tecemos o nosso dia, a nossa vida, buscamos a totalidade...
Assim dançamos com a nossa vida, com os sentires, com a nossa inspiração.
Dançamos como mulheres Aranhas...
Com os fios que tecem...
Com a energia em movimento...
Com os nossos ciclos...
Tecer cada dia um novo fio...
As descobertas que brilham em nossa alma e se transformam em essência.
Então, vamos dançar cada fio que tecemos!?" (Alëssah Celtic)

Fonte: https://www.dicionariodesimbolos.com.br
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