PESSOAS ESPECIAIS

Amelia Earhart

ameavi2Amelia Mary Earhart (Atchison, Kansas, 24 de julho de 1897 — desaparecida em 2 de julho de 1937) foi pioneira na aviação dos Estados Unidos, autora e defensora dos direitos das mulheres.Earhart foi a primeira mulher a receber a "The Distinguished Flying Cross",  condecoração dada por ter sido a primeira mulher a voar sozinha sobre o oceano Atlântico Estabeleceu diversos outros recordes, escreveu livros sobre suas experiências de voo, e foi essencial na formação de organizações para mulheres que desejavam pilotar. Amelia desapareceu no oceano Pacífico, perto da Ilha Howland enquanto tentava realizar um voo ao redor do globo em 1937. Foi declarada morta no dia 5 de janeiro de 1939. Seu modo de vida, sua carreira e o modo como desapareceu até hoje fascinam as pessoas.

Infância

Amelia Mary Earhart, filha de Samuel “Edwin” Stanton Earhart (1868-1930)[7] e Amelia Otis Earhart (1869-1962), nasceu em Atchison, Kansas, na casa de seu avô materno, Alfred Otis, um ex-juiz federal, presidente do Atchison Savings Bank e considerado um ilustre cidadão de Atchison. Alfred Otis não aprovou o casamento e nem achou satisfatória a atuação de Edwin como advogado.

Amelia recebeu o nome de acordo com os costumes da família, como o de suas duas avós (Amelia Josephine Harres e Mary Wells Patton). Desde a infância, Amelia, apelidada de “Meeley” (às vezes “Milie”) era a chefe enquanto sua irmã, dois anos mais nova que ela, Grace Muriel Earhart (1899-1998), apelidada de "Pidge", atuava como uma seguidora obediente. Ambas as meninas atendiam pelos seus apelidos de infância quando adultas.[9] A sua educação foi pouco convencional, pois Amy Earhart não acreditava em maneiras de moldar crianças em ”crianças adoráveis”. Entretanto, sua avó materna desaprovava o uso de “Bloomers” (traje feminino: calça pelas canelas, saia por cima da calça, ambas folgadas, dando uma aparência de descuido ao se vestir) utilizados pelas filhas de Amy e, apesar de Amelia gostar da liberdade que estas proporcionavam, ela estava consciente de que as crianças da vizinhança não usavam esses trajes.

Primeiras influências

Um espírito de aventura parecia ser parte das crianças da família Earhart que passavam os dias explorando a vizinhança procurando por coisas interessantes e excitantes. Quando criança, Amelia passava horas brincando com Pidge, escalando árvores, caçando ratos com seu rifle e descendo encostas com seu trenó. Mesmo que seus interesses pelas brincadeiras fortes e duras fossem comuns à idade, alguns biógrafos diziam que a jovem Amelia apresentava tendências masculinas. As meninas tinham "minhocas, borboletas, gafanhotos e uma rã arborícola"[14] em uma coleção que ficava cada vez maior, recolhida em suas excursões. Em 1904 com a ajuda do tio, Earhart construiu com materiais caseiros uma rampa que simulava uma montanha-russa, que ela já tinha visto em St. Louis, que descia do telhado da cabana de ferramentas. O primeiro voo documentado de Amelia acabou dramaticamente. Ela saiu de dentro da caixa de madeira quebrada que serviu de trenó, bem animada, com um lábio sangrando e o vestido rasgado dizendo: “Oh, Pidge, é como se eu estivesse voando!”.

Embora havendo alguns percalços no caminho da sua carreira até aqui, em 1907 Edwin Earhart que trabalhava como encarregado na ferrovia de Rock Island, foi transferido para Des Moines, Iowa. No ano seguinte, aos 11 anos de idade, Amelia viu pela primeira vez algo parecido com um avião na Feira Estadual de Iowa em Des Moines. Seu pai incentivou a ela e sua irmã a voarem nele, porém uma olhada na velha sucata foi suficiente para Amelia perguntar se elas não poderiam voltar para o carrossel. Mais tarde ela descreveu o biplano como "uma coisa de fios oxidados e madeira, sem nenhum atrativo".

Educação

Enquanto os seus pais se mudavam para uma pequena casa em Des Moines, Amelia e Muriel (ela nunca utilizou o nome Grace) ficaram com os seus avós em Atchison. Durante esse período, Amelia e a sua irmã foram educadas em casa pela sua mãe e uma governanta. Mais tarde ela conta que foi “uma leitora voraz” e gastou incontáveis horas na gigantesca biblioteca da família. Em 1909, quando finalmente a família se reuniu em Des Moines, as crianças Earhart entraram pela primeira vez numa escola pública, tendo Amelia entrado na sétima série aos 12 anos.

Situação financeira da família

As finanças da família foram melhorando com a aquisição de uma nova casa e contratação de dois empregados, porém, logo tornou-se aparente que Edwin era alcoólatra. Cinco anos mais tarde (em 1914), foi forçado a se aposentar e apesar de tentar se reabilitar através de tratamentos, ele nunca conseguiu ser reincorporado ao seu trabalho na estrada de ferro de Rock Island. Nessa época, a avó materna de Amelia, Otis morreu repentinamente, deixando toda a sua fortuna para sua filha mas sob custódia, temendo que Edwin "bebesse" todo o dinheiro. A casa dos Otis e todo o seu conteúdo foi vendida; Amelia ficou muito triste e mais tarde descreveu que nesse momento terminava a sua infância.

Em 1915, após uma longa procura, o pai de Amelia se empregou como administrativo na estrada de ferro Great Northern em St.Paul, Minnesota. Amelia passou a frequentar a Central High School. Edwin foi transferido para Springfield, Missouri, em 1915, mas o encarregado atual reconsiderou sua aposentadoria e retomou seu emprego, deixando o velho Earhart sem saber para onde ir. Em face dessa mudança, Amy Earhart levou suas filhas para Chicago onde elas passaram a morar com amigos. Amelia colocou uma condição incomum na escolha da próxima educação dela; ela examinou as escolas secundárias próximas em Chicago para achar o melhor programa de ciências. Ela rejeitou a escola secundária mais próxima da casa dela pois reclamou que o laboratório de química era "igual a uma pia de cozinha".[20] Amelia ingressou no Hyde Park High School porém passou um semestre sofrível, onde a legenda no seu anuário daquele ano capturou seu íntimo naquele tempo, "A.E. – a garota de marrom que anda sozinha".

Amelia se formou no Hyde Park High School em 1916. Durante toda a sua infância conturbada, Amelia continuou aspirando à sua futura carreira; manteve um álbum de recortes de jornal sobre mulheres de sucesso em carreiras predominantemente masculinas, como: direção e produção de filmes, advocacia, publicidade, gerência e engenharia mecânica. Começou a faculdade na Ogontz School em Rydal, Pennsylvania mas não terminou.

Durante as férias de Natal em 1917, visitou sua irmã em Toronto, Ontário. Amelia revoltava-se ao ver o retorno dos soldados feridos na Primeira Guerra Mundial e após receber treinamento como enfermeira na Cruz Vermelha, começou a trabalhar no Destacamento de Ajuda Voluntária no "Spadina Military Hospital" em Toronto, Ontário. Suas atribuições consistiam em preparar as refeições dos pacientes com dieta especial e retirar as medicações prescritas da farmácia do hospital.

Pandemia de gripe espanhola em 1918

Quando a pandemia de Gripe Espanhola chegou a Toronto, Earhart estava ocupada com a dura tarefa de enfermeira, incluindo turnos noturnos no "Spadina Military Hospital". Contraiu gripe, pneumonia e sinusite. Teve complicações e foi hospitalizada no início de Novembro de 1918 com pneumonia, tendo alta em Dezembro de 1918, permaneceu doente por aproximadamente dois meses. Os sintomas da sua sinusite eram dor e pressão em torno dos olhos e secreção no nariz e garganta.No hospital, na era pré-antibióticos Amelia foi sujeita a várias pequenas cirurgias dolorosas, para limpeza do seio maxilar afectado,[24][25][26] porém os procedimentos não tiveram sucesso e Earhart passou a sofrer ataques de dores de cabeça cada vez piores. Sua convalescência durou quase um ano que passou descansando na casa de sua irmã em Northampton, Massachusetts. Ela passava o tempo lendo poesia, tocando banjo e estudando mecânica. Posteriormente, a sinusite crônica afetaria significativamente os voos e atividades na vida de Earhart. Em algumas ocasiões no campo de pouso, ela utilizava uma bandagem ao redor da boca que segurava um pequeno tubo de drenagem.

Primeiras experiências de voo

amea4bb

Esquerda para direita: Neta Snook e Amelia Earhart em frente da Kinner Airster de Earhart, c.1921

Aproximadamente por essa época, Earhart visitou, com uma jovem amiga, uma feira aérea que acontecia conjuntamente com a Exposição Nacional do Canadá em Toronto. Um dos destaques do dia foi a exibição aérea de um "ás" da Primeira Guerra Mundial. O piloto avistou do ar Earhart e a amiga, que estavam observando de uma clareira isolada abaixo dele, e mergulhou na direção delas. "Estou certa que ele disse para si mesmo, "Vejam como as faço correr" ela disse mais tarde. Earhart sentiu-se varrida por uma mistura de excitação e medo. Quando a aeronave se aproximou, algo dentro dela despertou. "Eu não entendia até aquele momento, mas acredito que aquele pequeno avião vermelho me disse algo quando se aproximou", diria Amelia mais tarde.

Em 1919 Earhart preparou-se para entrar no Smith College mas mudou de ideia e foi para a Columbia University inscrevendo-se num curso de medicina entre outras matérias. Desistiu um ano depois reunindo-se posteriormente com sua família na Califórnia.

Em Long Beach, em 28 de Dezembro de 1920, ela e seu pai visitaram um campo de pouso onde Frank Hawks (que mais tarde tornou-se um famoso piloto) proporcionou-lhe uma viagem que mudaria a vida de Amelia para sempre. "No momento em que estava a duzentos ou trezentos pés acima do chão, eu descobri que precisava voar". Após o voo de dez minutos, ela imediatamente procurou aprender a voar. Trabalhando em vários empregos, como fotógrafa, motorista de caminhão e estenógrafa na companhia telefônica da cidade, conseguiu juntar $1,000 para as lições de voo. Earhart começou seu aprendizado em 3 de janeiro de 1921, em Kinner Field próximo a Long Beach, mas para chegar até à base aérea, Amelia pegava um ônibus até o ponto final e ainda andava cerca de 6,5 km. Sua professora foi Anita "Neta" Snook, uma das mulheres pioneiras da aviação e que usava um pesado Curtiss JN-4 canadense para treinamento. Amelia aproximou-se de Neta com seu pai e lhe perguntou, "Quero voar, você me ensina?".

A dedicação de Amelia ao voo lhe exigiu que aceitasse o trabalho frequentemente duro e as condições rudimentares que acompanharam o começo do treinamento de aviação. Ela escolheu uma jaqueta de couro mas sabendo que os outros aviadores iriam julgá-la, dormiu na jaqueta durante três noites para dar ao objeto um aspecto mais "usado". Para completar a transformação de sua imagem, ela também cortou o seu cabelo no estilo de outras aviadoras.[34] Seis meses depois, Amelia comprou "O Canário", um biplano Kinner amarelo brilhante de segunda-mão. Em 22 de outubro de 1922, Earhart voou a uma altitude de 14000 pés, batendo um recorde mundial para aviadoras. Em 15 de maio de 1923, Earhart torna-se a 16.ª mulher a conseguir uma licença de voo da Fédération Aéronautique Internationale (FAI).

Carreira na aviação e casamento

ameavi5

Amelia Earhart, Los Angeles, 1928


X5665 – 1926 "CIT-9 Safety Plane" – California Institute of Technology (CalTech) Aerospace modelo 9 Merrill - biplano projetado por Albert Adams Merrill (Instrutor em Aeronáutica); 45hp Kinner engenharia; wingspan: 24'0".

De acordo com o Boston Globe, ela foi "uma das melhores aviadoras dos Estados Unidos", apesar dessa posição ser questionada por vários pilotos e experts em aviação durante essas décadas.Amelia era competente e inteligente[39] mas não uma brilhante aviadora, e suas atitudes eram considerados inadequadas por alguns deles.[40] Um erro de cálculo severo ocorreu durante a quebra do recorde. Amelia girou por um banco de nuvens e somente conseguiu arremeter próximo dos 3.000 pés. Pilotos experientes alertaram, "E se as nuvens estivessem espessas até tocar o solo?"Amelia sabia de suas limitações como piloto e procurou a ajuda de vários instrutores durante a sua carreira.[42] Em 1927, "Sem nenhum acidente sério, ela acumulou quase 500 horas de voo solo - uma marca considerável."

Durante esse período, a herança de sua avó, que agora era administrada por sua mãe, foi aos poucos diminuindo, extinguindo-se por ocasião de um investimento desastroso numa mina de gipsita. Consequentemente, sem nenhuma possibilidade de conseguir recuperar seu investimento na aviação, Earhart vendeu o "Canário" e comprou um automóvel "Speedster" para dois passageiros que ela batizou de "Yellow Peril" (Perigo Amarelo). Simultaneamente, seu problema de sinusite retornou dolorosamente e no início de 1924, ela foi hospitalizada para outra cirurgia, que novamente não deu certo. Após ter se arriscado em algumas aventuras, incluindo uma campanha fotográfica, Amelia buscou outro direcionamento. Após o divórcio de seus pais em 1924, viajou com sua mãe através do continente americano, partindo da Califórnia até Calgary, Alberta. Durante essa excursão, Amelia se submeteu a outra cirurgia em Boston, Massachusetts que foi mais bem sucedida. Após sua recuperação, retornou aos estudos na Columbia University mas foi forçada a abandonar seus estudos e quaisquer planos futuros para ingressar no MIT pois sua mãe não detinha os recursos suficientes para suprir suas despesas. Logo após, conseguiu emprego como professora e depois como assistente social em 1925 no "Denison House", morando em Medford.

Earhart manteve seu interesse na aviação, tornou-se membro da "American Aeronautical Society de Boston, sendo eleita vice-presidente posteriormente. Investiu uma pequena soma no aeroporto Dennison, atuando depois como representante de vendas dos aeroplanos Kinner em Boston.[44] Escreveu para o jornal local promovendo a aviação, e iniciando o projeto de uma organização para pilotos femininos.

Voo transatlântico de 1928

Após o voo solo de Charles Lindbergh através do Atlântico em 1927, Amy Phipps Guest, uma socialite americana (1873-1959), expressou interesse em se tornar a primeira mulher a cruzar o Oceano Atlântico. Porém, ao perceber que a viagem seria muito perigosa, ela se ofereceu para patrocinar o projeto, buscando "uma outra garota com a mesma fibra". Durante uma tarde de trabalho em abril de 1928, Earhart recebeu um telefonema do publicitário Hilton H. Railey, que perguntou, "Você gostaria de voar sobre o Atlântico?"

Os coordenadores do projeto (inclusive o escritor e publicitário George P. Putnam) entrevistaram Amelia e informaram-na que ela teria a companhia do piloto Wilmer Stultz e do co-piloto/mecânico Louis Gordon no voo, tornando-a uma mera passageira, mas mantendo o registro de voo. A equipe partiu de Trepassey Harbor, Terra Nova, em um Fokker F.VIIb/3m em 17 de junho de 1928, aterrissando em Burry Port (próximo de Llanelli), País de Gales, Reino Unido, exatamente 20 horas e 40 minutos depois.[46] Como a maior parte do voo foi por instrumentos e Amelia não tinha treinamento para esse tipo de voo, ela não pilotou a aeronave. Na entrevista após a aterrissagem, ela disse, "Stultz fez tudo o que foi necessário. Eu fui somente bagagem, como um saco de batatas." E acrescentou, ".talvez um dia eu tente fazê-lo sozinha."

Enquanto estava na Inglaterra, Earhart voou no Avro Avian 594 Avian III, SN: R3/AV/101 pertencente a Lady Mary Heath. Ela comprou o avião, mas foi devolvido dos Estados Unidos onde foi marcado “marca de aeronave não permitida” 7083.

Quando a tripulação (Stultz, Gordon e Earhart) retornou para os Estados Unidos, foi recebida por uma parada pública em Nova Iorque e depois recepcionada pelo Presidente dos Estados Unidos Calvin Coolidge na Casa Branca.

Celebridade

ameavi10

Referindo-se a sua semelhança física com Lindbergh, a quem a imprensa chamava de "Lucky Lindy," alguns jornais e revistas passaram a se referir a Amelia como "Lady Lindy".[50] A "United Press" foi mais longe e para eles, Earhart reinava como a "Rainha dos Ares". Logo após a sua volta aos Estados Unidos, Amelia empreendeu uma exaustiva excursão de conferências (1928-1929), e enquanto isso, Putnam empreendeu uma pesada campanha para promovê-la, incluindo a publicação de um livro da autoria dela, uma série de palestras e o uso de sua imagem em produtos de massa, como: bagagens, cigarros "Lucky Strike" (trouxe problemas para a sua imagem com as lojas McCall, que retiraram seu patrocínio)[52] e roupas femininas e esportivas. Do dinheiro que ela ganhou com a "Lucky Strike", 1500 dólares foram doados à então iminente expedição ao Pólo Sul do comandante Richard Byrd.

Amelia não somente promovia os produtos, como se tornou ativamente envolvida nas campanhas, principalmente as de moda feminina. Por anos ela costurou sua própria roupa, e agora a sua linha de roupas "para quem tem uma vida ativa" era vendida em 50 lojas como a Macy's, em áreas metropolitanas: surgia uma nova imagem de Earhart. O conceito "A.E." (o apelido carinhoso como seus parentes e amigos a chamavam) consistia em linhas simples e naturais e que não amarrotavam, incorporando materiais laváveis, práticos mas sem perder a feminilidade. Sua linha de bagagens ("Nova Bagagem Earhart") também detinha uma linha inconfundível. Assegurava-se que a produção deveria estar compatível com a demanda dos voos e até hoje é produzida. Uma grande quantidade de itens promocionais estampavam a imagem de Earhart e do mesmo modo, equivalentes modernos ainda continuam a ser produzidos até hoje. A campanha de marketing produzida por G.P. Putnam foi bem sucedida ao criar afinidade entre a imagem de Earhart e o público.

Promovendo a aviação

A condição de celebridade ajudou Amelia a financiar seu voo. Ao aceitar o cargo de editora associada da revista "Cosmopolitan", vislumbrou a oportunidade de angariar a aceitação pública para a aviação, promovendo especialmente a entrada das mulheres nesse campo. Em 1929, Earhart esteve entre os primeiros pilotos a promover voos através do serviço de linhas aéreas comerciais; como Charles Lindbergh, ela representou a Transcontinental Air Transport (TAT, mais tarde TWA), e investiu tempo e dinheiro criando o primeiro serviço regional de viagens entre Nova Iorque e Washington, DC. Foi vice-presidente da National Airways, conduzindo operações aéreas da Boston-Maine Airways e várias outras linhas aéreas no nordeste dos Estados Unidos. Em 1940 surge a Northeast Airlines.

Competição aérea

Embora se tenha tornado famosa com seu voo transatlântico, Earhart queria ter um recorde "exemplar" somente seu. Logo após o retorno da pilotagem do Avian "7083", ela se lançou no primeiro voo solo longo que ocorreu quando seu nome começava a estar em destaque nacionalmente. Efetuando a viagem em agosto de 1928, Earhart se tornou a primeira mulher a efetuar um voo solo de ida e volta através do continente norte-americano. Gradualmente seu nível de pilotagem e profissionalismo foi amadurecendo, como reconheceram os pilotos profissionais experientes que voaram com ela. O general Leigh Wade voou com Earhart em 1929: "Ela nasceu para pilotar, com um toque delicado no manche."

Subsequentemente, ela fez sua primeira incursão numa competição de corrida áerea em 1929 durante o primeiro "Santa Monica-to-Cleveland Women's Air Derby" (apelidado de "Powder Puff Derby" por Will Rogers), chegando em terceiro lugar. Em 1930, Earhart se tornou uma oficial da "National Aeronautic Association" onde trabalhou ativamente para estabelecer a separação dos recordes femininos e foi "instrumental" na aceitação de um padrão internacional semelhante pela Fédération Aéronautique Internationale (FAI). Em 1931, pilotando um Pitcairn PCA-2 autogiro, quebrou o recorde mundial de altitude de 18.415 pés (5.613 m) em um equipamento emprestado pela empresa. Para o leitor atual, pode parecer que Earhart apenas efetuava voos de "exibição", mas ela foi, em conjunto com outras aviadoras, crucial para convencer os americanos que "a aviação não era somente para loucos e super-homens".

Durante este período, Earhart se envolveu com as "The Ninety-Nines", uma organização de mulheres-piloto que davam apoio moral e suportavam a causa das mulheres na aviação. Ela havia convocado uma reunião em 1929 após a "Women's Air Derby". Ela sugeriu o nome baseada no número de membros constituintes; tornou-se a primeira presidente da organização em 1930.[5] Amelia advogou vigorosamente pelas mulheres-piloto e quando em 1934 a corrida "Bendix Trophy" baniu as mulheres, ela recusou-se a voar com a atriz Mary Pickford para Cleveland para abertura da corrida.

"Voo solo" transatlântico de 1932

Aos 34 anos, na manhã de 20 de maio de 1932, Earhart partiu de Harbour Grace, Terra Nova, com a cópia mais recente do jornal local (a cópia do jornal tinha a intenção de confirmar a data do voo). Ela pretendia voar para Paris no seu Lockheed Vega 5b replicando o voo solo de Charles Lindbergh. Seu conselheiro técnico de voo foi o famoso aviador Bernt Balchen que ajudou a preparar sua aeronave. Desempenhou também o papel de "isco" para a imprensa pois encontrava-se a preparar o Vega de Earhart para o seu próprio voo ao Ártico.[74] Após um voo de 14 horas e 56 minutos durante o qual ela enfrentou fortes ventos do norte, gelo e problemas mecânicos, Earhart pousou num pasto em Culmore, norte de Derry, Irlanda do Norte. Quando o fazendeiro lhe perguntou, "Você veio voando de longe?" Amelia respondeu, "Da América".."O local é agora sede de um pequeno museu, o "Amelia Earhart Centre".

Como a primeira mulher a efetuar um voo solo sem escalas através do Atlântico, Earhart recebeu a "Distinguished Flying Cross" do Congresso dos Estados Unidos, a "Cruz de Cavaleiro" da Legião de Honra do governo francês e a "Medalha de Ouro" da National Geographic Society das mãos do presidente Herbert Hoover. Com o crescimento da fama, tornou-se amiga de várias personalidades com cargos públicos importantes, como Eleanor Roosevelt, a "Primeira Dama". Roosevelt compartilhava de muitos interesses e paixões mútuas com Earhart, especialmente as causas das mulheres. Depois de voar com Earhart, Roosevelt obteve uma permissão de estudante, mas não prosseguiu com seus planos de aprender a voar. As duas amigas mantiveram contato freqüente por toda a vida. Outra famosa aviadora, Jacqueline Cochran, que o público considerava a maior rival de Amelia, também se tornou sua amiga íntima durante esse período.

Outros voos solo

Em 11 de janeiro de 1935, Earhart tornou-se a primeira pessoa a efetuar um voo solo de Honolulu, Hawaii a Oakland, Califórnia. Embora esse voo tenha sido tentado pelos desafortunados participantes da "Dole Air Race" de 1927, que fizeram a rota invertida, seu voo pioneiro[80] foi o único direto, sem problemas mecânicos. Nas horas finais, ela relaxou escutando a "transmissão da "Metropolitan Opera" de Nova Iorque".

Nesse mesmo ano, novamente voando seu fiel Vega que ela chamou "velha Bessie, o cavalo de fogo", Earhart voou sozinha de Los Angeles à Cidade do México em 19 de abril. O próximo recorde atingido foi um voo sem escalas da Cidade do México para Nova Iorque. Ela partiu em 8 de maio, em um voo que foi calmo durante todo o trajeto, somente na chegada houve uma preoucupação maior, pois uma multidão a aguardava, e ela teve que ter cuidado para não aterrissar em cima dela.

Earhart novamente participou de corridas aéreas de longa distância, chegando em quinto lugar, em 1935 na Bendix Trophy Race, o melhor resultado que ela conseguiu alcançar, considerando que que seu Lockheed Vega alcançava no máximo 195 mph (314 km/h), bem abaixo dos outros competidores que poderiam chegar a mais de 300 mph (480 km/h). A corrida foi particularmente difícil para alguns competidores, como Cecil Allen, que morreu num incêndio durante a decolagem e sua rival Jacqueline Cochran que foi forçada a desistir por problemas mecânicos, além do denso nevoeiro e trovoadas que acompanharam toda a corrida.

Entre 1930 e 1935, Amelia bateu sete recordes de velocidade e distância para mulheres em várias aeronaves: Kinner Airster, Lockheed Vega e Pitcairn Autogiro. Em 1935, reconhecendo as limitações de seu "amado Vega vermelho" em longos voos transoceânicos, Amelia pensou, em suas próprias palavras, um novo "prêmio: um voo que eu gostaria muito de tentar – a circum-navegação do globo o mais próximo da sua linha de cintura que pudesse." Para esta nova aventura, ela precisaria de uma nova aeronave.

Voo mundial de 1937

Earhart juntou-se ao corpo docente da Purdue University em 1935 como membro visitante, aconselhando mulheres sobre carreiras e como conselheira técnica do Departamento de Aeronáutica. Em julho de 1936, recebeu um Lockheed 10E Electra financiado por Purdue e iniciou seu projeto de voo ao redor do mundo. Não sendo o primeiro voo a circular o globo, seria o mais longo com 47 000 km de percurso, seguindo uma rota equatorial. Embora o Electra tenha sido apresentado como um “laboratório voador”, muito pouca ciência foi utilizada e o voo parece ter sido planejado à volta da intenção de Earhart em circumnavegar o globo de modo enquanto angariava material e publicidade para o seu novo livro. Sua primeira escolha para navegador foi o capitão Harry Manning que tinha sido capitão do President Roosevelt, navio que trouxe Amelia de volta da Europa em 1928.

Através de contatos da comunidade de aviação de Los Angeles, Fred Noonan foi escolhido como segundo navegador de voo. Havia vários fatores adicionais significativos que tinham de ser levados em conta durante a navegação celestial em aviões. Noonan havia deixado recentemente a Pan Am onde havia sido o responsável pela elaboração da maioria das rotas dos hidroaviões através do Pacífico. Foi também responsável pelo treinamento dos navegadores da rota entre São Francisco e Manila.O plano original era Noonan navegar do Hawaii à Ilha Howland, uma das partes mais difíceis do trajeto; daí Manning continuaria com Earhart até à Austrália e ela continuaria sozinha o restante do trajeto.

No Dia de São Patrício, 17 de março de 1937, eles efetuaram a primeira parte do voo de Oakland, Califórnia até Honolulu, Hawai. Juntamente com Earhart e Noonan, Harry Manning e Paul Mantz (que atuava como conselheiro técnico de Earhart) estavam a bordo. Por causa de problemas de lubrificação e com os propulsores, a aeronave necessitou de manutenção no Hawaii. O Electra acabou ficando na base naval de Luke Field em Ford Island em Pearl Harbor. O voo foi retomado três dias depois de Luke Field com Earhart, Noonan e Manning a bordo, e durante a decolagem, Earhart rodopiou. As circunstâncias para o ocorrido permanecem controversas. Algumas testemunhas que estavam em Luke Field inclusive os jornalistas da Associação de Imprensa, disseram que viram um pneu explodir. Earhart achou que o pneu direito pode ter explodido e/ou o trem de pouso direito quebrou. Algumas fontes, como Mantz, acham que houve falha do piloto. Como o avião ficou seriamente danificado, o voo foi cancelado e ele foi enviado por mar para a fábrica da Lockheed em Burbank, Califórnia para reparos.

Enquanto o Electra estava sendo reparado, Earhart e Putnam conseguiram fundos adicionais e se prepararam para uma segunda tentativa. Agora voando de oeste para leste, a segunda tentativa começaria com um voo sem publicidade de Oakland para Miami, Florida e após a chegada, Earhart fez o anúncio público de seus planos de voar ao redor do globo. A alteração do direcionamento do voo foi provocada pelas mudanças meteorológicas e de vento ao longo da rota planejada desde a primeira tentativa. Fred Noonan foi o único membro da tripulação de Earhart no segundo voo. Eles partiram de Miami em 1 de junho e após várias escalas na América do Sul, África, Índia e Sudoeste da Ásia, chegaram em Lae, Nova Guiné em 29 de junho de 1937. Nesse momento a viagem havia completado cerca de 22.000 milhas (35.000 km). Restavam 7.000 milhas (11.000 km) sobrevoando o Pacífico.

Em 2 de julho de 1937 (meia-noite GMT) Earhart e Noonan decolaram de Lae no Electra pesadamente carregado. Seu destino era a Ilha Howland, uma fina faixa de terra de 2.000 m de comprimento e 500 m de largura, 3 m altura e a 4.113 km de distância. A última posição relatada deles foi próximo às Ilhas Nukumanu, cerca de 1.300 km depois da decolagem. O “cutter” Itasca da guarda costeira dos EUA estava na estação de Howland, onde se comunicaria com o Lockheed Electra 10E de Earhart guiando-os até à ilha, uma vez que estivessem próximos.

Através de uma série de mal-entendidos ou erros (cujos detalhes permanecem controvertidos), a aproximação final à Ilha Howland usando a navegação por rádio não foi bem sucedida. Fred Noonan havia escrito anteriormente a respeito de problemas que afetavam a confiabilidade necessária para a navegação através do rádio.Algumas fontes notaram uma aparente dificuldade de Earhart em entender o funcionamento da antena Bendix, uma tecnologia moderna naquele tempo. Outra possível causa de confusão foi que o cutter “Itasca” e Earhart planejaram sua comunicação utilizando sistemas de tempo com meia hora de diferença (Earhart usando Greenwich (GCT) e o “Itasca”, um sistema de designação de zona de tempo naval).

Uma filmagem de Lae sugere que uma antena instalada debaixo da fuselagem do Electra, que estava pesado e cheio de combustível, pode ter se desconectado durante o taxiamento ou decolagem da pista de grama de Lae. Na sua biografia de Paul Mantz (que ajudou no plano de voo de Earhart e Noonan), o escritor Don Dwiggins menciona que os pilotos cortaram o longo fio da antena devido ao aborrecimento de ter que colocá-la novamente no avião a cada uso.

Durante a aproximação de Earhart e Noonan da Ilha Howland, o Itasca recebeu alto e claro, transmissões de Earhart identificando-se como King How Able Queen Queen(KHAQQ), mas ela aparentemente não conseguiu ouvir as transmissões do navio. Às 7:42 a.m. Earhart modulou "Nós devemos estar sobre vocês, mas não conseguimos vê-los – o combustível está acabando. Não estamos recebendo suas transmissões por rádio. Estamos voando a 1.000 pés." Sua transmissão às 7:58 a.m. dizia que ela não conseguia ouvir o Itasca e solicitava que eles enviassem sinais de voz, para que ela pudesse encontrar um rumo via rádio (essa transmissão foi reportada pelo Itasca como tendo o sinal mais forte possível, o que indicava que Earhart e Noonan estavam em área próxima). O “Itasca” não conseguiu enviar sinal de voz na frequência que ela indicou, então começou a transmitir em código Morse. Earhart recebeu o código, porém não conseguiu determinar sua direção.[93]

Em sua última transmissão às 8:43 a.m. Earhart transmitiu "Estamos alinhados em 157 337. Repetiremos essa mensagem. Repetiremos essa mensagem em 6210 kilociclos. Aguardem." Porém, poucos momentos depois, ela retornou à mesma frequência (3105 kHz) com uma transmissão que foi percebida como “questionável”: "Estamos indo na linha norte e sul."[94] As transmissões de Earhart parecem indicar que ela e Noonan acreditavam ter alcançado a posição da ilha Howland indicada nos mapas, o que estava incorreto por cerca de cinco milhas náuticas (10 km). O Itasca utilizou as suas caldeiras alimentadas a óleo para gerar fumaça por um tempo, porém aparentemente os pilotos não a viram. Muitas nuvens na área ao redor da ilha Howland podem ter ocasionado um erro de visualização: as sombras refletidas na superfície do oceano podiam ser indistinguíveis do perfil reduzido e muito plano da ilha.

Se algum sinal de rádio pós-perda foi recebido por Earhart e Noonan, ninguém sabe. Se as transmissões foram recebidas pelo Electra, a maioria, se não todas, terão sido fracas e truncadas. As transmissões de Earhart para Howland foram em 3105 kHz, uma frequência restrita para uso aeronáutico nos EUA pelo FCC. Não se pensava que essa frequência fosse apropriada para transmissões a grandes distâncias. Quando Earhart estava em altitude de “cruzeiro” e a meio caminho entre Lae e Howland (a mais de 1.000 milhas de cada local) nenhuma estação ouviu sua transmissão às 08:15 GCT. Além disso, o transmissor de 50 watt utilizado por Earhart foi acoplado a uma antena tipo V menor que o tamanho ideal.

A última transmissão recebida de Earhart na Ilha Howland indicou que ela e Noonan estavam voando numa linha de posição (calculada de uma “linha de sol” a 157-337 graus) e que Noonan deve ter calculado e desenhado numa carta passando por Howland.[99] Após a perda de contato com a Ilha Howland, foram efetuadas tentativas de contato com os pilotos através de transmissões de rádio e código Morse. Operadores do Oceano Pacífico e dos Estados Unidos poderão ter recebido sinais do Electra, porém eram incompreensíveis ou fracos..

Algumas dessas transmissões eram apenas ruídos, mas outras foram consideradas autênticas. Direções calculadas pelas estações da Pan American Airways sugerem que os sinais originaram-se em vários locais, incluindo Gardner Island. Foi notado na altura que se esses sinais eram de Noonan e Earhart, eles teriam que estar sobre terra juntamente com o avião, pois de outro modo a água teria provocado curto-circuitos no sistema elétrico do Electra. Sinais esporádicos foram reportados por quatro ou cinco dias após o desaparecimento, mas nenhum com clareza de informações.. O capitão do USS Colorado disse mais tarde que "Não havia dúvidas que várias estações estavam tentando contato com o avião de Earhart através da frequência aeronáutica, alguns através de voz outras por sinais. Tudo isso concorreu para confundir e pôr em dúvida a autenticidade dos relatórios”.


A foto desfocada que pode solucionar o antigo mistério sobre o destino de Amelia Earhart, pioneira da aviação

ameavi6

ameavi6a

Da esquerda para a direita, os destaques na imagem mostrariam Fred Noonan, Amelia Earhart e a aeronave


09/07/2017 - Uma foto recém-descoberta sugere que a lendária aviadora americana Amelia Earhart (1897-1937) pode ter morrido sob custódia japonesa - e não em um acidente de avião no Pacífico. Se isso for confirmado, um dos maiores mistérios da história da aviação terá sido desvendado.

Earhart ficou conhecida como a primeira mulher a voar sozinha sobre o Atlântico. Ela sumiu durante um voo sobre o Pacífico em julho de 1937 - e, desde então, seu desaparecimento tem rendido diversas teorias e especulações.

Uma fotografia da década de 1930, tirada nas Ilhas Marshall, que pertencia ao Japão na ocasião, é apresentada como a prova de uma dessas antigas teorias: a de Amelia teria morrido sob custódia dos japoneses.

A imagem em preto e branco encontrada nos cofres do Arquivo Nacional dos Estados Unidos mostra um grupo de pessoas em pé em um cais e, segundo a legenda, teria sido tirada no atol Jaluit, nas Ilhas Marshall, possivelmente por um espião dos Estados Unidos.

Earhart seria a pessoa que aparece sentada de costas para a câmera, enquanto Fred Noonan, navegador de seu último voo, seria a figura na extrema esquerda da foto. No lado direito da imagem, há uma área desfocada que, em tese, mostraria o avião de Earhart.

No entanto, pelo menos um especialista refuta essa tese, dizendo-se "espantado" que tenha tido tal repercussão. Ric Gillespie, autor do livro Finding Amelia (Procurando Amelia, em inglês) e diretor-executivo do International Group for Historic Aircraft Recovery (Tighar, na sigla em inglês), não está convencido de que seja a aviadora na cena.

"Essa foto tem convencido as pessoas. Isso me deixa impressionado. Quero dizer... Meu Deus! Olhem para essa foto. Vamos usar a cabeça por um minuto. Não tem data. Eles acreditam que seja de 1937. Ok. Se for de 1º de julho de 1937, não pode ser Amelia, porque ela ainda não tinha decolado", afirmou Gillespie.

"Se é de 1935 ou 1938, não pode ser ela... Essa foto tem que ter sido tirada dentro de uma janela de tempo muito estreita - a poucos dias de quando ela desapareceu", acrescentou.

Ele observa ainda que a imagem foi encontrada em um arquivo do serviço de inteligência da Marinha americana. Segundo ele, era "natural" que os EUA tivessem um registro de um ativo naval japonês. "E o que a legenda da foto diz? Atol Jaluit - Ilha Jaluit. Não 'Amelia Earhart em custódia japonesa'!", afirmou.

"Se esta é uma imagem de Amelia Earhart em custódia japonesa, onde estão os japoneses? Não há soldados nesta imagem. Ninguém está usando uniforme."

A foto foi divulgada pelo History Channel americano como prévia de um documentário que será exibido neste fim de semana. Se o objetivo era chamar a atenção e alavancar a audiência, parece ter funcionado. O vídeo apresenta dois especialistas que defendem a teoria. Eles observam as medidas do tronco da mulher que alegam ser Amelia e os dentes e cabelos do homem que seria Fred.

Caçadores de mistérios e histórias

Seria um simples palpite? Afinal, Earhart aparece de costas para a câmera e é discutível o quanto fios de cabelo e dentes podem ser realmente analisados de forma confiável em uma fotografia desfocada da década de 1930. Além disso, Gillespie diz que a imagem não bate com outras fotos conhecidas da aviadora.

"A pessoa que dizem ser Amelia pode ser uma mulher branca. Mas o cabelo é muito longo para ser dela. Temos muitas fotos tiradas na véspera de sua partida. Ela decolou com o cabelo muito mais curto", explicou.

Ele acrescenta que o homem identificado como Fred Noonan não se parece, na sua opinião, com o navegador. Além disso, as roupas que eles usavam não coincidem com os trajes das imagens. "O homem está de branco. Noonan sempre usava roupas escuras. Amelia também não estava com essa camisa quando viajou. Aparentemente, os japoneses deram roupas novas para eles", disse.

"Está tudo errado", conclui. "Estou impressionado."

Acidente?
A descoberta alimenta uma das teorias existentes sobre o que aconteceu com Earhart e seu navegador.

Ela desapareceu durante tentativa de voar ao redor do globo para chegar à ilha Howland, no Pacífico, para reabastecer. A explicação oficial é que ela não encontrou a ilha, perdeu a comunicação e ficou sem combustível, caindo no oceano. Embora essa seja uma versão amplamente difundida, não há evidências - como destroços da aeronave - para sustentá-la.

Há também as teorias de que o avião de Earhart caiu nas Ilhas Marshall e também a de que ela chegou à ilha Nikumaroro, perto de Kiribati, onde morreu em um naufrágio.

Não há provas conclusivas para nenhuma dessas hipóteses - mas isso não impediu historiadores amadores e profissionais de investigá-las.

Chegou-se a especular que parte de um esqueleto encontrado em Nikumaroro, em 1940, fosse de Earhart, mas os médicos constataram, na época, que pertencia a um corpo masculino.

Gillespie, que apoia a teoria de Nikumaroro, liderou 11 expedições no Pacífico Sul para pesquisar o destino de Earhart. Ele ressalta que a ilha estava desabitada no momento em que a aviadora teria pousado lá.

Ele e sua equipe recuperaram artefatos que, segundo eles, sugerem fortemente a presença de uma mulher americana no local - incluindo uma caixa de maquiagem da década de 1930, um hidratante feminino popular nos Estados Unidos e um zíper de jaqueta.

ameavi7

Ilha Nikumaroro estava desabitada na época que Earhart teria pousado lá

ameavi8

Ric Gillespie e sua equipe acreditam que avião pilotado por Earhart cai nesta ilha

ameavi9

Equipe encontrou faca que coincide com artefato mencionado no inventário de Earhart

Um mistério ainda não desvendado

Gillespie também menciona o horário e a localização das chamadas de alerta de rádio enviadas por Earhart depois que seu avião teria caído. Ele diz que as chamadas foram enviadas "noite após noite" - o que sugeriria que o avião estava em terra, não na água - porque, se os rádios estivessem molhados, não funcionariam. "Depois de seis noites, os sinais de rádio pararam", disse Gillespie à BBC.

"Acreditamos que o avião pousou no arrecife ao redor da ilha, que é plana - e seca na maré baixa. Mas a maré vai e vem... Na sexta à noite (ele acredita), o avião foi levado para o oceano pela maré. Assim, quando aviões do navio de guerra sobrevoaram a ilha uma semana depois, não avistaram nenhuma outra aeronave", completa.

O restante das buscas foi realizado em mar aberto, e nada foi encontrado. A equipe de resgate concluiu que Earhart e Noonan haviam afundado sem deixar vestígios. A conclusão do documentário, com base na fotografia das Ilhas Marshall, é que Earhart foi levada pelos japoneses, detida e morta eventualmente como prisioneira de guerra.

As Ilhas Marshall passaram da Alemanha para o Japão durante a Primeira Guerra Mundial e, antes do ataque de 1941 a Pearl Harbor, era uma importante base militar para Tóquio.

Os arquivos japoneses não têm registros de Earhart como prisioneira, mas, como muitos documentos desses arquivos se perderam, isso não prova necessariamente que a teoria esteja errada.

Ao mesmo tempo, é mais provável que a descoberta da fotografia só colabore para aumentar o mistério, em vez de resolvê-lo.

A ossada que pode esclarecer mistério do desaparecimento da aviadora Amelia Earhart

09/03/2018 - Uma ossada descoberta em 1940 na ilha do Pacífico Nikumaroro, cerca de 3 mil km a sudoeste do Havaí, pode ser a da famosa pilota americana Amelia Earhart, conhedida por ser a primeira mulher a voar sozinha pelo Atlântico. Earhart, seu avião e seu navegador, Fred Noonan, desapareceram sem deixar rastros em 1937 sobrevoando o oceano Pacífico rumo à ilha Howland. A explicação oficial é que ela não encontrou a ilha, perdeu a comunicação e ficou sem combustível, caindo no oceano. Embora essa seja uma versão amplamente difundida, não há evidências - como destroços da aeronave - para sustentá-la.

Desde então, muitas teorias procuram explicar seu desaparecimento. Mas um novo estudo publicado na revista científica Forensic Anthropology diz que a ossada encontrada bate 99% com o tipo físico de Earhart e que ela morreu como uma náufraga. Intitulado Amelia Earhart e a Ossada de Nikumaroro, o estudo foi primeiramente publicado pela Universidade da Flórida e conduzido pelo professor Richard Jantz, da Universidade do Tennessee. Sabe-se que Earhart estava perto da ilha quando desapareceu na tentativa de voar ao redor do globo.

Análise errada

Um grupo britânico que explorava a ilha em 1940 para verificar se ela era habitável encontrou uma caveira humana, um sapato de mulher, um instrumento naval usado pelo navegador Fred Noonan, que desapareceu junto com Earhart, e uma garrafa do licor Benedictine, bebida que a pilota costumava sempre levar.

"Havia a suspeita na época de que os ossos pudessem ser de Amelia Earhart", escreveu Jantz.

O grupo encontrou um total de 13 ossos, os quais foram então enviados às ilhas Fiji para serem analisados pelo doutor DW Hoodless, que disse que eles eram de um corpo masculino. Jantz diz que, pelo fato de a osteologia forense (estudo dos ossos) estar em estágio inicial à época, Hoodless provavelmente errou em sua análise. "A osteologia forense não estava bem desenvolvida no início do século 20", diz o texto publicado na revista científica.

Como a ossada desapareceu, Jantz usou as medidas dos ossos feitas por Hoodless e um software moderno para compará-los com o peso e estatura de Earhart. Os pesquisadores também usaram fotografias antigas, assim como suas habilitações para dirigir e pilotar avião, para determinar se as proporções do corpo da americana batiam com as dos ossos. Uma costureira com experiência em vestimentas históricas também foi consultada para analisar as roupas de Earhart, incluindo o comprimento das pernas e a circunferência da cintura de uma das calças da pilota.

"Essa análise revela que Earhart é mais parecida com a ossada de Nikumaroro do que 99% dos indivíduos em uma ampla amostragem de referência", diz o estudo. A pesquisa descobriu que os ossos pertenciam a uma mulher descendente de europeus e com altura acima da média, como era o caso da pilota.

"Isso dá um forte suporte à conclusão de que os ossos de Nikumaroro pertenciam a Amelia Earhart".

"Até que evidências definitivas sejam apresentadas dizendo que os restos mortais não são os de Amelia Earhart, o argumento mais convicente até o momento é de que são dela", escreve Jantz. Earhart é frequentemente homenageada como uma das pioneiras do empoderamento feminino e recentemente foi escolhida para ser retratada como uma boneca Barbie.

 

A evidência que pode solucionar o mistério do desaparecimento da aviadora Amelia Earhart após 86 anos

zzzol17

 

04/09/2023, Rubinho Damasceno - Fotografia de uma expedição no Oceano Pacífico traz o que pode ser uma peça do avião da norte-americana durante a expedição para ser a primeira mulher a dar a volta ao mundo pelo ar.Uma nova pista pode finalmente acabar com o mistério de quase nove décadas sobre o o desaparecimento da icônica e pioneira aviadora Amelia Earhart. A aeronave em que ela estava durante a sua missão de ser a primeira mulher a dar a volta ao mundo pelo ar sumiu sem deixar vestígios, em 1937.

Uma fotografia de uma expedição de 2009 no Oceano Pacífico, nas proximidades da Ilha Nikumaroro - um atol remoto entre a Nova Zelândia e o Havaí -, parece mostrar a tampa de um motor enterrada debaixo d'água que confere com as especificações da aeronave de Earhart. Quem primeiro divulgou as informações foi o jornal britânico The Daily Mail. “Há um objeto na foto que parece ser a capota de um motor Lockheed Electra”, disse Ric Gillespie, diretor executivo do Grupo Internacional para Recuperação de Aeronaves Históricas (TIGHAR). Um especialista em imagens forenses está analisando a imagem, de acordo com Gillespie, cujo grupo lidera o Projeto Earhart, que investiga o desaparecimento da aviadora e de seu navegador, Fred Noonan, desde 1988.

“A semelhança com a capota do motor e o eixo de transmissão só foi notada anos depois e a localização exata não foi anotada na época, o que significou que as tentativas de realocar o objeto não tiveram sucesso”, salientou Gillespie. Se os testes revelarem que a tampa do motor era mesmo do bimotor Lockheed Modelo 10E Special Electra de Earhart, isso não explicaria por que o avião caiu no oceano - mas dissiparia a teoria de Gillespie de que Earhart e Noonan pousaram e eventualmente morreram em Nikumaroro.

Para apoiar a sua posição, o grupo de Gillespie cita os locais das transmissões que eles acreditavam que só poderiam ter sido enviadas por ela, e uma fotografia tirada da costa em 1937, que o grupo acredita poder incluir o trem de aterrissagem da aeronave. Um ano após o desastre, a Grã-Bretanha colonizou a ilha e os recém-chegados relataram ter visto partes de aviões, garrafas de vidro da década de 1930 e ossos perto dos restos de uma fogueira que os pesquisadores determinaram que poderia ser de uma mulher do mesmo biotipo de Earhart, de acordo com a National Geographic. No entanto, nenhuma evidência concreta foi encontrada para confirmar que a dupla pousou no atol desabitado.

A “grande oportunidade” mais recente ocorreu no final do ano passado, quando cientistas do Centro de Ciência e Engenharia de Radiação da Penn State encontraram letras nunca antes vistas numa placa de metal que foi recuperada na ilha em 1991. O painel tinha furos de rebites semelhantes aos do avião de Earhart, mas mais tarde foram determinados por especialistas como “não com a correspondência exata” e provavelmente parte dos destroços de um avião da Segunda Guerra Mundial que caiu vários anos depois.

A história - e o desaparecimento misterioso de Amelia Earhart - renderam uma série de documentários históricos e também uma superprodução de Hollywood - 'Amelia', de 2009, em que a pioneira da aviação era interpretada por Hilary Swank, vencedora de dois Oscars de Melhor Atriz. O filme, dirigido por Mira Nair, conta também com Richard Gere e Ewan McGregor no elenco.


Fonte: https://g1.globo.com
           https://pt.wikipedia.org
           www.bbc.com

           https://revistamonet.globo.com