PESSOAS ESPECIAIS

Apolonio de Tiana - Parte 1

apolonio1Apolônio de Tiana (Tiana, Capadócia, 13 de Março de 2 a.C. – Éfeso, c. 98) foi um filósofo neo-pitagórico e professor de origem grega. Seus ensinamentos influenciaram o pensamento científico por séculos após a sua morte.  principal fonte sobre a sua biografia é a "Vida de Apolônio", ...

de Flávio Filóstrato, na qual alguns estudiosos identificam uma tentativa de construir uma figura rival à de Jesus Cristo. Apolônio também é citado nas obras "A Vida de Pitágoras", de Porfírio, e "A Vida Pitagórica", de Jâmblico. Acredita-se ainda que ele seja o personagem "Apolo", citado na Bíblia em Atos dos Apóstolos e I Coríntios. Apolônio foi vegetariano e discípulo de Pitágoras, com base no seu escrito, abaixo: "Por mim discerni uma certa sublimidade na disciplina de Pitágoras, e como uma certa sabedoria secreta capacitou-o a saber, não apenas quem ele era a si mesmo, mas também o que ele tinha sido; e eu vi que ele se aproximou dos altares em estado de pureza, e não permitia que a sua barriga fosse profanada pelo partilhar da carne de animais; e que ele manteve o seu corpo puro de todas as peças de roupa tecidas de refugo de animais mortos; e que ele foi o primeiro da humanidade a conter a sua própria língua, inventando uma disciplina de silêncio descrito na frase proverbial, 'Um boi senta-se sobre ela.'

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Eu também vi que o seu sistema filosófico era em outros aspectos oracular e verdadeiro. Então corri a abraçar os seus sábios ensinamentos..." Nascido na cidade de Tiana (Turquia), na província da Capadócia, na Ásia Menor, então integrante do Império romano, alguns anos antes da era cristã, foi educado na cidade vizinha de Tarso, na Cilícia, e no templo de Esculápio em Aegae, onde além da Medicina se dedicou às doutrinas de Pitágoras, vindo a adotar o ascetismo como hábito de vida em seu sentido pleno.

Após manter um juramento de silêncio por cinco anos, ele partiu da Grécia através da Ásia e visitou Nínive, a Babilônia e a Índia, absorvendo o misticismo oriental de magos, brâmanes e sacerdotes. Durante esta viagem, e subseqüente retorno, ele atraiu um escriba e discípulo, Damis, que registrou os acontecimentos da vida do filósofo. Estas notas, além de cobrirem a vida de Apolônio, compreendem acontecimentos relacionando a uma série de imperadores, já que viveu 100 anos. Eventualmente essas notas chegaram às mãos da imperatriz Julia Domna, esposa de Septímio Severo, que encarregou Filóstrato de usá-las para elaborar uma biografia do sábio.

A narrativa dessas viagens por Damis, reproduzida por Filóstrato, é tão repleta de milagres, que muitos a têm considerado como de caráter imaginário. Em seu retorno à Europa, Apolônio foi saudado como um mágico, e recebeu as maiores homenagens quer de sacerdotes quer de pessoas em geral. Ele próprio se atribuiu apenas o poder de prever o futuro; já em Roma afirma-se que trouxe à vida a filha de um senador romano. Na auréola do seu poder misterioso ele atravessou a Grécia, a Itália e a Espanha. Também se afirmou que foi acusado de traição tanto por Nero quanto por Domiciano, mas escapou por meios milagrosos. Finalmente Apolônio construiu uma escola em Éfeso, onde veio a falecer, aparentemente com a idade de cem anos. Filóstrato mantém o mistério da vida do seu biografado ao afirmar: "Com relação à maneira de sua morte, ‘se ele morreu’, as narrativas são diversas."

Esta obra de Filóstrato é geralmente considerada como um trabalho de ficção religiosa. Ela contém um número de histórias obviamente fictícias, através das quais, no entanto, não é de todo impossível discernir o caráter geral do homem. No século III, Hierócles esforçou-se para provar que as doutrinas e a vida de Apolônio eram mais valiosas do que as de Cristo, e, em tempos modernos, Voltaire e Charles Blount (1654-1693), o livre-pensador inglês, adotaram um ponto de vista semelhante. À parte este elogio extravagante, é absurdo considerar Apolônio meramente como um charlatão vulgar e um fazedor de milagres. Se descartamos a massa de mera ficção que Filóstrato acumulou, ficaremos com um reformador sincero, altamente imaginativo, que tentou promover um espírito de moralidade prática.

Escreveu muitos livros e tratados sobre uma ampla variedade de assuntos durante a sua vida, incluindo ciência, medicina, e filosofia.

As suas teorias científicas foram finalmente aplicadas à idéia geocêntrica de Ptolemeu que o Sol revolvia ao redor da Terra. Algumas décadas após a sua morte, o Imperador Adriano colecionou os seus trabalhos e assegurou a sua publicação por todo o império.

A fama de Apolônio ainda era evidente em 272, quando o Imperador Aureliano sitiou Tiana, que tinha se rebelado contra as leis romanas. Num sonho ou numa visão, Aureliano afirmava ter visto Apolônio falar com ele, suplicando-lhe poupar a cidade de seu nascimento. À parte, Aureliano contou que Apolônio lhe disse "Aureliano, se você deseja governar, abstenha-se do sangue dos inocentes! Aureliano, se você conquistar, seja misericordioso!" O Imperador, que admirava Apolônio, poupou desse modo a cidade. Também no século III, Flávio Vopisco, em seu escrito sobre Aureliano, cita Apolônio.

O Livro de Pedras, do alquimista medieval islâmico Jabir ibn Hayyan, é uma análise prolongada de trabalhos de alquimia atribuídos a Apolônio (aqui chamado Balinas) (ver, por exemplo, Haq, que fornece uma tradução para o inglês de muito do conteúdo do Livro de Pedras).

Devido a algumas semelhanças de sua biografia com a de Jesus, Apolônio foi, nos séculos seguintes, atacado pelos Padres da Igreja sendo considerado desde um impostor até um personagem satânico. Mas houve também quem o exaltou comparando-o aos grandes magos do passado, como Moisés e Zoroastro.
Apolônio faleceu em Éfeso, cerca de 98.
Um desconhecido

Apolônio praticamente é um desconhecido da maioria das pessoas, mesmo daquelas que têm uma boa formação religiosa. Aparentemente parece estranho que uma figura tão relevante não seja citado nos livros que versam sobre religião, somente aparecendo o seu nome em documentos secretos e em alguns poucos livros de ocultismo.
Quem foi e que é Apolônio? – Apolônio é uma misteriosa figura que “apareceu” neste ciclo de civilização no início da era cristã (no século I). Os documentos que falam Dele geralmente nunca mencionam a palavra nasceu e sim apareceu, isto porque Ele, quando esteve diretamente na terra, manifestava natureza divina. Entre os atributos desta natureza Ele apenas tinha um corpo aparente, se apresentava na terra com corpo etéreo, tal como o de Jesus.

Em muitos pontos, a vida de Apolônio se assemelha à de Jesus. Até mesmo a Sua vinda a terra foi anunciada pelo Espírito Santo. Alguns documentos antigos afirmam que Ele, certo dia, surgiu na terra sem ascendentes, mas também há documentos que dizem ser Ele filho de uma Virgem. O sobrenome Tiana é mesmo nome da cidade onde ele primeiro se apresentou na terra, que ficava na Capadócia.

Dotado de uma palavra fácil, eletrizante e convincente, logo depois se transformou num tribuno, ao mesmo tempo em que sua fama se popularizava, caminhando pelo resto do mundo dando um exemplo justo, bom e perfeito. Foi um espontâneo defensor dos injustiçados, capaz de praticar os mais arrojados e difíceis atos de bravura. Sua firmeza e energia de propósitos, mesmo diante do perigo, causavam a todos uma coragem estóica. "Ele fora um Deus em forma de Homem!".

Apolônio viajou muito no tempo em que esteve na Terra, desde o Egito até a Mongólia, sempre sendo iniciado nas Ordens na qual Ele encontrava, não que  precisava ser iniciado pois Ele já é Um Iniciado, mas sim como O próprio disse para um sacerdote quando pediu para ser iniciado: "Bem sabes porque não queres iniciar-me. Se o dizes, revelá-lo-ei: o meu crime é justamente conhecer bem melhor do que tu o rito da iniciação. Vim pedir-te por um ato de modéstia, submissão e simplicidade, a fim de que passasses por mais sábio do que Eu. Apenas isto!".

Logo depois que saiu da sua cidade natal Ele ficou conhecido como um neo-pitagórico. Em Nínive, na Babilônia, encontrou Damis, seu inseparável e fiel discípulo. De lá ambos foram para a terra dos encantos, a Índia, e, percorreram a Mongólia e o Tibet, até que atingiram as colinas do Himalaia. Lá Apolônio deixou Damis e partiu só para um mosteiro onde Ele tornou-se o "Senhor portador dos oito poderes da Yoga", que era o mais alto Grau dos mosteiros daquela época, neste momento, dizem, uma áurea de Luz Lhe emergiu a cabeça de modo permanente. Depois voltou e se encontrou com Damis e voltaram para a Grécia, onde começou a fase mais intensa de curar doentes, desde do corpo a alma, paralíticos, cegos e até ressuscitar mortos, como aconteceu com uma moça em Roma.  

Uma das missões de Apolônio foi a de ensinar aos seguidores de Jesus o como manipular as leis da natureza. Alguns documentos dizem, e é verdade, que Apolônio fez milagres idênticos àqueles feitos por Jesus. O poder dele era tamanho que aonde chegava as guerras eram interrompidas e os exércitos enterravam as suas armas. Também pregava e para ouvi-Lo vinham pessoas de lugares distantes.

Apolônio, por sua vez, ensinou como usar as leis da natureza, explicou o como eram feitos os milagres Dele e de Jesus, preparou os primeiros cristãos para disporem dos meios de curas e de todos os outros que Jesus utilizou. Mostrou o poder das cores, mostrou que tudo na natureza é vibração, fez ver que existe uma polaridade (Já constante dos Princípios Herméticos) em tudo quanto há, que as coisas podem ser manipuladas pela luz, pelo som e coisas assim. Ensinou o valor das cores, portanto como usa-las nos templos para obtenção de estados especiais de consciência. Ensinou como usar a música, que tipo de música é adequado nas diferentes situações, e restabelecer os meios utilizados pelas ciências herméticas. Ensinou simbolismo, ensinou a linguagem simbólica por meio da qual uma pessoa pode entrar em sintonia com planos superiores, com mundos hiperfísicos. Ensinou como se processam as transmutações na natureza e como conseguir isso, como intervir no astral visando certos resultados. Disse do como captar o poder inerente a cada coisa, a cada cor, a cada forma. Ensinou o poder dos cristais e dos aromas e o como usa-los nos diferentes níveis. Assim estabeleceu formas de ampliação da consciência permitindo que as pessoas possam ter acesso a níveis superiores de consciência independentemente da interferência de forças espúrias. E também trouxe ensinamentos de morais o que atingia em cheio a maioria dos governantes dos locais onde Ele passou. Tendo o poder da profecia, Ele também profetizou alguns acontecimentos que logo ocorreram.

Sendo assim a conjura1, tentáculo do "poder" das trevas, praticamente arrasou o trabalho de Apolônio. Perseguiu inexoravelmente a pessoa e também toda a obra maravilhosa estabelecida por Ele.

Apolônio sofreu perseguições terríveis culminando com varias condenações, como uma vez em que Ele foi preso e a julgamento e falou para Damis e Demetrio esperarem-No em tal dia e tal hora na praia e quando chegou o dia e a hora marcada Ele simplesmente apareceu na praia ao lado dos dois, e outra vez foi a de ser estraçalhado por uma matilha de cães ferozes, quando ia ser atacado pelos cães Ele simplesmente sumiu diante da vista de toda uma multidão. Tamanho fenômeno contribuiu ainda mais para fazer crescer o mito sobre a pessoa de Apolônio.

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Depois da Sua partida, foi escrito um livro com Sua história e com grande parte dos Seus ensinamentos, apresentado em forma de um evangelho com oito capítulos. Os ensinamentos e o poder do evangelho de Apolônio era muito superior àqueles dos quatro evangelistas da época de Jesus, nele havia coisas que faziam tremer aqueles elementos da conjura que estavam se infiltração no cristianismo de então.

Após a condenação e desaparecimento a conjura ficara livre da presença direta de Apolônio, mas a Seu prestígio tornou-se logo lendário. Assim a conjura que já havia experimentado com relativo sucesso o método do despistamento no seio do cristianismo primitivo, logo passou a usa-lo entre os seguidores de Apolônio que, em sua quase totalidade, eram cristãos. No cristianismo primitivo a conjura se infiltrar e procurou destruir os autênticos ensinamentos de Jesus assumindo a direção das instituições em geral. No caso de Apolônio ela que já tinha muita influência dentro das comunidades cristãs com alguma facilidade pode usar com sucesso o método da falsificação. Assim sendo inundou o mundo de então com grande número de copias falsas dos ensinamentos de Apolônio. Isto funcionou eficazmente que até hoje só um "expert" em ocultismo é capaz de distinguir o que não é e o que é autêntico. Assim em séculos futuros Ele foi quase total e oficialmente esquecido e o Seu nome colocado na galeria dos mitos. Em todas as bibliotecas membros da conjura colocam obras falsas como sendo de Apolônio que mais tarde geraram suspeitas pelas incoerências nelas contidas. A incredulidade a respeito daquele Mestre em parte se deve àquele trabalho de despistamento e em parte à magnitude de tudo aquilo que Ele realizou e que o qualificou como uma figura lendária. Assim sendo quase tudo o que existe escrito sobre Apolônio, e sobre ensinamentos a Ele atribuídos, em grande número são falsos. Alguns documentos autênticos existem e são zelosamente guardados por algumas sociedades iniciáticas, e reservados aos iniciados nos Mistérios Maiores.
Por outro lado à influência de Apolônio foi de tamanha magnitude que o Cristianismo primitivo incorporou uma grande parcela dos ensinamentos que têm sido usados em aplicações práticas. Assim sendo, a maior parte do ritual e do simbolismo da Igreja Católica tem como ponto de origem Apolônio. Muitas pessoas indagam: De onde surgiram os símbolos e os vastos rituais incorporados à Igreja Católica se Jesus jamais publicamente usou qualquer um deles? Há quem diga que eles foram incorporados de práticas pagãs, mas isso só é verdade se, como tal for também incluída a doutrina de Apolônio que deu origem à quase totalidade dos ritos e símbolos do Catolicismo.

É de causar admiração que, mesmo havendo estado e até hoje atuantes no seio da igreja, os membros da conjura hajam deixado ficar os ritos e símbolos estabelecidos por Apolônio, desde que eles se constituíam poderosos meios de persuasão, de coesão e conseqüente manutenção da unidade religiosa. Eis duas explicações possíveis: Uma, que a conjura desconhecia todo o potencial do simbolismo e ritualística orientada por Apolônio assim não vendo neles mais que encenações, portanto algo sem perigo algum. Na verdade os próprios membros da conjura haviam apagado o conhecimento até mesmo para a maior parte daqueles que faziam parte do seu ciclo interno, conseqüentemente o potencial dos símbolos era algo desconhecido para eles. Segundo, julgando que afastado Apolônio os elementos mágicos incorporados aos ritos e símbolos serviria também aos seus intentos, pois manteria a coesão daquela estrutura que, de uma certa forma, ela já dominava.

Podemos dizer que ambas as afirmativas são verdadeiras, em parte a conjura desconhecendo o potencial ritualístico e simbólico deixou que eles continuassem presentes no cristianismo e, em parte ela sentiu que tudo aquilo era importante para a estruturação da religião num bloco coeso por ela administrado.
Em muitos momentos a conjura deturpou o ritual e o simbolismo, tirou coisas benéficas e as substituiu por coisas maléficas, entre os quais o uso do vinho, portanto do álcool, no ritual da missa.

Não é somente o ritual católico que se originou dos ensinamentos de Apolônio, praticamente a quase totalidade dos símbolos da magia, do hermetismo, do ocultismo, da gnosis e de muitas outras formas do o ocultismo em parte tem como origem Salomão, mas a quase totalidade deles provêm de Apolônio.

Publicamente pouco de autenticidade nas publicações que foram feitas sobre os ensinamentos atribuídos a Apolônio. Do Seu evangelho existe uma pequena parte que já foi publicado, o mais apenas algumas poucas doutrinas iniciáticas possuem e mesmo assim somente tem acesso a eles iniciados de grau elevado. O que chega às mãos dos profanos praticamente são aquelas obras preparadas especialmente pela conjura, obras apócrifas, portanto, sem quaisquer significados positivos. A um não iniciado é possível a aquisição de apenas um trabalho autêntico intitulado Nuctemeron, mas até mesmo dele existem também algumas edições falsas. O título do livro significa: “O Dia de Deus que Resplandece nas Trevas” (O Deus que está “aprisionado” em cada pessoa ainda envolvida em trevas. Isso equivale ao desabrochar da Centelha Cósmica em cada um, ao desenvolvimento da consciência clara do Mestre de Cada Um).

Na obra Nuctemeron os ensinamentos de Apolônio são distribuídos como em um relógio em 12 horas, ou degraus, e a cada hora corresponde uma instrução especial. Os ensinamentos daquela obra são apresentados em linguagem um tanto velada. São ensinamentos de altíssimo nível.

Primeira Hora:             "Os demônios entoam em conjunto louvores a Deus. Eles perdem a maldade e a ira."  

Segunda Hora:              "Mediante a dualidade, os Peixes do zodíaco louvam a Deus. As serpentes ígneas enrolam-se em torno do caduceu e o relâmpago torna-se harmonioso."

Terceira Hora:              "As serpentes do caduceu de Hermes se entrelaçam três vezes. Cérbero escancara sua tríplice goela e o fogo entoa louvores a Deus pelas três línguas do relâmpago."

Quarta Hora:                 "Na quarta hora a alma regressa da visita aos túmulos. É o momento em que as quatro lanternas mágicas dos quatro cantos do círculo são acesas. É a hora dos encantamentos e das ilusões."

Quinta Hora:                 "A voz das Grandes Águas entoa ao Deus das Esferas Celestiais."

Sexta Hora:                   "O Espírito permanece impassível. Ele vê o monstro infernal vir ao Seu encontro e está sem medo."

Sétima Hora:                 "Um fogo que dá vida a todos os seres animados, é dirigido pela vontade de homens puros. O Iniciado estende a mão e o sofrimento transforma-se em paz."

Oitava Hora:                 "As estrelas conversam entre si. A alma dos sóis responde ao suspiro das flores. A corrente da harmonia faz todos os seres da natureza se harmonizarem entre si."

Nona Hora:                    "O número que não deve ser revelado."

Décima Hora:                "A chave do ciclo astronômico e do movimento circular da vida dos homens."

Décima Primeira Hora: "As asas dos Gênios movimentam-se com um misterioso rumorejar. Eles voam de esfera a esfera e levam as Mensagens de Deus de mundo a mundo."

Décima Segunda Hora: "Aqui se realiza, pelo Fogo, a Obra da Luz Eterna."

NUCTEMEROM – 1ª hora
Primeira Hora: Os demônios entoam em conjunto louvores a Deus. Eles perdem a maldade e a ira.

Estudando o Nuctemeron, constatamos que o mesmo é uma instrução concreta para trilhar a Senda que leva à Libertação.

O Nuctemeron compreende 12 partes denominadas Horas.

Procuraremos dar um lance de olhos na primeira hora, a qual diz: Os demônios entoam em conjunto louvores a Deus. Eles perdem a maldade e a ira.

Aquele que quer trilhar a Senda da Gnosis Universal, deve começar ingressando nessa Primeira Hora. Ela se relaciona a esse tão freqüentemente falado Caminho de João, a via que endireita as veredas para o Deus em nós, isto é, para o Homem-Alma caído, todo ser humano, e não das várias espécies de fantasmas habitantes da esfera refletora.

O demoníaco é o mal, e a sujidade é aquilo que é pecaminoso no homem. O demoníaco é a soma negativa de todas as existências que foram vividas em nosso microcosmo e que se conservam em nosso subconsciente como um feixe de tensões magnéticas polarizadas.

Nosso microcosmo compreende, portanto, inúmeras cargas magnéticas de espécies diferente, cargas que ele apanhou em suas intermináveis viagens através da natureza dialética; isto é, através de toda espécie de situações de vida, de sentimentos, pensamentos, ações e experiências.

I
Haveis de compreender que cada ser humano está ocupado em forjar novas tensões magnéticas negativas, isto em tensões magnéticas ainda latentes. E todas essas tensões de natureza diferentes formam nosso campo de respiração pessoal, o campo de vida no qual vivemos, a atmosfera na qual, como homem isolado, respiramos.

Certamente alguma vez já ficastes a contemplar as nuvens em suas formações. Se nela fixardes os vossos olhos, então vereis, em cada nuvem, caras inúmeras e multiformes. Elas vos fitam e os olhares se perdem à distância; elas mudam de más a frívolas, e nelas há algo de mortiço, algo de irreal. São como sonhos de natureza negativa.

E assim, também podeis fixar os vossos próprios olhos no vosso campo de respiração no interior do vosso ser áurico. Toda essa variedades de tensões magnéticas parecidas com nuvens, têm, outrossim, cabeça e possuem formas estranhas e desmesuradas, sendo mais o menos deformadas e demoníacas. E assim, pode-se compreender a razão de as pessoas que podem vê-las em seu próprio ser, falarem de demônios.

II
Esse demônios são as figuras das tensões magnéticas, residentes no subconsciente. São as tensões do campo de respiração áurico.

Por que se fala de "subconsciente"?

Porque existe uma outra consciência, a eu-consciência comum.

III
Essa eu-conscência desenvolve-se como soma de todos os núcleos de consciência de todos os átomos que formam o nosso sistema e ela é alimentada por radiações diretas de natureza astral, que nos atingem vindo do cosmos circundante.

Mas reparai, as nuvens demoníacas das tensões magnéticas supra-citadas não só permanecem em nosso campo de respiração, como também nos compenetram, elas pertencem aos cinco fluídos anímicos naturais e pertencem, por conseguinte, a cada átomo de nossa natureza.

IV
Pode-se dizer, portanto, que não só existe um princípio de vida positivo em nós, princípio que nos deixa dizer "eu", mas também existe em nós uma pressão subconsciente, um arrastar para o abismo do passado, pressão das muitas vozes de um princípio de vida negativo do subconsciente.

V
Daí o fato de muitos investigadores da psique humana terem, em todos os tempos, contatado dois "eus" no homem: o "eu" da consciência comum e o "eu" da natureza desarmoniosa e diabólica. E é evidente que todos nós vivemos e existimos desses dois "eus". Num certo momento, vivemos do eu comum e tem-se isto como normal; no momento seguinte, vivemos do eu subconsciente e somos, como se diz, anormais. E neste caso somos arrastados pelas forças primitivas do passado às ações, pensamentos e sentimentos que penalizam o "eu" normal. Existem pessoas, muitas pessoas, que são demasiadamente governadas pelas tensões magnéticas desarmoniosas, tendo uma vida que mostra mais o aspecto anormal do que o normal.

Elas são então possuídas pelo diabo, elas descem freqüentemente abaixo das normas sociais, e seu sistema nervoso nada pode fazer em contrário. Essas pessoas são vistas como criminosas.

VI
E aqueles que as julgam e condenam, e aqueles que participam disso como espectadores, ainda não estão sob o governo, não estão subjugadas pelo próprio subconsciente, ainda não. A natureza subconsciente deles ainda não se patenteia, mas na intimidade de suas moradias, atrás das paredes de seus quartos, deixam que seus impulsos tenham livre curso.

VII
E assim, ainda podeis conservar um equilíbrio pequenino, enquanto que publicamente representais o homem justo, o homem reto. Vosso estado, porém, é tão sinuoso e tão complicado como o dos outros. Esta é a condição da inteira onda de vida humana em manifestação. As inumeráveis idades da manifestação dialética falam em cada ser como uma série de tensões magnéticas desarmoniosas e inúmeras frustrações.

E é isto o diabólico no homem.

E é isto o que lhe é especificamente próprio.

E é isto o que é pecaminoso no homem.

E aquele que, como homem natural, diz que não veio do pecado, mente. É nessa realidade, nessa medonha realidade, que Apolônio de Tiana apanha seus alunos.

Percebeis, assim, que a chamada psicologia moderna não é moderna absolutamente, mas é uma experiência com as verdades dos antigos gnósticos e dos antigos métodos ocultos para proteger os homens contra seus próprios demônios, sem contudo curá-los verdadeiramente. É a versão moderna do conhecido e antigo exorcisar o diabo.

IX
Apolônio de Tiana coloca os seus alunos diante da assustadora verdade da dialética: a de que todo ser humano é o produto da totalidade do passado do microcosmo.

O passado e o presente se entrelaçam em dois "eus", o consciente e o subconsciente.

Como devemos conduzir-nos diante dessa realidade chocante? Devemos aceitá-la! E devemos esforçar-nos para colocar esse complicado todo de tensões magnéticas diante da Gnosis e de sua Luz, quando a Primeira Hora do Nuctemeron eleva suas vozes.

X
Isso quer dizer: Assim invocamos, em primeiro lugar, as verdadeiras forças santificadoras. E uma vez que as invocamos e nos entregamos a essas radiações magnéticas, devemos naturalmente viver e ser completamente delas.

Devemos, diz Apolônio de Tiana - afadigar-nos com o nosso ser nessas forças para, assim, realizar algo.

Assim estando sobre o Tapete, desenvolvem-se no aluno cinco processos, ao mesmo tempo na consciência e na subconsciência.

A Gnosis entra então em contato conosco pela primeira vez, isto é, a vida em sua totalidade e o inteiro campo de vida em toda a sua complexidade são atacados pelas radiações gnósticas.

Por este meio o candidato chega ao grande autoconhecimento.

XI
O consciente e o subconsciente são reciprocamente confrontados, O aluno descobre as origens das estranhas e divergentes tensões as quais tão freqüentemente o governam e o arrastam e que tão freqüentemente aparecem como figuras gigantescas. Deste modo, em terceiro lugar, o candidato vencerá o desprezo a si mesmo. Não é verdade que somos freqüentemente possuídos de auto desprezo, mofa e ironia? Não nos consideramos - secretamente - sempre de novo indignos e inúteis? Não sabeis e não tendes freqüentemente experimentado o efeito paralisante que resulta disso?

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XII
Para vencê-lo precisamos ver absolutamente a causa, a causa dessa força diabólica da paralisia. Ver essa causa à Luz da Gnosis significa, ao mesmo tempo, a sua extirpação.

Após esse cair no desprezo de si mesmo, o candidato fica por muito tempo cercado de grande vácuo, no qual nada mais entra senão grande frieza.

É a solidão da terra de ninguém.

Por isso que, em quarto lugar, o vácuo do isolamento é rompido pelas radiações gnósticas, e a santificação gnóstica penetra finalmente em todos os caminhos da personalidade e campo de respiração.

Assim se formam, antes de tudo, em todo o campo de respiração, focos de uma nova força de vida.

Uma nova esfera magnética começa a se expandir.

Um novo estado do eu começa a se formar.

E o novo é a síntese, a unificação do consciente com o subconsciente.

Todas as desarmonias se convertem em harmonia, até que chega o momento, o momento glorioso e maravilhoso em que nessa unificação as antigas tensões desarmônicas se dissipam, e na unidade recém-surgida, todos os antigos demônios e diabos entoam louvores ao Pai.

Todas as oposições desaparecem e perdem sua antiga maldade e ira.

Desse modo, cada candidato deve e pode endireitar as veredas para o seu Deus e tornar-se perfeitamente digno de poder trilhar a Senda da Libertação, conscientemente.

Em primeiro lugar, o subconsciente deve abrir-se no consciente e ambos na purificação da Gnosis. Esta é a tarefa da Primeira Hora do Nuctemeron de Apolônio de Tiana.

Quem agarra essa tarefa nesta Primeira Hora do seu Dia de Deus, não extingue o seu passado, torna-se muito valioso. Faz dele um tesouro de permanente sabedoria, experiência e força.

XIII
As tensões desarmoniosas do passado, que em nós se revolvem e se agitam, não são tanto causadas por ações e pensamentos terríveis e acontecimentos assustadores em tempos passados, mas referem-se principalmente a fatos, experiências, problemas e processos que ainda não foram liqüidados, que ainda não encontraram nenhuma conclusão, ainda não tiveram nenhum comprimento.

Encontramo-nos diante da tarefa que os nossos antepassados e predecessores no microcosmo não liquidaram.

Quando nós mediante a vida que se desvenda a si mesma graças ao verdadeiro discipulado, deixamos entrar a atmosfera gnóstica em todo o nosso ser, então assim endireitamos as veredas, armadas com o conhecimento provindo do tesouro do passado.

XIV
E então, tudo que se manifesta como desarmonioso, com tudo o mais, manifestará sonoramente louvor a Deus em nós. Todo o passado apresenta-se como um ganho no hoje vivente, base de um futuro absolutamente seguro.

Na unidade das forças naturais na base da Alma-Espírito, todas as forças naturais cantam louvores e honra a Deus.

Elas perdem a maldade e a ira.


NUCTEMERON – 2ª Hora
Segunda hora: Mediante a dualidade, os peixes do zodíaco louvam a Deus. As serpentes ígneas enrolam-se em torno do caduceu e o relâmpago torna-se harmonioso.

I
Com fundamento na primeira hora de Apolônio de Tiana, pudemos ver como todas as tensões magnéticas desarmoniosas e incompreendidas e, por conseguinte, desgovernadas que se manifestam no microcosmo, poderão ser conduzidas a uniformidade pelo discipulado gnóstico, como elas, por conseguinte, perdem suas características negativas de maldade e ira e se põem completamente a serviço do candidato aos Mistérios Gnósticos.

II
Cada tensão magnética com que o ser áurico se encontra onerado, foi e é causada por certa ação, por certo ato num período de vida de uma das personalidades que viveram no microcosmo.

Quando todas essas tensões magnéticas - livres de sua maldade e de sua ira e de suas eventuais reações se colocam a serviço dos seres humanos agora viventes, então verifica-se a liberação de imenso tesouro de experiências, de purificação e de conhecimentos, que torna cada candidato mil vezes mais forte que o tornaria o estado de vida comum.

A essa primeira hora ajusta-se a segunda hora, a qual diz: "Mediante a dualidade, os peixes do zodíaco louvam a Deus. As serpentes ígneas enrolam-se em torno do caduceu e o relâmpago torna-se harmonioso".

Para poderdes compreender essa segunda hora, precisais ter bem presente o que a primeira hora vos quis dizer, isto é, que mediante orientação inequívoca, estando sobre o Tapete, o candidato consegue o domínio sobre si mesmo, e que pela identificação dos "eus" os demônios no "eu" perdem sua maldade e sua ira.

Agora o candidato não está mais fundamentalmente preso pela vida dialética.

III
Ele está livre para poder trilhar a Senda, e esta liberdade fundamental só é possível mediante a mencionada transformação do demônio no homem, mediante o escapar-se da garra caótica das tensões magnéticas em nós, e pelo seu ordenamento e transformação. Desde que o aluno se tenha libertado dessa garra, ele é diretamente confrontado com o campo de nascimento astral da dialética, em suma, com o grande campo de vida astral da dialética. Pois que a oposição não deve só ser vencida e ultrapassada no próprio microcosmo, mas também no mundo maior, no qual vivem o microcosmo e a personalidade.

Nesse campo de vida sideral, com os seus eões lá dominantes, manifesta-se a força da dualidade. As influências das forças gêmeas da natureza se fazem presentes nesse campo e, em conseqüência disto, tudo na natureza visível e impelido para o seu oposto e, deste modo, o jogo da contínua troca na dialética fica de algum modo esclarecido.

É uma lei natural, e no campo de nascimento sideral ela é absolutamente válida, de modo que, quando se principia com alegria e entusiasmo fica-se, num certo momento, tomado e dominado pelo pessimismo e tristeza. Não é sem razão que isso é assim; pelo contrário, inteiras séries de sintomas no grande jogo das trocas dão para isso motivos abundantes.

Assim se intercambiam continuamente e em todos os aspectos a crença e a descrença, a certeza e a dúvida, a luz e as trevas. E aquele que não venceu o demônio das tensões magnéticas na Primeira Hora, também na Segunda Hora do Nuctemeron não poderá estar em parte alguma!

Ele será completamente subjugado e neutralizado pelas forças do campo sideral. Unicamente aquele que conseguiu uma nova condição e alcança o nascimento da Alma, aquele que, mantendo-se firmemente sobre o Tapete, serenou a tempestade magnética em seu próprio ser, somente esse pode em conseqüência disso, intentar dominar o campo de nascimento sideral. Ele pode fazê-lo, desde que encontre o método pelo qual os opostos da natureza se equilibram e pode, assim, preparar para si mesmo uma passagem harmoniosa, uma passagem através do mar vermelho do nascimento sideral.

Com certeza, já muitas vezes ouvistes falar a respeito do equilíbrio dos opostos, e deveis ter aprendido algo disso em vossa juventude; talvez regressastes para a vossa casa levando notas de primeira ordem em Matemática, mas criar e seguir semelhante caminho matemático na própria vida é, porém, algo bem diferente, e nos coloca diante de grandes e difíceis problemas.

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Deixemos que o Nuctemeron, na Segunda Hora do nosso vero discipulado, nos ensine a maneira de podermos resolver esses problemas, ao admitirmos ter atravessado satisfatoriamente a primeira hora.

"Mediante a dualidade, cantam os peixes do zodíaco louvores a Deus", esta é a primeira fórmula que temos de resolver. Conhecemos naturalmente o símbolo zodiacal "Piscis", os dois peixes colocados, um ao lado do outro, e ligados por uma cruz. Um dos peixes é o símbolo do Homem divino, o outro peixe é o símbolo do homem preso à natureza. Ambos devem tornar-se um mediante uma Via Crucis. Compreendemos isto como sendo o desabrochar, pela endura, do homem natural no Homem-Alma divino. E uma vez que os dois se tenham tornado um, então isto quer dizer que os opostos se identificaram.

Deste modo possuímos a chave para a passagem através do campo de nascimento sideral. Neste campo arde um fogo, um fogo que chameja fortemente. Conhecêmo-lo como o fogo do desejo, e nele distinguimos três estados: o da atração, o da repulsão e o indefinido. 0 homem encontra-se perfeitamente sintonizado com esse fogo e é uno com ele.

Compreendemos que, justamente pela forte e extremada individualização do homem dialético, o fogo sideral torna-se um inferno flamejante, pois que todas as nossas vidas de desejos se eqüivalem entre si, já que pertencem a esta natureza da morte, mas as nossas vidas de desejos não se harmonizam quanto ao mesmo objetivo.

O fogo que eu atraio e assim vivifico pode ser repelido por vós, ou podeis querer extinguí-lo, ou não tendes interesse por ele. Quando, pois, estamos tão desigualmente, tão diferentemente sintonizados, tornamo-nos um inferno um para o outro.

Queimamo-nos uns aos outros com fogo, apesar de não o desejarmos, e assim atiçamos o geral charco de fogo e assim torna-se compreensível o furiosos andamento do jogo dos opostos. As contínuas transformações são lógicas e explicáveis!

Os homens, pela sua natureza dialética, reciprocamente se atiram ao inferno do fogo sideral e se ligam uns aos outros.

Pelo desejo a discórdia é atraída.

Suponde terdes percebido isso e que todos vós desejais neutralizar o fogo que todos somos responsáveis, que quereis conseguir a equivalência dos opostos e assim abrir uma passagem. Que tendes então a fazer?

Então, vede o simbolismo dos peixes do zodíaco.

Por que e com que são ligados o homem inferior e o Homem divino e a dualidade se transforma em unidade?

Pela Cruz, isto é, pelo Amor Divino, o qual tem o poder de tudo santificar e tudo vencer. É esta, pois, a Força Alma-Espírito, a verdadeira harmonia de vida, a qual unicamente se torna possível pela Via Crucis do Amor.

Estais agora em condições de compreender de que aqui se trata? Suponhamos possuirdes um inimigo. Todo homem tem inimigo, conhecidos ou desconhecidos, querendo-os ou não. Como aparece a inimizade? Ela aparece, deve aparecer da heterogeneidade dos opostos.


Repelis, quereis suprimir; um outro atrai o que é idêntico, ele quer deixar que o incêndio flameje. Imediatamente surge grande conflito, antagonismo no campo dos opostos. Surge logo a guerra! Seguis o mesmo caminho porque viveis na natureza da morte, porque tendes desejos no campo de nascimento sideral.

E assim, os homens prendem-se uns aos outros na dança infernal, na própria condenação. Uma lei natural se cumpre; uma vez estamos no forno e somos torrados, e outra vez estamos fora do forno para torrar e assar a outrem. Apolônio de Tiana procura fazer-nos ver a nossa estupidez e a nossa limitação.

Como é que a dualidade dos peixes (apesar de dualidade) entoa louvores a Deus? Pela Via Crucis do Amor, meu amigo!

Como devemos entendê-lo? Assim: Seja a Primeira Hora do Nuctemeron a nossa base; e suponhamos que estais na calma e na unidade da Primeira Hora. Então sabeis, seja lá como for, que cada desejo que tem a qualidade e a natureza do campo de nascimento sideral, evoca o oposto, gera um oposto e, assim, origina a inimizade e o fogo infernal.

E é também evidente que já não mais alentais esses desejos, já não mais os atiçais em proporções cada vez maiores, e assim, portanto, os neutralizais. Deveis elevar-vos em superior orientação à Vida libertadora da Alma.

Quem o faz, passa são e salvo através de quaisquer profundidades do inferno. Esse encontra a harmonia proveniente da identidade dos opostos.

Quando, no tocante a tudo o que pertence ao campo de nascimento sideral, vos tornastes sem desejos, então cada força sideral que necessitais, devido ao vosso estado biológico, vem a vós sem que provoqueis um antagonismo! Uma outra lei natural considera isso quando afirma:

"Buscai primeiro o Reino de Deus e tudo o mais se vos dará em acréscimo".

Suponde que já não mais possuís desejos e estais na Via Crucis do Amor, e aparece um inimigo, isto é, um inimigo natural, visto que, segundo a natureza, cada ser humano da dialética é vosso inimigo. Ele quer queimar-vos com o seu desejo orientado de modo completamente diferente; ele é obrigado a fazê-lo em razão de seu ser, e isto significa que, pela vossa passagem pelo campo de nascimento sideral, quase que diariamente sois confrontados com as farpas inflamadas do grande fogo, e compreendeis que cada homem assim age, assim deve agir, de acordo com o seu estado de ser. Isto está claro para vós.

No entanto, por não possuirdes mais desejos, não podeis mais ser puxados para o fogo, e também não o atiçais para os outros.

Ele, o inimigo, está diante de vós, ele procura, pelo medo ou seja como for, induzir-vos à atividade. Mas a única atividade que agora parte de vós é o grande Amor da Via Crucis das Rosas, o Princípio-Vida do mundo da Alma. E a grande compreensão compassiva do próximo, da situação do próximo.

Para vós já não existe mais nenhum antagonismo. Para vós há somente a fase da Via Crucis, a passagem pelo deserto, pelo campo sideral; estais dirigidos para o Mundo do estado da Alma. E assim prosseguis, amais os vossos inimigos, e todos os antagonismos desaparecem. Encontrastes a grande harmonia. Junto ao vosso estado sideral postou-se o Filho de Deus, a Alma Vivente. Crescestes nos cânticos da Segunda Hora.

"Mediante a dualidade, entoam os peixes do zodíaco louvores a Deus". E assim, ainda resta indagar:

"As serpentes ígneas enrolam-se no caduceu e o relâmpago torna-se harmonioso".

PARTE 2