PESSOAS ESPECIAIS

Chico Mendes - Parte 1

nybbFrancisco Alves Mendes Filho (1944-22/12/1988) nasce na cidade de Porto Rico. Entra para a política sindical nos anos 60 e, na década de 70, cria os "empates", estratégia não violenta de defesa contra o desmatamento na Amazônia. Em 1977 ajuda a fundar o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri, do qual é presidente de 1982 até sua morte. Elege-se vereador pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB) em 1978. Quatro anos depois se candidata a deputado estadual pelo Partido dos Trabalhadores (PT), mas é derrotado. Torna-se mundialmente conhecido por suas denúncias de destruição da floresta Amazônica. Em 1985 participa da fundação do Conselho Nacional dos Seringueiros. Ganha o Prêmio Global 500, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Unep), em 1987. Depois de receber várias ameaças de morte, em 1988 é assassinado em sua casa por ...

pistoleiros a mando do fazendeiro Darli Alves da Silva. Em 1990, Darli e seu filho Darci Alves Pereira são condenados a 19 anos de prisão pelo crime. Foragidos do presídio de Rio Branco três anos depois, voltam a ser presos em 1996. Francisco Alves Mendes Filho, mais conhecido como Chico Mendes, (Xapuri, 15 de dezembro de 1944 — Xapuri, 22 de dezembro de 1988) foi um seringueiro, sindicalista e ativista ambiental brasileiro. Sua intensa luta pela preservação da Amazônia o tornou conhecido internacionalmente e foi a causa de seu assassinato.

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Ainda criança começou seu aprendizado do ofício de seringueiro, acompanhando o pai em excursões pela mata. Só aprendeu a ler aos 20 anos de idade, já que na maioria dos seringais não havia escolas, nem os proprietários de terras tinham intenção de criá-las em suas propriedades.

Iniciou a vida de líder sindical em 1975, como secretário geral do recém-fundado Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Brasiléia. A partir de 1976 participa ativamente das lutas dos seringueiros para impedir o desmatamento através dos "empates" - manifestações pacíficas em que os seringueiros protegem as árvores com seus próprios corpos. Organiza também várias ações em defesa da posse da terra pelos habitantes nativos.

Em 1977 participa da fundação do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri, e é eleito vereador pelo MDB local. Recebe então as primeiras ameaças de morte, por parte dos fazendeiros, e começa a ter problemas com seu próprio partido, que não se identificava com suas lutas.

Em 1979 Chico Mendes reúne lideranças sindicais, populares e religiosas na Câmara Municipal, transformando-a em um grande foro de debates. Acusado de subversão, é submetido a duros interrogatórios. Sem apoio, não consegue registrar a denúncia de tortura que sofrera em dezembro daquele ano.

Chico Mendes foi um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores e um dos seus dirigentes no Acre, tendo participado de comícios com Lula na região. Em 1980 foi enquadrado na Lei de Segurança Nacional a pedido de fazendeiros da região, que procuraram envolvê-lo no assassinato de um capataz de fazenda, possivelmente relacionado ao assassinato do presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Brasiléia, Wilson Sousa Pinheiro.

Em 1981 Chico Mendes assume a direção do Sindicato de Xapuri, do qual foi presidente até sua morte. Candidato a deputado estadual pelo PT nas eleições de 1982, não consegue se eleger. Acusado de incitar posseiros à violência, foi julgado pelo Tribunal Militar de Manaus, e absolvido por falta de provas, em 1984.

Liderou o 1º. Encontro Nacional dos Seringueiros, em outubro de 1985, durante o qual foi criado o Conselho Nacional dos Seringueiros (CNS), que se tornou a principal referência da categoria. Sob sua liderança a luta dos seringueiros pela preservação do seu modo de vida adquiriu grande repercussão nacional e internacional. A proposta da "União dos Povos da Floresta" em defesa da Floresta Amazônica busca unir os interesses dos indígenas, seringueiros, castanheiros, pequenos pescadores, quebradeiras de coco babaçu e populações ribeirinhas, através da criação de reservas extrativistas. Essas reservas preservam as áreas indígenas e a floresta,além de ser um instrumento da reforma agrária desejada pelos seringueiros.

Em 1987, Chico Mendes recebeu a visita de alguns membros da ONU, em Xapuri, que puderam ver de perto a devastação da floresta e a expulsão dos seringueiros causadas por projetos financiados por bancos internacionais. Dois meses depois leva estas denúncias ao Senado norte-americano e à reunião de um banco financiador, o BID. Os financiamentos a esses projetos são logo suspensos. Na ocasião, Chico Mendes é acusado por fazendeiros e políticos locais de "prejudicar o progresso", o que aparentemente não convence a opinião pública internacional. Alguns meses depois, Mendes recebe vários prêmios internacionais, destacando-se o Global 500, oferecido pela ONU, por sua luta em defesa do meio ambiente.

Ao longo de 1988 participa da implantação das primeiras reservas extrativistas criadas no Estado do Acre. Ameaçado e perseguido por ações organizadas após a instalação da UDR no Estado, Mendes percorre o Brasil, participando de seminários, palestras e congressos onde denuncia a ação predatória contra a floresta e as violências dos fazendeiros contra os trabalhadores da região.

Após a desapropriação do Seringal Cachoeira, em Xapuri, propriedade de Darly Alves da Silva, agravam-se as ameaças de morte contra Chico Mendes que por várias vezes denuncia publicamente os nomes de seus prováveis responsáveis. Deixa claro às autoridades policiais e governamentais que corre risco de vida e que necessita de garantias. No 3º Congresso Nacional da CUT, volta a denunciar sua situação, similar à de vários outros líderes de trabalhadores rurais em todo o país. Atribui a responsabilidade pela violência à UDR. A tese que apresenta em nome do Sindicato de Xapuri, Em Defesa dos Povos da Floresta, é aprovada por aclamação pelos quase seis mil delegados presentes. Ao término do Congresso, Mendes é eleito suplente da direção nacional da CUT. Assumiria também a presidência do Conselho Nacional dos Seringueiros a partir do 2º Encontro Nacional da categoria, marcado para março de 1989, porém não sobreviveu até aquela data.

O assassinato de Chico Mendes

Em 22 de dezembro de 1988, exatamente uma semana após completar 44 anos, Chico Mendes foi assassinado na porta de sua casa por sua intensa luta pela preservaçao da amozonia. Casado com Ilzamar Mendes, deixou dois filhos, Sandino e Elenira, na época com dois e quatro anos de idade, respectivamente.

A justiça brasileira condenou os fazendeiros Darly Alves da Silva e Darcy Alves da Silva, responsáveis por sua morte, a 19 anos de prisão, em dezembro de 1990. Darly fugiu em fevereiro de 1993 e escondeu-se num assentamento do Incra, no interior do Pará, chegando mesmo a obter financiamento público do Banco da Amazônia, sob falsa identidade. Só foi recapturado em junho de 1996. A falsidade ideológica rendeu-lhe uma segunda condenação: mais dois anos e oito meses de prisão

Pena branda

A pena dos assassinos de Chico Mendes foi, no entanto, bem menor do que a aplicada em caso semelhante - o assassinato da missionária Dorothy Stang, morta no dia 12 de fevereiro de 2005, em Anapu, no oeste do Pará. O fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, mandante do crime, foi condenado a 30 anos de prisão pelo Tribunal do Júri de Belém. Com base no caso Chico Mendes, a defesa de Bida vai pedir redução de sua pena em novo julgamento. "Pena máxima é só em filme americano", acredita o advogado de Bida, Ércio Quaresma, embora seu cliente tenha demonstrado personalidade violenta, inadaptada ao convívio social, e seja culpado de crime hediondo com propósito de exterminar a vítima covardemente, segundo o Conselho de Sentença, que lhe negou o direito de recorrer da sentença em liberdade.

Benefício para o mandante do crime

Em dezembro de 2007, na mesma semana em que o assassinato de Chico Mendes completava 19 anos, uma decisão da juíza Maha Kouzi Manasfi e Manasfi beneficiou o fazendeiro Darly Alves da Silva com a prisão domiciliar até março de 2008, no conforto na casa-sede da Fazenda Paraná, em Xapuri, local onde a morte de Chico Mendes foi tramada e onde o fazendeiro poderá cuidar de uma gastrite crônica. Darly havia sido recolhido ao cárcere de Rio Branco em agosto de 2006, depois de ter sido julgado e condenado em júri popular como mandante do crime.

O HOMEM DA FLORESTA

Francisco Alves Mendes Filho, o Chico Mendes, tinha completado 44 anos no dia 15 de dezembro de 1988, uma semana antes de ter sido assassinado. Acreano, nascido no seringal Porto Rico, em Xapurí, se tornou seringueiro ainda criança, acompanhando seu pai.

Sua vida de líder sindical inicia com a fundação do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Brasiléia, em 1975, quando é escolhido para ser secretário geral. Em 1976, participa ativamente das lutas dos seringueiros para impedir desmatamentos através dos "empates". Organiza também várias ações em defesa da posse da terra. Em 1977, participa da fundação do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri, além de ter sido eleito vereador pelo MDB à Câmara Municipal local. Neste mesmo ano, Chico Mendes sofre as primeiras ameaças de morte por parte dos fazendeiros, ao mesmo tempo que começa a enfrentar vários problemas cem seu próprio partido, o MDB, que não era solidário às suas lutas.

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Em 1979, Chico Mendes transforma a Câmara Municipal num grande foro de debates entre lideranças sindicais, populares e religiosas, sendo por isso acusado de subversão e submetido a duros interrogatórios. Em dezembro, do mesmo ano Chico é torturado secretamente. Sem ter apoio, não tem condições de denunciar o fato.

Com o surgimento do Partido dos Trabalhadores, Chico transforma-se num de seus fundadores e dirigentes no Acre, participando de comícios na região juntamente com Lula. Ainda em 1980, Chico Mendes é enquadrado na Lei de Segurança Nacional, a pedido dos fazendeiros da região que procuravam envolvê-lo com o assassinato de um capataz de fazenda que poderia estar envolvido no assassinato de Wilson Pinheiro, presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Brasiléia.

No ano seguinte, Chico Mendes assume a direção do Sindicato de Xapuri, do qual foi presidente até o momento de sua morte. Nesse mesmo ano, Chico é acusado de incitar posseiros à violência. Sendo julgado no Tribunal Militar de Manaus, consegue livrar-se da prisão preventiva.

Nas eleições de novembro de 1982, Chico Mendes candidata-se a deputado estadual pelo PT não conseguindo eleger-se. Dois anos mais tarde é levado novamente a julgamento, sendo absolvido por falta de provas.

Em outubro de 1985, lidera o 1o Encontro Nacional dos Seringueiros, quando é criado o Conselho Nacional dos Seringueiros (CNS), do qual torna-se a principal referência. A partir de então, a luta dos seringueiros, sob a liderança de Chico Mendes, começa a ganhar repercussão nacional e internacional, principalmente com o surgimento da proposta de "União dos Povos da Floresta", que busca unir os interesses de índios e seringueiros em defesa da floresta amazônica propondo ainda a criação de reservas extrativistas que preservam as áreas indígenas, a própria floresta, ao mesmo tempo em que garantem a reforma agrária desejada pelos seringueiros. A partir do 2o Encontro Nacional dos Seringueiros, marcado para março de 1989, Chico deveria assumir a presidência do CNS.

Em 1987, Chico Mendes recebe a visita de alguns membros da ONU, em Xapuri, onde puderam ver de perto a devastação da floresta e a expulsão dos seringueiros causadas por projetos financiados por bancos internacionais. Dois meses depois, Chico Mendes levava estas denúncias ao Senado norte-americano e à reunião de um banco financiador, o BID.

Trinta dias depois, os financiamentos aos projetos devastadores são suspensos e Chico é acusado por fazendeiros e políticos de prejudicar o "progresso" do Estado do Acre. Meses depois, Chico Mendes começa a receber vários prêmios e reconhecimentos, nacionais e internacionais, como uma das pessoas que mais se destacaram naquele ano em defesa da ecologia, como por exemplo o prêmio "Global 500", oferecido pela própria ONU.

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Durante o ano de 1988, Chico Mendes, cada vez mais ameaçado e perseguido, principalmente por ações organizadas após a instalação da UDR no Acre, continua sua luta percorrendo várias regiões do Brasil, participando de seminários, palestras e congressos, com o objetivo de denunciar a ação predatória contra a floresta e as ações violentas dos fazendeiros da região contra os trabalhadores de Xapuri. Por outro lado, Chico participa da realização de um grande sonho: a implantação das primeiras reservas extrativistas criadas no Estado do Acre, além de conseguir a desapropriação do Seringal Cachoeira, de Darly Alves da Silva, em Xapuri.

A partir daí, agravam-se as ameaças de morte, como o próprio Chico chegou a denunciar várias vezes, ao mesmo tempo em que deixava claro para as autoridades policiais e governamentais que corria risco de vida e que necessitava de garantias, chegando inclusive a apontar os nomes de seus prováveis assassinos.

No 3o Congresso Nacional da CUT, Chico Mendes volta a denunciar esta situação, juntamente com a de vários outros trabalhadores rurais de todas a partes do país. A situação é a mesma, a violência criminosa tem a mão da UDR de norte a sul do Brasil. No mesmo Concut, Chico Mendes defende a tese apresentada pelo Sindicato de Xapuri, "Em Defesa dos Povos da Floresta", aprovada por aclamação por cerca de 6 mil delegados presentes. Ao final do Congresso, ele é eleito suplente da direção nacional da CUT.

Em 22 de dezembro de 1988, Chico Mendes é assassinado na porta de sua casa. Chico era casado com lIzamar Mendes e deixa dois filhos, Sandino, de 2 anos, e Elenira, 4.

CURRICULUM VITAE

DADOS PESSOAIS


Nome: FRANCISCO ALVES MENDES FILHO

Nacionalidade: Brasileiro

Naturalidade: Xapuri - Acre

Data de nascimento: 15/12/1944

Filiação: Francisco Alves Mendes e Iraci Lopes Mendes


DADOS DE IDENTIFICAÇÃO


Carteira de identidade: 068588 SSP - Acre

Cadastro de Pessoas Físicas: 051493472-72

Título de eleitor: 10729524-10 - 2a Zona Eleitoral Xapuri - Acre

Passaporte: CC 208934 - SR/DPF/AC Policia Marítima Aérea de Fronteira - Rio Branco- Acre


III. EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL


1955 - Inicia seu trabalho como extrativista seringueiro que se estende ate 1976.

1969 - Inicia sua luta pela autonomia dos seringueiros de sua região de uma forma muito isolada até 1974, quando enfrentou as primeiras pressões dos seringalistas.

1975 - Ingressa no movimento sindical rural, no momento em que centenas de seringueiros eram expulsos pelos jagunços, a mando dos fazendeiros

Fundador e secretário do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Brasiléia - Acre (dezembro).

1976 - Participa ativamente, como Diretor do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Brasiléia, dos empates (resistência pacifica dos seringueiros, que tentando impedir a derrubada das árvores, colocam-se na frente dos tratores e moto-serras).

Retorna a Xapuri e reinicia a luta em defesa da posse da terra.

1977 - Eleito Vereador pelo MDB, inicia 2 frentes de luta: na Câmara Municipal e no recém fundado Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri.

É um dos fundadores do STR de Xapuri.

- No final de 1977 sofre as primeiras ameaças de morte por parte dos fazendeiros, ao mesmo tempo que enfrenta a reação de seus companheiros de bancada na Câmara Municipal.

1978 - Sem o apoio do MDB, é ameaçado de cassação de mandato, enfrentando ao mesmo tempo duros momentos nos empates, que também são apoiados pela Igreja Católica local.

No final de 78, aproveitando uma crise entre os dois partidos existentes, MDB e ARENA, é eleito Vice-presidente da Câmara Municipal de Xapuri

1979 - Assume a presidência da Câmara, com a destituição do prefeito.

Em junho, promove um grande debate com lideranças sindicais e religiosas, transformando a Câmara num foro de debates. E acusado de subversão e sofre os primeiros e duros interrogatórios.

Em outubro, em meio a uma forte pressão liderada pelas duas bancadas na Câmara, renuncia a presidência da mesma.

Em dezembro, é torturado secretamente, sem ter como denunciar publicamente o fato, pois a imprensa estava ao lado dos fazendeiros. Porem, não desiste e continua enfrentando ao lado dos seringueiros a luta nos empates.

1980 - Ingressa no Partido dos Trabalhadores, sendo um de seus fundadores e dirigentes no Acre.

• Julho: é assassinado Wilson Pinheiro, Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Brasileia - Acre. Revoltados com a morte do líder sindical, 40 posseiros emboscam e matam um fazendeiro.

Mesmo não tendo participado do justiçamento do fazendeiro, Chico Mendes foi seguido durante 60 dias por pistoleiros da região.

• Agosto: fazendeiros da região entram com requerimento na policia Federal, pedindo o enquadramento de Chico Mendes na Lei de Segurança Nacional (LSN).É acatado o pedido dos fazendeiros e em setembro Chico Mendes é submetido a duros interrogatórios nas dependências da Polícia Federal.

• Outubro: após os últimos interrogatórios, confirma-se seu indiciamento e posterior enquadramento na LSN.

1981- Assume a direção do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri do qual é Presidente até a presente data.

• Passa a exercer o cargo de Presidente do S.T.R. de Xapuri, ate a presente data.

• Abril: acusado de incitar posseiros à violência, vai a julgamento no Tribunal Militar de Manaus. Apesar da falta de recursos, consegue uma forte defesa com a solidariedade de diversas entidades e após 8 horas de julgamento, livra-se da prisão preventiva. Continua sua luta em liberdade condicional, voltando novamente ao banco dos réus em março/84, quando é absolvido por falta de provas, após 10 horas de julgamento.

1985 - Outubro: lidera o I Encontro Nacional de Seringueiros em Brasília, onde é criado o Conselho Nacional dos Seringueiros (CSN), do qual é membro. Começa então a ser reconhecida a resistência dos seringueiros de Xapuri e a partir daí, Chico Mendes começaa ter repercussão dentro e fora do país.

1987 - Janeiro: entidades ambientalistas dos Estados Unidos e membros da UNEP (órgão do meio ambiente ligado a ONU) visitam Chico Mendes em Xapuri, conhecendo sua luta.

• Março: chega a Miami para participar da conferencia anual do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) a convite de ambientalistas.Em 27 de março tem uma audiência com o chefe da Comissão de Verbas do Senado Americano.Em 28 de março denuncia ao Congresso Americano as políticas de desenvolvimento financiadas pelos bancos internacionais, como o caso do POLO NOROESTE em Rondônia e o projeto de asfaltamento da Rodovia 364, trecho Porto - Velho Rio Branco, financiado pelo BID, uma ameaça aos habitantes da floresta (Índios e seringueiros).

• Em sua volta ao Brasil, e torpedeado por acusações de fazendeiros e políticos no rádio, imprensa e televisão, acusado de prejudicar o progresso e o desenvolvimento do Estado.

• Setembro: palestra a convite da PUC - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro 1988 - Junho

• Rio de Janeiro: mantém contato com a imprensa e diversas entidades ambientalistas não-governamentais locais. Faz palestras, denunciando a situação dos seringueiros e apresentando a alternativa de criação de reservas extrativistas, a convite das seguintes entidades:

FUNARTE (realizada no Museu do Folclore em 6/6);
CPDA- Curso de Pós Graduação em Desenvolvimento Agrícola (realizada na UERJ em 7\6.

AGB - Associação dos Geógrafos Brasileiros.
AERJ - Associação dos Engenheiros Agrônomos do Rio de Janeiro.
APSERJ - Associação Profissional dos Sociólogos do Estado do Rio de Janeiro.
CEDI - Centro Ecumênico de Documentação e Informação.
FASE -Federação de órgãos para Assistência Social e Educacional.

FBCN - Fundação Brasileira para a Conservação da Natureza.
FETAGRI - Federação dos Trabalhadores da Agricultura/RJ.

IBASE - Instituto Brasileiros de Análises Sociais e Econômicas.

NER - Núcleo de Estudos Rurais/Prefeitura de Paracambi.

PT - Partido dos Trabalhadores.

PV - Partido Verde.
(realizada na ABI - Associação Brasileira de Imprensa em 7\6)
• São Paulo: Palestra na Universidade de São Paulo - USP 9 e 10/6) Palestra no "Seminário sobre Poder Local" no Instituto Cajamar.
• Setembro
Belo Horizonte: Participação no 3o Congresso Nacional da Central
(7 a 11/9) única dos Trabalhadores. De 7 a 11/9.

Curitiba: A convite do I.E.A. - Instituto de Estudos Amazônico (12 a 16/9) cos do seminário "planejamento e Gestão do Processo de Criação de Reservas Extrativistas na Amazônia".
Rio de Janeiro: Palestras na Universidade Federal do Rio de Janeiro (21 e 22/9) (uma no Centro de Tecnologia e outra no Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza) e na Universidade Federal Fluminense (Instituto de Geociencias).

IV. PARTICIPAÇÀO EM SEMINÁRIOS E OUTROS EVENTOS
I. "Seminário do Economista" - Rio Branco - AC - 1982
II. "Seminário de Agronomia" - Rio Branco - AC - 1984
III. "Semana do Meio Ambiente" - Universidade Federal do Acre - 1986
IV. "Semana da Paz" - Goiânia - 1987
V. "Congresso de Campesinos" - Cobija - Bolívia - 1987
VI. Participação do filme "Decade of Destruction" de Adrian Cowell da Central TV de Londres.
VII. Participação em programas gravados pela TV Educativa e TV Globo do Rio de Janeiro.
VIII. Participação do programa "Encontro com a Imprensa" - Rádio Jornal do Brasil - Rio de Janeiro - setembro/88.
IX. Participação do 1o Seminário do projeto "A Desordem Ecológica da Amazônia: em Busca de uma Reciprocidade de Perspectivas na sua Análise e Levantamento" a convite da Faculdade Cândido Mendes - Rio de Janeiro - outubro/88.
PRÊMIOS E HOMENAGENS RECEBIDAS
I. Prêmio Global 500 da ONU - Organização das Nações Unidas - 1987 Londres.
II. Medalha da "Sociedade para um Mundo Melhor" - 1987 Nova York
III. Diploma de Ecologista do Ano - 1987 Rio Branco - AC
IV. Entrega das chaves da cidade do Rio de Janeiro pelo Prefeito Saturnino Braga - 1988 Rio de Janeiro.
V. Entrega do titulo de Cidadão Honorário da cidade do Rio de Janeiro pela Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro - 1988
Xapuri, 14 de outubro de 1988
QUEM FOI CHICO MENDES
FRANCISCO ALVES MENDES FILHO, O CHICO MENDES, nasceu em 15/12/44 no seringal Porto Rico, em Xapuri. Criou-se nos seringais e aos 11 anos já cortava seringa.

Em 73, CHICO MENDES participou dos conflitos de terra na fazenda Santa Fé. A partir desta data, a participação do CHICO MENDES na luta dos trabalhadores rurais e seringueiros foi uma constante. CHICO MENDES presente na ocupação do seringal Porvir, junto com centenas de trabalhadores sem terra vindos do sul do país. Em 76 CHICO MENDES participava do "empate" da derrubada na fazenda Carmem em Brasiléia. A presença combativa de CHICO MENDES nos embates e "empates" de Xapuri são marcos na história do movimento dos trabalhadores de Xapuri.

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O nome de CHICO MENDES está gravado também na história de dois sindicatos dos trabalhadores rurais: fundou e foi secretário geral do STR de Brasiléia (1975); participou da fundação e já exerceu a presidência do STR de Xapuri por dois mandatos. Participou da fundação da Central única dos Trabalhadores do Acre (CUT). A luta do CHICO MENDES não ficou presa apenas aos sindicatos.

Em 78, CHICO MENDES candidatou-se a vereador em seu município e foi eleito. O ano de 81 marca o ingresso de CHICO MENDES NO PARTIDO DOS TRABALHADORES. junto com lideranças nacionais do PT, entre eles o LULA, CHICO MENDES foi indiciado na Lei de Segurança Nacional e, posteriormente, absolvido pela justiça Militar no Am.

O ano de 85 está na memória do eleitorado xapuriense. CHICO MENDES concorreu à prefeitura de Xapuri e obteve 25% dos`votos. Na atual legislatura, correspondente às eleições de 82, CHICO MENDES é suplente de deputado do PT, pois foi o segundo candidato a deputado estadual mais votado pelo Partido dos Trabalhadores.

A HISTÓRIA DE CHICO MENDES É DE LUTA. ESSA VOZ SERÁ IMPORTANTE NA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ACRE. VOTE EM CHICO MENDES - VOTE PT
SITUAÇÃO LOCAL E ELEIÇÕES 86

O governo do PMDB assumiu o poder em 83 prometendo acabar com a corrupção, realizar um governo de participação e garantir melhorias de vida para a população do Estado.

Só no final do mandato, a governadora, de plantão, promete grandes realizações sob o slogan: "300 dias que farão história". Na verdade, o que ficará na história não serão apenas estes 300 dias, mas sim 4 anos de corrupção impunes (dando continuidade ao sistema adotado pelos governos do PDS), e autoritarismo e perseguições às lideranças dos trabalhadores, de apoio ao latifúndio e omissão na resolução dos problemas dos projetos de colonização e dos seringueiros, provocando um aumento das populações das periferias dos centros urbanos, principalmente Rio Branco, do desemprego, do subemprego e da miséria que está condenada a grande maioria da população do nosso Estado

O Acre continua liderando o índice de analfabetismo.
A questão, da saúde continua sendo tratada com descaso (prá comprovarmos isso, basta uma rápida visita ao Hospital de Base, à Maternidade Bárbara Heliodora, aos postos de saúde da zona rural dentre aqueles que estiverem em funcionamento.

A política de habitação e transporte continua em segundo plano. Para tudo isso qual a nossa resposta? Não é a CPA.. A CPA (PDS, PFL e PDT) formam a chamada "alternativa" ao governo. São aqueles mesmos que sustentaram o regime militar por 20 anos, cuja prática principal foi a perseguição aos trabalhadores.
Que partido objetivamente falando mudaria a situação acima?

Entendemos que o Partido dos Trabalhadores é o único Partido capaz de realizar as transformações urgentes e imediatas exigidas hoje pelos trabalhadores do nosso Estado.

O BRASIL DA NOVA REPUBLICA

A Nova República representa a continuação da política de dominação dos grandes empresários e dos latifundiários sobre a maioria da população do nosso país. Alguns exemplos servem para demostrar essa afirmação nossa:

a. Um grande número de ministros e outras autoridades do atual governo fizeram parte da ditadura militar. O Presidente José Sarney dirigiu o PDS durante o governo do general Figueiredo mesmo que preferia cheiro de cavalo ao cheiro do pó.

b. Nenhum corrupto ou torturador foi preso, julgado ou condenado até hoje pela Nova República.

c. A Lei de Segurança Nacional, A Lei de Greve, a Lei de Imprensa continuam vigentes até hoje e, inclusive, sendo aplicadas contra os trabalhadores.

d. A repressão policial continua tão violenta quanto antes, e matando os trabalhadores (como os casos no Bico de Papagaio - Maranhão - e Leme, Estado, de São Paulo).

e. A Reforma Agrária da Nova República é tão tímida quanto a que a Ditadura Militar dizia realizar. O Plano Nacional de Reforma Agrária não sai do papel, expressando assim o compromisso maior do governo da Nova Republica com os Iatifundiários e empresários rurais organizados na UDR (União Democrática Ruralista).

f. A Divida. Externa continua sendo paga, os acordos com o FMI cumpridos, tudo isso em prejuízo do povo brasileiro. Todo o saldo comercial que o Brasil obtém serve apenas para pagar os juros da divida. Paga-se os juros e se condena os trabalhadores à fome e à miséria.

g. O governo continua usando os decretos-leis e baixando pacotes que confiscam os salários dos trabalhadores. Esse foi o resultado do congelamento dos preços pelo pico e o dos salários por baixo.

h. A corrupção e o empreguismo continua campeando e, para financiar a máquina estatal, o governo criou o empréstimo compulsório.

i. As crianças brasileiras, em sua maioria, continuam sem escolas e condenadas ao analfabetismo. No ensino superior o governo incentiva o ensino pago e com isso exclui os filhos dos trabalhadores de atingirem a Universidade.

j. A saúde em nosso país continua sendo privilégio dos ricos. Milhares de brasileiros morrem sem atendimento médico.

k. Prometendo democracia, a Nova República convocou a sua constituinte: transformou o futuro Congresso em Congresso Constituinte, incluindo, bionicamente, os senadores eleitos em 82. Esta forma favorece exclusivamente os patrões. Esta Constituinte foi planejada para não incluir os direitos dos trabalhadores rurais e urbanos e colocar na Nova Carta apenas as medidas de interesse dos latifundiários, grandes comerciantes, banqueiros e industriais.

l. Por fim, na Nova como na Velha República (a da ditadura militar) não há lugar para defesa da natureza. O pacote ecológico do governo Sarney é mais uma tentativa de ludibriar a população, ao mesmo tempo em que reativa as Usinas nucleares de Angra, apesar do perigo que elas representam e dos acidentes que já aconteceram e, na surdina, constrói-se na Serra do Cachimbo poços para futuros testes com bombas nucleares.

m. É o número do PT. A solução dos 12 problemas acima. VOTE PT

PLATAFORMA DE LUTAS

1. Extinção do SNI e de todos os aparatos de repressão.
2. Revogação da Lei de Segurança Nacional e demais leis de excessão, como a de greve e de imprensa.
3. Liberdade e autonomia sindical.
4. Eleições diretas para presidente da república seis meses após a promulgação da Nova Constituição.
5. Rompimento dos acordos com o FMI e não pagamento da dívida externa.
6. Reforma Agrária Radical sob o controle dos trabalhadores respeitando o seringueiro.
7. Igualdade de direitos entre os sexos e raças.
8. Fim da Censura e das discriminações étnicas e/ou sexuais.
9. Proteção ao meio ambiente.
10. Ensino público e gratuito para todos e 'em todos os níveis.
11. Estatização da rede bancária.
12. Estatização do sistema de transporte.
13. Criação de reservas extrativistas na Amazônia (Acre).
14. Pela criação e manutenção de infra-estrutura nos Projetos de Assentamentos Dirigidos já existentes (ramais, armazéns, escolas, postos de saúde, etc.)
15. Melhoria do atendimento nos hospitais e ampliação de postos e hospitais em todo o Estado.

QUEM É MARINA SILVA

Maria Osmarina Silva de Souza, a MARINA, mãe de 2 filhos Shalon e Danilo nasceu a 28 de fevereiro de 1958, no seringal Bagaço, em Rio Branco-Ac. A sua atuaçao inicial no movimento popular está ligada à Paróquia do Cristo Ressuscitado. Nessa fase atuou na luta pela infiraestrutura do bairro da Estação Experimental.

Na Universidade Federal do Acre fez o curso de História, período também que participou ativamente do movimento estudantil. Foi Diretora do Centro Acadêmico Rômulo Garcia do curso de História e se destacou na luta pela criação do Restaurante Universitário, pela melhoria das condições de ensino e, na questão mais da sociedade, sempre defendeu o apoio dos estudantes as lutas dos trabalhadores.

Ao sair da Universidade vinculou-se ao movimento sindical e, em 84, foi indicada e eleita para compor a direção da Central única dos Trabalhadores (CUT). Nessa fase, os colonos, seringueiros e pequenos produtores rurais têm na memória a sua presença e a sua ação em vários momentos como:

• na luta pela anistia do crédito rural e que resultou no fechamento da Agência do Banco do Brasil por vários dias;

• no acampamento dos colonos dos PAD's Pedro Peixoto e Humaitá que reivindicavam a construção dos ramais e se instalaram na sede do INCRA/AC;

• na luta pela desapropriação dos seringais Catuaba e Livramento reivindicada pelos posseiros da área;
• na luta do funcionalismo público pela reposição salarial das perdas que o governo Nabor júnior impôs ao funcionalismo;

• na caminhada pacifica dos seringueiros, o acampamento na Delegacia do IBDF de Xapuri e, a seguir, o acampamento com mais dê 100 (cem) seringueiros no térreo da Assembléia em Rio Branco, contra o desmatamento na Fazenda Bordem.

Votar em Marina para Deputada Federal Constituinte, é a certeza da defesa dos direitos e reivindicações dos Trabalhadores.

Será também a presença e a força da juventude unindo-se a luta do povo para construção do Novo.

PARTE 2